5. Chá

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''Tenho medo de homens de terno, eles usam tal qual uma arma para iludir'.' - Nilton Mendonça


Com grande felicidade dirijo em direção ao campo de tiro, após o caso anterior, Emilly havia me oficializado dentro da equipe. Eu apenas preciso passar na avaliação de campo, que basicamente consiste na disposição física e nas habilidades com armas. Fichinha para mim, não querendo me gabar.

No campo de tiro, os instrutores me deram uma arma e colete, mostraram o pequeno percurso que teria que percorrer onde apareceriam ''suspeitos'' e ''inocentes'' de papelão em possíveis situações de risco. Foram quinze minutos de completa concentração e foco. Após o percurso, dirigia-me para a ala onde apenas acertaria alvos, sem precisar desviar de coisas e olhar entre portas.

Na ala de alvos, uso óculos de proteção e fones para abafar o barulho dos tiros, me coloco em uma das cabines livres e começo os disparos certeiros. Após finalizar, deixo meu óculos de proteção e arma sobre a pequena bancada que havia na cabine, virando o corpo para chamar um dos instrutores, acabo por me deparar com uma figura alta de terno.

— Reid? — perguntei com certa dúvida, não esperava encontrá-lo aqui.

— Rodrigues, você é realmente boa com armas como diz em sua ficha — coloca suas mãos no bolso e encara os alvos com disparos exatamente em pontos vitais.

— Você andou olhando minha ficha, doutor Reid? — sorrio de lado e mordo o lábio.

— Na verdade, a Penélope me obrigou a olhar e...— tenta se justificar rapidamente enquanto coça a cabeça, ele sempre parece constrangido comigo.

— Sei, a Penélope — cerro os olhos, será que eu assusto ele?

— Ficamos sabendo que a Emilly oficializou você — sorrio fechado e ergue A sobrancelhas, fugindo das minha alfinetada.

— Pois é, parece que irei atazanar vocês todos os dias — finjo tristeza na voz — Mas o que você está fazendo aqui? Reavaliação? — não consigo segurar minha curiosidade. Será que ele é tão bom com mira quanto eu?

— A alguns meses aconteceram algumas coisas e tenho que fazer avaliações semestrais — ok, e fugiu muito da resposta agora, não tem problema!

— Melhor avaliação do que ser mais um número na crescente estatística do desemprego...— torço a boca. Vejo ele soltar uma risada nasal. Logo o instrutor aparece, recolhe os pertences e explica como funciona o resultado. Caminho para fora do lugar, esperando na frente do lugar, já que não me despedi decentemente de Reid.

...

Apoio no carro e jogo um joguinho aleatório no telefone, faziam uns vinte minutos que aguardava Spencer aparecer para então ir embora. Prestes a desistir de esperar o doutor, o vejo cruzar a porta do local e guardo o celular no bolso, desencosto do carro e caminho devagar até ele.

— Ei, eu nem me despedi de você — esclareço antes que ele pense que sou uma doida que o stalkeia ou algo assim.

— Tudo bem, não é como se não fossemos nos ver todos os dias, não é? — seu tom de voz sai tranquilo, mais do que antes.

— Você está sempre coberto de razão, amigo — concordo com a cabeça. Talvez eu só queria ver ele mais um pouquinho, não sei. Vejo um sorriso de canto aparecer em sua face — Veio a pé? — sorrio de lado, tentando olhar em seus olhos quase fechados pelo sol forte.

— Trem — ajeita sua pasta costumeira e mexe nos cabelos.

— Você sabe quantos germes tem lá? — faço careta, ele é germofóbico, não?

Leave Me Lonely  •  Criminal Minds (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora