Não me deixes- Brahms x S/n

[ A perda ]

De repente observas a água a ficar totalmente ensanguentada, rapidamente percebes o que aconteceu, o que mais conseguias fazer naquele momento era chorar. Não estavas a acreditar naquilo que estava a acontecer, como iria o Brahms reagir?

Brahms

Voltei para o quarto sem nada nas mãos, só roupa e toalhas para ela, mas quando entrei fiquei aterrorizado quando vejo a S/n dentro da banheira cheia de sangue. 

- O que aconteceu S/n!?

Vias a preocupação em seus olhos, então tinhas que ser sincera com ele e sabias que não seria algo muito bom que Brahms iria gostar de ouvir.

- B...Brahms, eu t...tive um a...aborto.

- Um aborto? O que é isso!?

- P...perdemos o nosso bebê B...Brahms.

A expressão dele demostrou que ele ficou em choque, mas sabias que teria que ser assim, teria que dar-lhe a noticia como ela era. Os seus olhos começaram a ficar húmidos, as lágrimas surgiram e corriam pelo seu rosto e mesmo que estivesses molhada, abraçaste-o fortemente e colocas-te o seu rosto no eu peito enquanto naquele instante ambos ficaram emocionados. 
Acabam por estar ali por algum tempo até ficarem preparados para sair da casa de banho, seguiram para o quarto para trocares de roupa, ainda estavas um pouco fraca por conta da perda de sangue. Brahms fez de tudo e com muito carinho, ajudou-te a tomares banho, a vestires-te e a deitares na cama para descansares.
Por momentos, não conseguias não sentir-te culpada pelo que aconteceu, porque só pensavas que se não tivesses saído sem ele, aquilo não teria acontecido e naquele momento as coisas não teriam ido por água abaixo.

- Eu lamento por isto Brahms, eu não queria que isto acontece-se, não queria que voltasses a ferir-te e estava com medo que te pudesse perder de vez. Pensei que podia ter colocado um fim a isto. Peço desculpa, a culpa foi minha.

Pensamento Brahms

Eu sei o que ela está a dizer, não tenho raiva dela porque sei que ela queria proteger-me e talvez estivesse confiante de que George não seria capaz de fazer uma coisa daquelas.

- Não te culpes por isto minha querida S/n, tu não sabias que isto iria acontecer e eu estou contigo e vamos passar por isto juntos ok? Nunca vou abandonar-te, o prometido é o prometido.

Via as lágrimas a caírem da S/n e certamente ela não iria desculpar-se de jeito nenhum, e eu compreendia isso. Também estava péssimo com aquele acontecimento mas nós temos que superar.

- Eu quero plantar uma árvore no jardim, pelo nosso bebê. Podemos ir comprar uma árvore?

Ele ficou a pensar por um pouco talvez pela razão de plantar uma árvore, mas concordou e o mesmo vestiu-se para ir comprar o que lhe pedi, ele não permitiu que fosses já que estavas muito fraca. Ele saiu e em alguns minutos voltou com uma pequena árvore, não parecia ser comprada, porém, ele deve ter conseguido arranjar uma forma de encontrar uma. 

- S/n, esta árvore é a Olaia, ela significa a árvore-do-amor, eu não sabia qual o certo a pegar, então decidi que o certo seria o que estava relacionado com amor porque era isso que sentíamos com o bebe. 

Brahms e tu estavam completamente destruídos pelo ocorrido, não sabias como reagir áquilo e parecia que ele também não estava a conseguir, não sabias se as coisas poderiam mudar drasticamente dali para a frente, mas desejavas que isso não acontecesse. 

Ao te levantares, Brahms ajuda-te a caminhar até ao jardim na parte traseira da casa, lá tinha um campo enorme que dava para os bosques, era um lugar calmo e cheio de sons sonoros de animais. O lugar perfeito que poderiam simbolizar aquele bebê que acabaram de perder. Com as mãos juntas, plantaram com todo o amor aquela árvore, entre lágrimas e sensações horríveis, vocês os dois faziam a companhia um do outro para que aquele momento fosse menos pesado.

- Esta árvore é para recordarmo-nos do nosso bebê, é uma forma de dizer que foi algo muito importante para nós. Será uma lição para num próximo problema, consiga pensar qual será a melhor decisão para ficarmos todos protegidos. 

Brahms percebeu de imediato qual o significado da árvore, ali ele desabou em lágrimas e ali tentaste colhe-los com os braços. Sentias-te mais culpada do que antes, tudo parecia indicar que pensaste mal e que tudo poderia estar a correr bem se não fosse a tua decisão errada. Depois de uns momentos ali no jardim, decidem voltar para dentro de casa e fazer uma jantar. Naquela dia, tornou-se tão pesado, cheio de energias negativas e quase ambos não falaram. Brahms depois do jantar foi para a sala, o olhar dele era de como se estivesse a refletir tudo o que acabou de acontecer, sabias que as coisas iriam piorar por tua causa. Tentas-te fazer uma simples sobremesa e levaste-lhe até á sala, isso poderia anima-lo um pouco. Sabias que seria aquilo que tu irias lidar nos próximos dias, esperavas que o que ele sentia por ti continuasse da mesma maneira de antes. A única coisa que podias dar-lhe era carinho, compressão, companhia e amor, não tinhas a certeza se isso poderia ajudar em alguma coisa, porém, estavas determinada em melhorar tudo. 

- Brahms, que tal irmos ouvir um pouco de música para animares um pouco?

Ele concordou com a cabeça, mesmo assim, ele não parecia estar ali. Agarras na mão dele e ambos vão para a sala de música. Colocas a ópera mais simples que Brahms tinha ali, ele abraçou-se a ti e ficaram ali por momentos os dois a abraçarem-se.  Tinhas muitas perguntas a fazer-lhe, no entanto, não te sentias segura ou preparada para faze-lo, dado que as coisas não pareciam estar nada bem.

- Brahms?

- Sim, minha querida S/n?

- Tu culpas-me pelo que aconteceu? Estás de alguma forma chateado comigo ou algo do gênero?

- Não tens que ficar preocupada com isso, ok? Eu não estou nada disso que pensas. Só tenho que recuperar disto, assim como tu.

Ficas-te aliviada de alguma forma por ele pensar assim, ficas abraçada a ele fortemente enquanto dançavam lentamente e a sentir aquele momento.
Não demorou muito até que chegou a hora de irem descansar, naquela noite, para ambos foi difícil dormir, sentiam que as coisas pareciam estar a desabar e não melhorava de jeito nenhum aquela ambiente pesado.