{ O banho }

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Naquele instante, percebes que irias ficar ali por vários dias, por muito tempo, pensas como irias fugir dali mas era praticamente impossível, dado que estás presa. Brahms dormia profundamente no fundo da cama, por mais que ele estava a dormir, só vinha a tua cabeça o aviso de que as coisas iriam piorar quando ele acordasse. A imagem da morte de Malcolm surgiu inúmeras vezes na tua cabeça, de vez em quando soluçavas em silêncio para que ele não te ouvisse. 

Nos dias a seguir, foram todos iguais, ficaste presa por 5 dias, os teus pulsos já doíam e já sentias dores insuportáveis que não permitiram que dormisses. Nessa manhã, ele foi na tua direção com o pequeno almoço, Brahms conseguiu observar a tua cara de sofrimento, por conta disso, removeu as cordas apertadas dos teus pulsos fazendo assim que suspirasses de alivio.

Pensamento Brahms

Gostava que ela não estivesse tão assustada quando estou perto dela, eu não a quero magoar e vê-la assim, custa-me muito. Mas agora ela tinha que ser castigada pelo que ela fez, não escolherei puni-la porque ainda porque acho demasiado cedo para tal coisa. 

Estás tão assustada que encontras-te numa longa distância dele enquanto aproveitas a tua refeição feita por Brahms. Eram umas panquecas, não estavam 100% boas mas estavam comestíveis. Ao pousar o prato no tabuleiro, ele levanta-se rapidamente e dirige-se até á casa de banho, enquanto ele demorou lá dentro a fazer qualquer coisa, guardas uma faca debaixo da tua cama para utilizares depois. Ao voltar, em suas mãos traziam uma caixa de primeiros-socorros, de imediato, ele começou a fazer um curativo nos teus pulsos e por conta disso, de vez em quando contorcias e gemias de leve por conta da dor. Isso chamou a atenção de Brahms, que ao acabar de fazer o curativo, delicadamente puxou a mascará para cima, mas duma maneira que impedisse de veres qualquer ponto do seu rosto e dá um beijo delicado nas tuas mãos. Por mais que fosse um gesto bonito, não deixavas de ter medo dele.

- Hoje já podes vir comigo lá para baixo, mas seja uma boa menina.

Ao saíres, sentes o ar fresco vindo do lado de fora, desejas profundamente não voltar a ficar trancada naquele quarto assim como tiveste durante uma semana inteira. Foram ambos para a sala, sentaram-se no sofá de lado a lado, e num instante seus grandes braços envolveram-te para aquecerem-te. Seu cheiro não estava nada bom, então seria uma boa ideia aconselhares que ele deveria tomar banho, para que pelo menos não tivesses que aguentar com aquele cheiro durante muito tempo.

Brahms, que tal ires tomar um banho?

Brahms observa-te por uns momentos, acaba por levantar-se e agarra a tua mão para seguires caminho com ele. No começo ficaste confusa, mas logo percebeste o que ele queria fazer, ficaste arrepiada só de imaginar, ele queria que lhe desses o banho. Quando ele entra na porta, tu impedes que tu entres, Brahms olhou para ti confusos, mas rapidamente percebeu do porque teres feito isso e logo ele começou por tentar puxar-te para dentro.

- Dá-me banho.

- Tu já és muito grande para alguém dar-te banho, consegues muito bem faze-lo sozinho Brahms.

Pensamento Brahms

Irrita-me vê-la tão apegada ao boneco e agora porquê ela não poderia fazer o mesmo comigo? Eu quero que ela faça o mesmo que fazia com aquele boneco! Decido aproximar-me dela, encosto a minha máscara em sua cabeça, a minha respiração irritada demonstrava completamente o que estava a sentir no momento e a mesma percebe muito bem disso, já que conseguia observar ela tremer cada vez que ficava mais próximo.

Queres voltar a ficar presa no quarto?

A forma rude em que ele falava-te assustava-te, não querias de modo algum fazer aquilo, simplesmente fugir daquele lugar e tentar recuperar de um novo trauma. Mas ao pensares um pouco, consegues ter uma ideia, se caso ganhares a confiança suficiente com ele, seria uma boa forma de conseguires fugir enquanto ele dava-te a oportunidade de estares livre. Aquilo teria que acontecer, mesmo que não quisesses, por isso, lentamente retiras a sua roupa e ao máximo tentas não demonstrar o teu desconforto. A única peça de roupa que pediste que ele retirasse a si mesmo foi os boxers velhos e imundos, por tua admiração ele o fez. Ao entrarem na casa de banho, preparas a banheira para ele que logo a seguir o mesmo entra sem demora. Brahms não retirava a máscara de jeito nenhum, porém, não era do teu interesse insistir para que isso acontecesse. Esfregavas os seus cabelos, enquanto ele lavava-se com o sabão, ficaste aliviada em saber que pelo menos não terias que lava-lo por completo. 

Ao sair do banho, com uma toalha o cobres e o levas até ao quarto para prepara-lo para dormir.

Pensamento Brahms

Por mais que que eu quisesse que a S/n tocasse-me assim como tocava em Malcolm, acho que é muito cedo para ela, obviamente recusaria! O seu medo era sentido a todo o momento, por mais que não fizesse nada, ela sentia-se desconfortável!

Começas por vestir Brahms com roupas limpas e adequadas para ele, menos os boxers que o mesmo decidiu colocar, como ele não queria dormir, foram os dois para a sala ver alguma coisa na TV. Não passava nada de jeito como o habitual, e por conta disso, acabaste por adormecer nos braços dele de tão cansada que encontravas-te. Sabias que aquilo não era certo, dado que ele era o assassino do Malcolm, mas não conseguiste resistir, os braços dele quentes fizeram-te apagar num instante.

Pensamento Brahms

Seu rosto era tão lindo, não consigo lembrar-me de ter tido uma empregada tão bela e jovem a cuidar de mim. Mesmo a dormir, conseguir fazer o meu coração disparar só de observar os seus lábios rosados e que pareciam macios. Eu queria tanto poder beija-los, senti-los! Quero tanto que ela não tenha mais medo de mim, que sinta-se confortável comigo.

Não sabes quantas horas acabaste por dormir, mas quando acordaste, ainda estavas no sofá, um cheiro a comida invadia a casa inteira. Ao seguires o cheiro, deparas-te com Brahms na cozinha de costas a cozinhar cuidadosamente, decidiste que seria naquele momento que terias oportunidade de fugir daquele homem horrível. Ao andares pela casa, voltaste até á sala, lá, tinha uma janela do tamanho certo para o teu corpo. Ao abrires cuidadosamente, sais e sem pensares duas vezes começas a correr numa velocidade tão grande que nem lembras-te da última vez que corrias daquela forma. Não demorou muito até que uma mão segura-se o teu braço, impedindo-te de correres, e logo a seguir o outro braço foi posto no teu pescoço, quase a asfixiar-te para que não gritasses. Ao chegarem em casa, foste brutalmente atirada para o chão, enquanto Brahms trancava a porta, imaginavas o pior cenário, estavas tão perto, novamente estavas nas mãos dele e desta vez, já não seria fácil escapar. Suas mãos grandes são colocadas no teu pescoço, apertavam tanto que o pânico de não conseguires captar nem um pouco de ar, começou a dominar-te. 

Brahms- Não voltes a tentar fugir! Se tentares repetir isto, eu vou atrás de ti e vou matar-te! Assim como fiz com o teu namorado!

Ao seres solta, a sua mão pousa nos teus cabelos, és arrastada para o quarto novamente, não querias de jeito nenhum voltar a passar por aquelas dores terríveis! Daquela forma, seria impossível fugires! De novo, Brahms prende os teus pulsos junto á cama, com a mesma força de antes, sem teres oportunidade de implorar para que ele pudesse soltar-te, ele sai do quarto extremamente irritado. Ao anoitecer, as tuas mãos já estavam quentes de tanta luta, já estavam vermelha e ligeiramente feridas, já começavas a sentir aquelas mesma dores que tinhas sentido naqueles cinco dias. Os teus olhos estavam exaustos, querias deitar-te e sentir aquele colchão macio e quente, e não aquele chão frio que parecia nunca aquecer.
Subitamente, Brahms entra novamente, no entanto, como estava escuro não conseguias vê-lo  muito bem. Ao chegar-se perto de ti, deita-se sobre as tuas pernas e aquelas grandes braços envolviam a tua cintura por completo. Os pequenos soluços surgiram, ele parecia uma criança perdida e abandonada, que queria conforto, que estava assustado e acima de tudo, magoado.

- Por favor, eu imploro-te, não me deixes sozinho aqui.

Pensamento Brahms

Eu não sei se ela será capaz de perdoar-me, será que conseguirei convence-la em não abandonar-me? Eu não tenho ninguém, só a tenho a ela, se ela for embora, irei ficar sozinho para sempre.

Mesmo que não desejasses, ficaste ligeiramente com pena dele. Brahms é perigoso, pois não consegue controlar-se em momentos de raiva, mas Brahms deve carregar com ele algum trauma para ter chegado a este nível. Não conseguias falar e muito menos tocar nele, o teu olhar continuava nele e pensavas o que seria certo ou errado.

Não me deixes- Brahms x S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora