Epilogo - Adeus, Helena!

791 41 24
                                    


                                                                Spencer Reid - Ponto de vista

Encaro as pastas sobre a mesa à minha frente, seria um voo rápido até Los Angeles e, no momento atual, era o que precisávamos, já que seria um caso rápido e perigoso: atentado à escola com reféns. Sinto o toque de JJ em meu ombro e sorrio para mesma, a vendo sentar na poltrona à frente. Pelo que a conhecia, ela me faria a pergunta que estava querendo uma resposta a meses.

- Agora que Luke parou de olhar para você como um leão e a Penélope parou de tentar colocar sal no seu café, o que acha de me responder aquilo? - fala, torcendo a boca e dando um gole no conteúdo de sua xícara. Ajeito-me sobre a poltrona, recordando sobre os últimos seis meses que meus colegas estavam sendo, levemente, hostis. No entanto, era compreensível.

- Você não faria o mesmo, JJ? Digo, se fizessem com você? - franzo cenho, encarando ela olhar para o horizonte e pensar sobre.

- Talvez pior - cogita, sorrindo fraco. Retribuo. Umedeço os lábios e desvio de seu olhar curioso.

- Eu confundi as coisas e acabei magoando alguém - digo sem hesitar, assim como tinha passado os últimos meses planejando.

- Vocês ficavam bem juntos - comenta, cerrando os olhos e procurando algum traço de incerteza. Concordo com a cabeça.

- As pessoas certas surgem no momento errado...digo, minha psicóloga me disse - cerro os olhos, intercalando meu olhar entre JJ e a janela ao nosso lado. Vejo ela fazer uma expressão surpresa.

- Quem diria, Spencer Reid falando sobre sua psicóloga em...- JJ brinca. sorrio de lado. Terapia não era um pesadelo como sempre afirmei para mim mesmo, estava me fazendo bem.

- Você deveria tentar - opino, olhando para ela. Vejo sua cabeça negar.

- Dois filhos, um emprego e um marido? Não há espaço para isso - fala, negando com as mãos - Mas tem feito bem para você, consigo ver - sorri, orgulhosa.

- Me sinto mais...confiante? - franzo o cenho, arrumando a gravata em meu pescoço em seguida.

- Isso é ótimo, Spence - sorri alegre, retribuo. Desvio o olhar para janela, respirando fundo e voltando a ler algumas páginas até chegarmos em LA.

(...)

- Eu entendo o que vocês sentem, ok? Já fui como vocês eram. Os apelidos, as brincadeiras sem graça... - digo com as mãos erguidas. A negociação com os dois adolescentes armados estava sendo complicada, tínhamos dois perfis ali: um dominante e outro submisso. Em qualquer momento o dominante poderia se cansar de ouvir e finalizar com aquilo. Temia pela vida das crianças que ainda continuavam na sala, já que eles haviam descumprido o acordo feito: dois agentes pelas crianças. O plano era Luke e eu encarnarmos o bom e o mal policial, no entanto não podíamos fazê-lo, já que as crianças ainda estavam ali -...os chutes, as bolinhas de papel, sabe...Eu passei o colegial inteiro sofrendo o que vocês passam - continuo, tentando ganhar a empatia dos dois garotos. Troco olhares com Luke, ele teria que ser o cara mal ali.

- Talvez você merecesse - diz Luke, rindo nasal. Os dois encaram o homem, apontando suas automáticas para ele.

- Merecesse ser surrado apenas por ser mais inteligente? - finjo estar alterado. Alves concorda com a cabeça. Nós precisávamos fazer com que eles ficassem em frente às janelas ou com que se entregassem. Jovens e feridos. Sabia o quão doloroso era passar pelo que eles passavam todos os dias.

Leave Me Lonely  •  Criminal Minds (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora