22 • CAPÍTULO 21 •

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CAPÍTULO 21

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O velho Saito havia discutido hoje mais cedo e, feito rotina, outra vez me mandou voltar para o meu país.

Cansado, acabei subindo para o quarto de hóspedes tentado a finalmente desistir de tudo e retornar à Coreia do Sul, visto que não houve um dia sequer naqueles três meses que aquele homem não me tratou com desprezo e zombaria, mesmo que eu já soubesse que iria enfrentar algo assim ao vir para este lugar.

No entanto, tudo pareceu aliviar quando Lee Minho surgiu bem diante de meus olhos. E ainda mais agora, depois de termos posto as cartas sobre a mesa.

Ele me convidou a viver o presente junto a si e, como não haveria outra resposta, imediatamente aceitei, é claro. Nos gostamos, isso já é certo, no entanto, não temos tanto tempo para ficar juntos, já que os céus não tardiamente saberão; como também, eu não terei uma linha de vida muito longa, pois o destino decidiu invalidar a nossa opção mais segura.

E antes de ascender à Takamagahara, Minho e eu achamos melhor manter tudo em segredo e que eu me mantivesse fingindo não enxergar espíritos ou Deuses, pois, com isso, a sua família não viria me "atormentar" ㅡ palavras dele.

Na verdade, o mínimo de pessoas deve saber sobre isso, pois posso parecer um ser horrível ignorando a margem distante, mas, na prática, todo humano faz isso, estou certo? Tudo bem, há exceções, eu só não quero me sentir mal por fazer tal coisa com os outros dominadores elementares, eles são o mais próximo de amigos que eu já pude ter por aqui, portanto, espero que não se irritem quando o meu dia de punição finalmente bater à minha porta.

Felix e Hyunjin também concordaram com o nosso silêncio, afinal, ambos não desejam que tudo acabe logo, mesmo que o dominador de raios tenha achado a nossa ideia um tanto arriscada.

Mas, é isso, não é um conto de fadas, não teremos um "felizes para sempre", mas podemos ser felizes enquanto durar.

Vaisravana prometeu vir até mim assim que o Kamuhakari encerrar e eu não o fiz tantas perguntas, vendo-o somente teletransportar-se ao lado do espírito loirinho, direto para os céus logo em seguida.

ㅡ Deu tudo certo, afinal de contas? ㅡ O jovem de fios longos questiona ao meu lado, me assistindo guardar minha mala de volta no armário, ajudando-me ao segurar algumas caixas com sapatos.

ㅡ Sim, eu finalmente disse para ele o que sentia. ㅡ Ele concorda em silêncio, enquanto pego os pertences em seus braços, arrumando-os sobre a prateleira inferior. ㅡ Obrigado, Hyunjin... E obrigado por ter continuado a cuidar de mim todo esse tempo, mesmo que eu não o tratasse devidamente. Você não é um cão, me desculpa por isso.

ㅡ Não precisa, Jisung, todos nós estávamos fazendo o mesmo, ainda que em forma animal. ㅡ Nega por gentileza, caminhando até a cama, ajustando os lençóis sobre o colchão, sentando-se sobre o extremo da mesma. ㅡ O Jeongin em forma de raposa; o Seungmin como cisne no lago ao lado... Animais fazem mais do que os humanos imaginam, e entendíamos que não era mais a nossa tarefa, mas nós criamos um vínculo, por isso não conseguimos deixar você sozinho.

ㅡ Então o Felix sempre aparecia em forma de espírito, por isso o cheiro? ㅡ Ele assente crispando os lábios, me ocasionando uma repentina dúvida no instante em que fecho as portas do armário negro. ㅡ Mas, afinal, qual é a forma animal que ele assume, Hyunjin?

ㅡ Ah, você ainda não viu? ㅡ Devolve, coçando o pescoço com a ponta do indicador, parecendo abandonar a calmaria habitual.

Meneando a cabeça num sinal negativo, ouço ruídos atrás da porta, atraindo minha atenção por breves instantes.

VAISRAVANA • { minsung }Onde histórias criam vida. Descubra agora