13. Só

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''E se eu não for um super-herói? E se eu for o vilão?'' - Stephenie Meyer


Tempos ruins. Apenas minha semana ruim, meu maior desejo seria estar trancada no porão mais úmido e sujo, apenas para fugir de contato social e externo, evitando assim qualquer tipo de questionamento pela minha estranheza, principalmente vindo dos perfiladores fofoqueiros que eu chamo de equipe. Infelizmente não é como o mundo gira e existem seres ruins soltos pela sociedade e meu trabalho é capturá-los. Com minha cabeça doendo e um vazio existencial profundo gritando no lado esquerdo do peito, tento prestar atenção no caso que temos à frente. Como é meu dia de sorte: um caso em Los Angeles, a única coisa que não gostaria essa semana.

— Este é Michael King, foi visto pela última vez correndo em uma rua, 14 anos — Penélope informa, passando as fotos na tela. A décima terceira vítima de uma sequência de assassinatos, já é o momento em que eu pontuo o racismo policial ou é cedo?

— As idades são bastante variadas — exclama Matt. Estavam entre 14 e 30 anos.

— Duas das possíveis vítimas eram homossexuais, crime de ódio talvez? — reviro os olhos para afirmação de JJ, outro tipo de ódio, sim!

— Vemos isso melhor a caminho — informa Prentiss. Percebo a deliberação acabar, me levanto da cadeira e parto para sair, frustrada.

— Ei...você está bem? — escuto perguntarem, viro e vejo os olhares da equipe direcionados para mim.

— Sim — respondo, continuando minha ação anterior.

No caminho, dentro do avião, permaneço em silêncio os escutando confabularem sobre o caso que já cogitava-se o unsub ser negro, devido a vitimologia e os crimes entre raças serem mais raros. Guardo para mim as semelhanças que esse caso parece ter com o caso Dahmer, o que não seria estranho ter um imitador após tanta fama e mídia sobre a incapacidade policial em trabalhar em casos onde as vítimas estão à margem da sociedade e mesmo depois de anos, temos mais treze vítimas com o mesmo padrão, só sendo investigadas e notadas agora.

...

Como sempre, nossa presença é notada pelos policiais da delegacia local ao chegarmos, quem dera eles notassem outras coisas, como as pessoas que eles tem obrigação de cuidar e servir desaparecendo.

— Olá, vocês devem lembrar de mim — fala o policial se aproximando. O restante da equipe parece lembrar dele, no entanto não tenho a mínima ideia de quem seja.

— Claro, a imprensa já foi avisada sobre os sumiços? — pergunta JJ. O homem faz uma expressão estranha, pelo jeito isso é um não.

— Nós estamos evitando alertar a imprensa, já que não temos realmente certeza se existe um serial killer ou é apenas um grande coincidência — explica, me fazendo revirar os olhos e sorrir desgostosa. Pelo que conheço de LA, dificilmente o policial está evitando falar sobre o elefante no meio da sala para não criar pânico, mas para evitar que os turistas parem de vir até aqui, já que é uma das épocas mais agitadas e o outro motivo já mais que óbvio, ele não liga o suficiente para quem está sumindo.

— De coincidências e erros a prisão está cheia — alfineto, ácida. O policial parece abstrair o que digo, mas com certeza ele ouviu.

— Na verdade, não fui eu quem chamou-lhes aqui...— parece desconfortável. Sinto meu lábio superior se erguer, em nojo. Claro que não havia sido, você é um imprestável.

Vejo o homem chamar alguém com as mãos e se voltar a nós novamente, outro policial então se aproxima.

— Olá, Mike Harrison...Eu sou encarregado de cuidar da zona leste e algumas queixas começaram a chegar a mim, achei melhor levar até o chefe e pedir ajuda de vocês — fala o homem, se apresentando. Um homem negro, jovem e nervoso.

Leave Me Lonely  •  Criminal Minds (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora