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'O cão não ladra por valentia e sim por medo. '' — Provérbio Chinês
— Alves, qual o problema de falar sobre Nietzsche? — cruzo os braços sobre o peito e troco o peso da perna, quase me sentando sobre minha mesa.
Eu adoro incomodar Luke com alguma discussão filosófica aleatória.
— Debates filosóficos com você nunca dão certo, Rodrigues — comenta. Ergo uma das sobrancelhas e pisco rápido.
— Dá certo sim, qual é? — não dá não.
— Da última vez, eu pensei que você fosse me bater — resmunga, cruzando seus braços também.
— Nunca disse isso, talvez tenha pensado...— murmuro e olho para o horizonte. O vejo negar com a cabeça e olhar para trás de mim. Franzo o cenho, desviando a atenção de si e viro o rosto para trás, tomando um susto pela figura próxima ao meu ombro. Salto para frente, me afastando com os olhos completamente arregalados.
Pai do céu.
— Caral...— solto, me interrompendo em seguida. Avalio a, nada, amigável máscara de palhaço, observando o dono em seguida, que pela bolsa marrom e terno identifico como Spencer.
Respiro fundo, levando minha mão ao meu coração acelerado.
Eu gosto quando essa gracinha acelera meu coração de outras maneiras, não me assustando.
— Eu vi medo nos seus olhos? — Luke se aproxima, zombeteiro. Reviro os olhos e tento estabilizar meu coração.
— Palhaços são amedrontadores, ok? — levo a mão ao peito, ofendida— O que você faz com essa máscara, Reid? É Halloween ou algo do tipo?
— Medo de palhaços? Não acredito — Luke bate seu ombro no meu, continuando a testar minha paciência, que para ele é praticamente nula
— Você sabia que a probabilidade deles guardarem uma faca naquelas perucas são enormes? — nem deve ter um dado concreto sobre isso — Reid? — questiono, estranhando o silêncio do mesmo.
Vejo seu braço se mover, chegando em minha orelha e tirando algo dali. Confesso que quase afasto minha cabeça de seu toque, eu realmente não gosto de palhaços.
Franzo o cenho ao vê-lo com um pirulito na mão.
— Essa é sua técnica de conquistar garotas, senhor palhaço mágico? — coloco minha mão sobre a sua — Minha mãe sempre me disse para não aceitar doce de estranhos mascarados — argumento, na intenção que ele tire aquela coisa horrível de si. Por fim, ele tira a máscara e sorri para mim.
— Coulrofobia? — pergunta, arrumando o cabelo com a mão. Pego o pirulito e nego com a cabeça.
— Não é fobia, é apenas noção de não confiar que alguém com maquiagem branca e um sorriso vermelho não vai ter uma hipotética psicose assassina — isso é óbvio. Desembrulho o doce.
— Imagino que você conheça o caso de John Wayne Gacy, o famoso palhaço assassino...— tilinta seus dedos.
Seus dedos. Seus obscenos dedos na minha frente. Mordo o lábio e tento calar minha mente promíscua.
Trabalho!
— Eu não sou paranoica a toa — lanço uma piscadela e coloco o pirulito na boca, o fitando da forma mais libidinosa que posso. O vejo prender os lábios e negar com a cabeça, desaprovando.
Trabalho, Helena!
— Temos um caso — surge a voz de Emilly no ambiente, salto de susto para frente e nego com a cabeça. Isso não teria acontecido se não tivesse visto um palhaço assustador a essas horas. Ou se não estivesse sendo uma safada para Spencer e com medo de ser pega.
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Leave Me Lonely • Criminal Minds (Reescrevendo)
Romance(Capítulos reescritos 1 ao 21) Existem coisas na vida que simplesmente acontecem. Ao invés de ficar sozinha naquele bar ou de ir embora quando ainda havia tempo, resolvi ficar e me aventurar. Nas inconstâncias do destino, cai num amor perigoso, mas...