1. Novos planos

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Falei que não ia inventar mais moda e olha eu aqui... esse capítulo é grande e trás a introdução de como anda a vida das duas, os próximos são menores e com mais envolvimento delas, respirem e vamos lá...

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Quando estiver subindo uma escada, suponha sempre que alguém está olhando por debaixo de sua saia.
— Bianca


— "PROMOVIDA". Acho que essa é a minha palavra favorita. Vocês não têm ideia de quanto tempo faz que estou esperando por isso.

Arrastada pelo fluxo dos vagões, Bianca Andrade seguiu suas duas amigas, Gizelly e Manu, enquanto subiam pelas escadarias saindo do metrô e emergiam rumo ao céu ensolarado e azul. Acima dela, os arranha-céus de Manhattan tocavam as nuvens fofas como uma floresta de aço e vidro cintilando sob a claridade do sol matinal, todos competindo para ver qual era mais alto. O Empire State. O Rockefeller Center. Cada um mais alto, maior, melhor. Olhem para mim, parecem dizer.

Bianca olhou e sorriu. Aquele era o grande dia. Até o clima estava em festa.

Nova York devia ser a cidade mais empolgante do mundo. E ela amava aquela vitalidade, as promessas, o ritmo.

Bianca conseguiu um emprego na Estrela Eventos logo depois de terminar a faculdade e quase não acreditou na própria sorte, ainda mais porque suas duas melhores amigas também estavam lá. Trabalhar para uma grande empresa com sede em Manhattan era um sonho. A energia plena da cidade entrava por sua pele e percorria suas veias como uma injeção de adrenalina. Aqui, poderia se tornar quem quisesse ser. Poderia viver sua vida sem ninguém perguntando vinte e cinco vezes por dia se estava tudo bem. No frenesi de tirar o fôlego que era Nova York, as pessoas estavam ocupadas demais consigo mesmas para ter tempo de pensar nos outros. As interações cavam na superfície e nunca se aprofundavam. Ela se misturava à multidão e estava muito bem assim.

Bianca não queria se destacar. Não queria ser diferente, preciosa ou especial. Ela não queria ser a garota-propaganda de ninguém.

Queria ser anônima. Normal, seja lá o que isso quisesse dizer. E isso finalmente aconteceu, lá, em Nova York.

O caos urbano oferecia um tipo peculiar de privacidade. Tudo se movia rápido.

Quer dizer, tudo menos sua amiga Gizelly, que não gostava muito de madrugar.

— "Promovida" não é minha palavra favorita. "Amor", essa sim, provavelmente é. — Gizelly bocejou, sonolenta. — Ou talvez "sexo", que é a segunda melhor coisa que existe. Eu acho, pelo menos. Não lembro bem, pois faz muito tempo que não faço. Estou até preocupada que possa ter esquecido como se faz. Se algum dia eu ficar pelada de novo na frente de um cara, acho melhor levar um manual de instruções. Por que ninguém em Manhattan quer saber de namorar? Eu não quero só ficar. Quero um parceiro para o resto da vida. Até patos têm parceiros para a vida toda... por que nós não? — Ela fez uma pausa para amarrar o cadarço e suaves mechas de seu cabelo castanho penderam para a frente junto com seus seios, que tinham curvas generosas como um cupcake carnudo. Um homem que vinha caminhando bem na sua frente parou abruptamente, boquiaberto, e outros quatro trombaram contra ele.

Tentando prevenir um engavetamento humano, Bianca agarrou o braço de Gizelly e puxou-a para o lado.

— Você é um perigo ambulante.

— E eu tenho culpa se meus cadarços se desamarram sozinhos?

— O problema não são seus cadarços. O problema é que você acabou de anunciar para toda Manhattan que não faz sexo há mil anos.

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