Lágrimas Ininterruptas (Concluída)

Tanjiro XX

Ubuyashiki está morto. Tamayo também se foi. Seus aliados continuam a cair, um após o outro. Mas dessa vez, os de Muzan também caem, desfazendo-se em cinzas, o cheiro de tristeza e dor profundamente enraizado a suas almas.

O castelo continua a mover-se, trocando suas salas, fechando e abrindo portas, onde a gravidade segue a vontade de seu mestre. Eles precisam deter Nakime, para que possam chegar a Muzan. Se a droga de Tamayo funcionar, esse é o momento, eles não podem deixar que essa oportunidade paga com sangue, seja perdida.

Cada caçador está determinado, seus aliados, estão ali para dar tudo de si e mais. Tanjiro também o fará, ele esperou por isso, o anseio que se fazia real, sua vingança e justiça. Giyuu está com ele, suas lâminas cortam cada oni que se opôs a sua passagem. Nenhuma das luas superiores vem para enfrentá-los, contudo, os corvos continuam a voar, eles grasnam seus relatos, então eles não param, sabendo que outros enfrentam a morte e não recuam, dando suas vidas por família, amigos, sonhos e crenças.

Aquela é uma noite sem fim, o tempo se estende, onde a escuridão do céu se mostra indiferente aos apelos pelo novo amanhã. Quando Nakime é achada, Tanjiro identifica Yushiro, o pequeno demônio se mostra mais engenhoso do que lhe dão créditos. Aquele mundo se torna deles, mas não dura, ele sente quando progenitor desperta, sua fúria fria, sua fome uma ameaça clara. O progenitor não hesita em eliminar Nakime, suas células a destroem e o mundo começa a minguar.

Aqueles que ainda podem se mover, lutar, não ficam parados. Eles devem chegar a Muzan. Saltando sobre um mundo em queda, Tanjiro respira, o fogo canta em suas veias e consome sua lâmina quando ele a brande. Sua lâmina está vermelha ao corta os tentáculos que avançam sobre ele, não é surpresa que Tanjiro seja o alvo preferido do progenitor. Tanjito é o que Muzan deseja, aquele que tem o sol.

Muzan é poderoso, ele repele cada ataque, outros caçadores se juntam, eles estão desesperados, usando cada traço de seu poder, as marcas despertadas os consumindo. De volta a seu mundo, o nascer do sol se aproxima, cortar a cabeça do progenitor seria apreciável, mas Tanjiro dúvida que fosse o suficiente. Eles precisavam o segurar ali, sob o céu cada vez mais claro, onde o sol iria consumi-lo em nada.

- Kamado!- Obanai o chama, sangue vertendo de um olho cortado, as bandagens que escondiam suas cicatrizes, estão ausentes.- Você precisa se aproximar, use seu fogo, ou qualquer que seja seu lance. Não podemos o deixar fugir.

- Vamos deter suas investidas, foque em se aproximar.- Giyuu acrescenta, ele está ofegante, há arranhões em seus braços e bochecha, mas é tudo, e isso enche Tanjiro de alívio. Então ele ver, quando Giyuu se volta para ele por um breve instante, uma marca azul escura adorna o outro lado de sua face, o símbolo de poder como caçador.

Há um sentimento misto e confuso em seu peito, orgulho e pesar que o atormenta.

Ele sabe que lutar, nem sempre é vencer, as vezes perder parece um alento, frente a ausência de vida quando o confronto se finda e você é o único que resta. Tanjiro não quer ser o único, ele quer Giyuu, assim como Nezuko, muito já foi perdido, ele atingiu sua cota de sacrifícios, mesmo que essa perspectiva seja egoísta. O completo sacrifício, está para heróis, ele não é um e não voltará a tentar ser.

A respiração do sol consiste em doze formas, contudo, se ele continuar a dançar, sem que seus pulmões queimem, a décima terceira forma se fará e esse, é o poder que Muzan teme, além do astro que traz luz e calor ao mundo. Ele nunca conheceu Yoriichi, mas ele sabe quem ele foi, um amigo próximo de seus antepassados, o mesmo personagem nebuloso que aterroriza as memórias de Muzan.

Míseros minutos é o que os separa de uma vitoria, Muzan já não tenta revidar ativamente, mas se esquivar para um canto escuro. Há cicatrizes se mostrando na pele antes imaculada, feridas que ele nunca pode fazer desaparecer por completo. É como ter Yoriichi o guiando, o mostrando onde cortar, seu fio de abertura.