29 • CAPÍTULO 28 •

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CAPÍTULO 28

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O garoto, dentro do oratório, parou diante da caixa de madeira para ofertórios, olhou-me com certo mistério em seus gestos e logo soltou uma moeda de cinco ienes, dando início a sua oração, unida à linha desenhada em seu sorriso.

Desde o início, sabemos a razão para termos entrado em minha casa terrena, e fica ainda mais claro quando o seu desejo finalmente me alcança, causando-me certa inquietude interior.

O Jisung já parece ter entendido. Um Deus raramente aprende com experiências, no entanto, quando recebemos intenções diretas, é natural que saibamos o que vai acontecer dali para frente, ganhando tempo para nos preparar de antemão.

Mas o que ele desejou há pouco foi inteiramente diferente do que qualquer outro ser humano poderia vir a me pedir. Não é um trabalho, muito menos um sacrifício, ele me deixou o poder de escolha ㅡ o que, por isso, já não se denomina como um dever divino, pois ele me entregou o livre-arbítrio, e Deus nenhum o tem.

Não consigo esconder o sorriso bobo, ele me deu escolha diante de um pedido. E, em toda a minha existência, essa é a primeira vez que isso me acontece.

ㅡ O seu pedido foi ouvido em alto e bom tom... ㅡ Anuncio, mordiscando o lábio inferior, fazendo-o fitar o chão de concreto por um instante, ansioso. ㅡ Mas para realizá-lo você terá que ajoelhar-se, Jisung, ele exige um pouco mais de devoção.

Furtivamente, minha língua passeia por entre meus lábios, enquanto permanecia a descansar o peso de meu corpo ao me apoiar de braços cruzados na enorme estátua central, da qual me representa, assim como os japoneses idealizam ser Bishamonten.

E ao separar suas mãos postas, diante do ofertório, em passos lentos, o garoto caminhou até mim estendendo-me a sua mão, convidando para que possamos explorar um pouco mais o interior daquele templo.

Entramos num consenso.

Depois de tantas provocações, finalmente, concordamos em seguir adiante, sem precisar verbalizar nossa escolha, sem hesitação, não importando ser margem distante ou próxima, Deus ou humano. Apenas nós dois ㅡ Han Jisung e Lee Minho.

ㅡ O que você acha daqui? ㅡ Questiono-o, ainda tocando a sua mão, ao termos diante de nossos olhos uma pequena salinha repleta de travesseiros estendidos ao chão para rituais de prostração.

ㅡ Parece confortável. ㅡ Responde, caindo no riso junto a mim. ㅡ Que errado...

ㅡ Já sente culpa, Han Jisung? ㅡ Sustentando o sorriso, viro-me para encará-lo nos olhos, esquadrinhando o seu rosto bonito. ㅡ A culpa leva ao inferno... Nada aconteceu, ainda.

ㅡ Ainda... ㅡ Reforça, ferindo a nossa mínima distância, levando sua mão livre para ajustar meus fios e, de modo suave, deslizou seus dedos até a altura de meu queixo, atraindo-me para si e, assim, calmamente, selar os nossos lábios.

Sendo este o fator decisivo para tudo o que houve em seguida àquilo.

Jisung desvencilhou seus dedos dos meus, elevando sua mão por cima da manga do meu kimono, até alcançar minha nuca, aprofundando mais o nosso contato, tanto entre nossos corpos, quanto em nossas bocas, indicando as próximas direções a serem seguidas naquele toque inicial, porém, já tão ardente e febril.

E completamente imerso pelo mar revolto de sensações, é ㅡ dentro daquela salinha com espaço para, no maximo, dez pessoas ㅡ que solto o pequeno fecho de minha regalia divina, derrubando o grande chicote negro pelo chão revestido por carpete, quando de modo pouco cauteloso as minhas costas encontram sustento na folha de madeira branca, usada como parede em templos tradicionais.

VAISRAVANA • { minsung }Onde histórias criam vida. Descubra agora