Leave Me Lonely • Criminal Minds (Reescrevendo)

1. Novos amigos

''Nossas vidas são definidas por momentos. Principalmente aqueles que nos pegam de surpresa.'' - Bob Marley.

Observava, cautelosamente, as atitudes do agente ''disfarçado'' no meio da boate. Poderiam ter colocado alguém que se encaixasse no perfil de um cara de balada, não? As coisas estavam saindo como o planejado, o agente não parecia saber que estava no meio de uma missão -super secreta- para eliminar uma das maiores organizações de tráfico humano que também eram os encarregados pelo mais popular site de compras humanas. Não itens para seres humanos, mas seres humanos reais. O grande website ainda se mantinha ativo, já que precisávamos prender o restante dos membros deste Clubinho do mal. O dia era, ou melhor, é hoje.

A reunião foi marcada em um bar, bar este que o proprietário é um exímio membro do website e o principal distribuidor de mulheres. Sua prisão foi a primeira, e ele nem sequer hesitou em entregar os outros em troca de imunidade e proteção à testemunha, porém suas informações não foram tão completas assim, ou seja, ele será preso como todos aqui.

Durante os últimos cinco dias, tivemos o infortúnio de aparecerem dois agentes federais buscando por uma das garotas que havia desaparecido. Uma das várias que lembro de terem desaparecido, desde que comecei a trabalhar disfarçada. Foram, praticamente, cinco anos agindo dentro e coletando o máximo de informações necessárias para acabar com eles e prendê-los enquanto recuperamos o máximo de garotas possível. Muitas nós jamais veremos novamente, jamais saberemos os nomes e a história de suas vidas, mas nós tentamos e, finalmente, iremos conseguir.

Ergo-me da cadeira, ainda observando o agente. Caminho em sua direção, carregando um olhar feroz digno de um Oscar. Paro em sua frente, inclino a cabeça e me aproximo, desrespeitando qualquer regra de espaço pessoal existente. O suficiente perto para que ele pudesse ouvir e para aqueles do outro lado da escuta também pudessem

— Você precisa se armar, agente. Vou me abaixar e quando voltar, atire em qualquer um que se mexer — digo silabicamente. Derrubo uma das argolas em minha orelha, propositalmente, e me abaixo, pegando a sua outra arma escondida no calcanhar. Fico ereta novamente e aponto a arma para o ''pobre'' garçom.

— Todos no chão. Vocês, todos, estão presos — finalmente. Olho para o agente ali, ele apontava sua arma em direção a um velho com duas garotas. Haviam mais sete com armas, todos infiltrados assim como eu. Logo ouço um alvoroço vindo da entrada, mais agentes da CIA adentram o estabelecimento para levar os ali presentes.

...

Observo cada um sendo levado preso, como merecido. Finalmente, a missão de uma vida havia terminado de uma forma satisfatória. Solto um suspiro aliviado e vejo Josh me entregar um dos casacos com CIA de estampa. Adeus, disfarce. Olá, Helena.

Viro-me ao agente com uma expressão confusa em sua face e certo incômodo com a escuta, já que de repente ele a tira. Lhe olho e aponto com a cabeça para saída, devo uma explicação. Não só para ele, mas para seu chefe, aos policiais que estavam envolvidos nos casos de desaparecimento e para meu chefe. Engulo em seco, a última vai ser a mais complicada.

Ao sair do bar, vejo algumas vans com as iniciais da agência sendo preenchidas pelos presos, mas avisto também um grupo de pessoas sendo impedido de passar.

— É a minha equipe — escuto o agente sem nome dizer. Abano com a mão chamando atenção dos rapazes que os impediam e faço um sinal de positivo, às permitindo passar. Analiso suas expressões de longe, não era das melhores.

Uma mulher loira corre e abraça o agente, enquanto os outros parecem aliviados em ver o colega bem. Porém, duas coisas me chamam a atenção: a carranca da mulher de cabelos pretos e um senhor que me parecia familiar (e vamos combinar, velho demais para a vida em campo). Fecho o casaco e tento prender o cabelo, na esperança de parecer mais apresentável nas explicações que lhes diria.