Quando for dar um passo à frente, não se esqueça de usar palmilhas de silicone.
— Bianca
Bianca estava concentrada no seu notebook, fazendo os últimos ajustes em sua apresentação.
Queria que tudo ficasse perfeito. Não haveria uma única pergunta que não seria capaz de responder.
— Essa vista é realmente espetacular — disse Gizelly, boquiaberta, olhando pela janela. Manu grunhiu, com a cabeça enterrada na caixa que estava desempacotando.
— Temos três semanas para organizar esse evento. Você não tem tempo para ficar olhando a paisagem.
— Essa vista revigora as energias. É empolgante, Manu. Há de tudo acontecendo pela cidade, há pessoas se apaixonando.
— As pessoas não estão se apaixonando, Gizelly. Aqui é Nova York. As pessoas estão empurrando uns aos outros para fora do caminho, enquanto correm atrás do próximo pedacinho da vida delas.
— Você está errada. Tem mágica acontecendo nesta cidade. Ela é repleta de esperanças e possibilidades. — Gizelly inclinou a cabeça contra o vidro da janela. Sua expressão era sonhadora. — Eu acho que vou adorar trabalhar em um escritório chique com o mundo aos meus pés. Agora entendo por que a Rafa trabalha tantas horas. Por que ia querer sair do escritório?Bianca não ergueu os olhos.
Rafa tinha dado uma chance a elas. Era trabalho dela garantir que não arruinassem tudo.
Havia três dias que Bianca estava trabalhando sem parar e a maior parte da noite passada até conseguir organizar o planejamento. Às quatro da madrugada, pegou no sono com o notebook aberto na cama, até as seis e meia, quando foi acordada por uma Gizelly sonolenta que trazia uma caneca de café bem forte e um bolinho de amora que tinha assado mais cedo.
Sabendo a luta que era para Gizelly acordar cedo, Bianca ficou comovida. E agora faltavam poucos minutos para a reunião.
Manu olhou para a amiga.
— Realmente não acredito que você conseguiu, Bianca. Quando você disse que a Rafa queria que o evento fosse realizado em um mês, não dava para saber qual das duas era mais louca: ela por fazer a sugestão ou você por tê-la acatado.
— Eu queria provar que somos capazes.
— Bem, você provou. Ela vai ficar impressionada.
— Quis dizer que queria provar para mim mesma. Eu precisava provar a mim mesma. — Se dessem conta disso, poderiam dar conta de qualquer coisa. — E temos um longo caminho a seguir. Esse é só o começo.
— Mas é um bom começo. Espero que Rafaella reconheça seus superpoderes como negociante.
— Nosso trabalho é fazer tudo isso parecer fácil e tranquilo, não desafiador. O seu desejo é uma ordem, lembra?
— Tenho a sensação de que esse evento vai ser "o seu desejo é nosso ataque dos nervos" — comentou Gizelly. — Você tem certeza de que se trata só de orgulho profissional? Você tem certeza de que não há nada mais pessoal em jogo?
— Não. — Bianca respirou fundo. — O que mais poderia estar em jogo?
— Eu sei lá. Quando vocês estão juntas, soltam mais fagulhas do que os fogos de artifício no ano-novo. Numa noite escura, aposto que dá para ver vocês duas de Nova Jersey.
— É verdade que às vezes parece que estamos o tempo todo em pé de guerra. — E Bianca detestava isso. Sentia falta da relação tranquila e íntima que as duas tinham tido na adolescência.
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Eventualmente
FanfictionCalma, competente e organizada, Bianca Andrade adora um desafio. Depois de passar a infância pulando de médico em médico, ela decide mudar para Nova York para provar o seu valor e mostrar que sim, ela é capaz de qualquer coisa. Qualquer coisa. Desd...