Capítulo 10

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Kana estava encarando o brilho daquela noite pela pequena janela que havia no local onde estava. Estava sozinha, então não ousou esconder suas lágrimas enquanto olhava para a enorme lua que estava no céu naquela noite. As lágrimas que deslizavam por seu rosto, caiam sem sua permissão, a dor de relembrar a cada momento as palavras cruéis que teve que ouvir do homem que amava, doía mais do que a dor do seu corpo.

- Oh, você ainda estar acordada!

Kana ouviu uma voz calma, mas que ainda demostrava certo medo da jovem. Limpou seu rosto e baixou a cabeça. Mesmo sem ver, podia ouvir os passos cheios de medo da mulher.

- Eu não vou machucar você. Poderia me tratar como alguém normal?

Pediu sentindo certa angústia em seu pedido. Jamais pensou que um dia teria que expor um pedido como esse. Sentia que havia se tornado o monstro que nunca desejou. Perguntava se era assim que Madara se sentia quando caminhava por Konoha. Obviamente, era. A única diferença entre eles, era que Madara era livre e foi para por aquele capaz disso, Hashirama. Já o destino de Kana teve outros caminhos, fora pega pelos ninjas de Amegakure. Agora, estava sobre vigilância constante, Kana não culpava o exagero de querer vigiar ela, afinal aquela cena da sua luta traumatizaria qualquer um.

- Eu trouxe algo para você comer...

Kana percebeu que não adiantaria de nada tentar mostrar sua delicadeza, questionava se o que lhe restava era ser o que eles queriam que fosse, mas não cederia dessa forma. Estava decidida, correria atrás para mostrar sua inocência.

- Querida, Tobirama não concordará com isso.

- Não importa, Hashirama! É Kana, não deixarei ela sozinha em um país estranho, que até onde eu saiba, não temos nenhum tipo de aliança.

- Querida, por favor, não posso deixa que vá sozinha.

- Então decida-se, Hashirama. Eu partirei com ou sem você.

Mito estava decidida a ir ver a garota em Amegakure a qualquer custo e Hashirama sentia que isso poderia causa uma guerra entre Mito e Tobirama. O moreno sabia que o irmão seria contra e na pior das hipóteses, proibiria a ruiva de sair de Konoha para qualquer que seja a necessidade. Hashirama sentiu o peso de tomar uma decisão impensada, como sua esposa estava tomando.

Mito chamou seus dois filhos e o mais velho surgiu na sala segurando o mais novo no colo e carregando com si a bolsa que a mulher havia separado para os dois, ela o bebê nos braços e segurou a mão do mais velho, deu uma última encarada em seu esposo e seguiu com seus dois filhos para fora da residência dos Senju. Mal saiu da casa e já se encontrou com o cunhado.

- Para onde está indo, Mito-san?

- Irei sair!

- Vai visitar sua família?

- Para quer que saber, Tobirama?

A mulher não hesitou em ser ignorante com o cunhado, perdendo qualquer tipo de simpatia que tinha com o mesmo. A raiva por saber que o homem havia deixado Kana para trás, sozinha e sem nenhum tipo de consideração, a dominava toda vez que o platinado surgia querendo conversar com a mesma. E era isso que mais Mito detestava, Tobirama querer agir como se tudo estivesse normal.

Mito saiu e Tobirama entrou na residência vendo seu irmão na sala preocupado com algo, o platinado sabia bem quando o irmão estava encurralado. Por impulso, olhou para trás e juntou as peças, sempre percebendo o que estava acontecendo. O suspiro que o mais novo deu chamou a atenção do moreno, que ia falar algo, mas o irmão não deixou tornando a sair da casa. Dessa vez, Hashirama que suspirou.

Mito finalmente havia chegado no distrito onde todos os Uchiha moram, ela entrou e caminhou até a casa de Mikoto. Não pode deixar de sentir a falta de Kana ao passar em frente a sua casa e ver tudo fechado. Sentiu seu peito doer imaginando o que a jovem poderia estar sofrendo naquele lugar em que fora deixada, não pode deixar de se sentir culpada por não ter chegado a tempo naquele dia, imaginando como a garota havia lhe enganado.

Deveria te odiar, mas eu te amo... Senju TobiramaOnde histórias criam vida. Descubra agora