Capítulo 11

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O interrogatório fora bem intenso, Kagami e Fugaku não se renderam de forma alguma, apesar dos dias que passaram naquela sala. Tobirama já havia os liberado, levando em conta não ter mais cabeça e não sabia mais o que fazer para que os dois contassem o que estava acontecendo.

- Como pode Hashirama? Você sabe o quão preocupada Mikoto estava? Apreensiva, coitada! - a ruiva já não tinha controle dos seus gritos com os dois homens a sua frente. - Como pode prendê-los por nada!?

- Mito, não os prendemos, apenas isolamos para conseguir informações.

Tobirama indagou evitando olhar sua cunhada, a mulher estava furiosa, não acreditava no que estava acontecendo, já não bastava Kana e Shisui, agora tinha mais essa novidade.

- Isolar? - questionou sarcástica. - Do mesmo jeito que fez com Kana?

A expressão de Tobirama mudou drasticamente. Ele sabia da situação de Kana, isolada em uma cela sozinha e sabe lá como estava sua situação. Apesar da expressão de Tobirama, ele já tinha consciência do que fizera, e não se perdoará tão fácil pelos atos impensado dele.

- Querida, vamos manter a calma, está bem? - pediu Hashirama se pondo no meio dos dois. - Mito, querida, eles estão bem. Apenas precisavamos que eles nos dissessem onde estava as anotações de Kana, só isso.

Tobirama se recolheu até a janela, onde se pôs a admirar o extenso céu daquela noite, a lua cheia e as poucas estrelas que ali eram visíveis. E foi daquela forma, que se desligou do que estava acontecendo ao seu redor e passou a questionar a si mesmo sobre inúmeras coisas que acontecerá nas últimas semanas.

Mito e Hashirama já haviam se retirado do escritório, o platinado já estava sozinho a um bom tempo. Mito havia mudado os planos de sua viagem a pedido de Hashirama, ele estava preocupado demais em deixa-la ir só. Tobirama não interferiu na decisão da cunhada, no fundo, ele desejava fazer a mesma coisa que a ruiva.
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- Você está bem?

A pergunta fez a jovem olhar para o chão, estava livre daquela prisão graças ao pedido de apelo de Hashirama. Mesmo que o moreno ainda não tivesse ido visitá-la, ele ainda cuidava da garota.

- É estranho, o clima aqui é diferente.

Foi tudo que expressou. Seu olhar que antes estava no chão, agora mirava o grande céu, a lua grande que iluminava as ruas poucos iluminadas. Kana estava sendo guiada até uma pequena pousada onde ficará morando, até receber permissão para sair da vila.

- Você não se importa de viver aqui, não é?

Novamente uma pergunta que a deixou para baixo. Desejava retornar para sua casa, para seu distrito, para seu clã e para sua vila, mas parecia que isso estava longe de acontecer. A porta da pousada foi aberta e Kana encarou o pequeno quarto onde viveria por mais um tempo.

- Hashirama-sama pediu para entregar esse envelope a você. - a mulher entregou uma carta a Kana, que pegou com um mínimo sorriso. - Bom, vou deixar você descansar. Tem roupas nas gavetas e comida nos armários.

Após passar todas as informações para Kana, a mulher se retirou e deixou a jovem sozinha naquele quarto. A garota sentou-se na cama e encarou o envelope em suas mãos, não acreditava que o moreno havia lhe tirado da prisão.

Abriu a carta com uma certa pressa e passou a ler. Cada palavra, uma emoção. Cada frase, uma lágrima. Cada parágrafo, uma memória. Descobrirá através da carta que todos estavam bem, o clã não a odiava, mas também não entendia o motivo do que fizera, e descobriu que Shisui havia sido gravemente afetado com a sua partida, o que partiu o coração de Kana ao ler aquela notícia. Desejava ver seu menino e o abraçar, e informar que fizera para proteger a ele e a vila. Um sacrifício que ela faria sem pensar duas vezes, mesmo que perdesse sua vida, ela lutaria para protegê-lo. O sacrifício que esperava que Shisui compreendesse, não só ele, como todos. Descobrirá também, que Tobirama estava mal, mesmo que tentasse disfarçar e Kana temeu por seu clã, mesmo que soubesse que ele não os machucaria, mas temia mesmo assim. O passado dos Uchiha e dos Senju, não era agradável, e mesmo querendo proteger o homem, naquele momento, Kana não podia perdoá-lo pelas duras palavras que dissera a garota quando a largou naquela prisão.

Deveria te odiar, mas eu te amo... Senju TobiramaOnde histórias criam vida. Descubra agora