40 • CAPÍTULO 39 •

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CAPÍTULO 39

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É imensurável. Eu poderia, definitivamente, viver tão somente pelo doce toque de sua derme contra a minha. Estou embriagado e inconfundivelmente cativo pela sua presença imponente.

Curioso é imaginar que, mesmo sendo um Deus enfrentando represália divina, em sua forma humana, Minho se vê condenado a usufruir de seu pecado terreno outra vez. E, cego por seus sentimentos, ele ignora todas as suas consequências celestes, em razão de mim, que deliberadamente estou bagunçando todas as regras que foram impostas para si durante todos esses anos de sua existência, em meses.

E, nesse instante, reconheço, não há saídas, estou amando-o pela segunda vez, em minha curta e mensurável existência. Lee Minho conseguiu realizar meu pedido não apenas uma, mas, sim, duas vezes seguidas, num parco período de tempo. Suas escolhas, suas perfeições e imperfeições, seus traços. Ele me fez amar, em absoluto, tudo o que o compõe, como se apenas uma não fosse suficiente para nós dois.

Não consigo barrar os meus dedos curiosos por cada centímetro de sua pele já exposta, visto que eles viajam, acautelados, através da vasta extensão de suas costas, enquanto sou acarinhado pelo seu abraço protetor e aconchegante.

Meu queixo descansa sobre a curvatura de seu pescoço, conforme sou embalado pelo afago de seus dedos à minha nuca, me dedicando a paz que o meu interior, por vezes, tanto implora.

Em seus braços encontro paz, encontro conforto. O Lee é o meu porto, sinto que posso permanecer, pois estou seguro, embora o mar que nos rodeia seja revolto e tão repleto de fúria.

Ele não tem culpa por não lembrar de mim agora, mas a sua essência me chama, da mesma forma que a minha, inconscientemente, grita por si, e agarra-se a tudo o que ele me direciona.

Agimos como se o nosso tempo fosse acabar a qualquer instante, ainda que a razão central para nos sentirmos de tal maneira resulte nos sentimentos reprimidos. E, decerto, não posso negar que há uma imensa adição de minhas saudades a tudo isso, portanto, agora que está bem diante de mim, não consigo conter a euforia de senti-lo por completo ㅡ sua pele, as suas escolhas, e os seus reais sentimentos, todos eles da maneira mais crua possível.

E apesar dele estar se redescobrindo nessa nova fase, todo o seu interior foi cautelosamente preservado. Ele ainda é Ele, embora esteja em reclusão terrena.

ㅡ Nesse ritmo, o banho não sairá hoje...

Minho diz, risonho, à medida que, minimamente, afastou seu tronco de mim, no que encontrava-me sentado sobre a bancada da pia, após alguns amassos ㅡ suficientes a ponto de agora termos sobre o corpo nada mais que as nossas calças, despontando sutilmente a grossa faixa de elástico das peças íntimas.

ㅡ Eu... Só... Preciso de mais alguns minutos. ㅡ Respondo-o, e feito aquele dia no estúdio, não consigo desviar meus olhos de si, por isso, de forma possivelmente indelicada, subordino-me a observar cada centímetro exposto, desejando tocá-lo como nunca antes, pelo menos não enquanto humanos. ㅡ Não sabe o quanto a sua beleza é de outro mundo... Devo contemplar.

Recebendo a minha explicação espontânea, mais que plausível, ele deixou que o seu sorriso surgisse, delineando seus lábios bonitos e naturalmente corados.

ㅡ Tudo bem ㅡ cede, ao passo que usa suas mãos para afagar minhas coxas. ㅡ Aliás, já estava fazendo isso, desde o princípio, não?

ㅡ Sim ㅡ confesso, risonho, e ele logo me acompanha.

É óbvio que eu já o observava com mais empenho, se até mesmo a forma que suas vestes deixaram o seu corpo, pareceu guinar a órbita do mundo inteiro.

VAISRAVANA • { minsung }Onde histórias criam vida. Descubra agora