38 • CAPÍTULO 37 •

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CAPÍTULO 37

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ㅡ Jisung... ㅡ Sinto uma movimentação estranha por sobre o colchão.

É mais forte que eu, meus olhos pesados não me permitem acordar, e a leve dor de cabeça, que insistia em ordenar-me permanecer no escuro do quarto, de modo cruel, afligia a minha consciência, fazendo-me ter sérios arrependimentos quanto ao vinho de dantes. Por isso, puxo um pouco mais das cobertas para cima do meu corpo, naturalmente ignorando os chamados alheios.

ㅡ Acorda, Jisung... ㅡ A mão, macia e gentil, logo tocou meu ombro e depois as minhas costas, ambos cobertos pelo fino tecido de minha camisa larga.

Sua voz não é desagradável ㅡ apesar de querer expulsar-me de meu sono ㅡ; como sempre, ela vem polida e, até mesmo, sussurrada. Já o inconfundível cheiro, que brota de sua pele, preenche meus pulmões, agindo feito um analgésico natural para a minha ressaca indesejada.

Por sorte, não aconteceu com ele o mesmo que a Chae precisou presenciar, apenas porque o Minho não deixou que o meu limite aparente fosse excedido de forma tão radical. Ele foi cuidadoso, e agora agradeço-o mentalmente por acordar com nada mais que uma leve enxaqueca insistente.

ㅡ Eu vi pelo olho mágico da porta, e tem uma mulher com um bebê lá fora... ㅡ Voltou a afagar as minhas costas. ㅡ Jisung, não está ouvindo a campainha?

De bruços sobre o colchão, tento processar tudo o que ele me falou, agindo feito um forte alerta em minha cabeça quando finalmente compreendi as suas palavras. Por isso, ergo meu tronco, rapidamente ajoelhando-me sobre a cama, ao seu lado, para anunciar tão assustado quanto ele me assistindo reagir assim:

ㅡ Minho, é a minha tia! A minha tia chegou!

Levantei-me, tropeçando para fora dos lençóis, correndo quarto afora, sendo seguido pelo mais velho em meu encalço, imerso em completa confusão.

ㅡ Mas ela só chegaria na próxima semana, por que hoje, então?

Questiono, sentindo o meu estômago revirar pela brusquidão de minhas ações.

ㅡ Vai com calma, Jisung. ㅡ Pediu, freando um passo, assim que me viu cobrir, com minha destra, os meus olhos, sentindo-me um pouco tonto. ㅡ Se quiser, posso ir em seu lugar... Tive receio de atender à sua porta, mas já que se trata de sua tia, ela entenderia, não é?

ㅡ Sim, mas não foi nada de mais, ㅡ digo. ㅡ Já passou.

Piscando algumas vezes, ele concorda, num balançar de cabeça quase nulo. E parados, bem no meio da sala, observo as roupas sobre os nossos corpos, casuais a ponto de, muito provavelmente, fazer a tia Nari imaginar coisas.

E sem pedir licença, inconscientemente, levei meus dedos aos seus fios escuros, enquanto, em resposta automática, ele fez o mesmo com os meus ㅡ recentemente descoloridos.

ㅡ Estou apresentável? ㅡ Questionei-o e, parecendo meio bobo, ele tornou a assentir, tomando um pouco mais de distância da entrada da casa.

É curioso o quanto o Lee, agora em sua forma humana, deixa transparecer suas inseguranças. Ele está visivelmente nervoso por encontrar-se com a minha tia, ainda que esta não seja a sua primeira interação; porém, mutuamente, sim.

ㅡ Não precisa ficar com receio, tia Nari é uma ótima pessoa... Mas, eu devo avisar, ela com certeza vai pensar que nós temos algo, pois é a única em minha família que tem medo da minha vida solitária. ㅡ Falar isso em voz alta, ficou bem estranho, no entanto, relevo. ㅡ Você se importaria com isso, Minho?

VAISRAVANA • { minsung }Onde histórias criam vida. Descubra agora