Uma história nunca contada

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- Quem? – Perguntou Piper confusa.

- Língua Encantada. – Repetiu Annabeth pausadamente, como que falando para crianças.

- Mas quem são eles? Ou o que são eles? – Jason parecia ainda mais confuso que Piper, olhando de Annabeth para Quíron repetidamente.

- Há mil anos... – Começou Quíron. Revirei os olhos e pude ouvir o suspiro de frustração de todos. Eles já estavam cansados de ter ouvido todo o meu "flashback" e uma história que começava há mil anos, com certeza, não era nada rápida. Poxa, eles ouviram tudo isso em pé! E acho que Quíron percebeu o cansaço de todos, pois de repente setes cadeiras de madeira surgiram próximas de cada um de nós e vi um mínimo sorriso no rosto de todos enquanto sentávamos. Quíron continuou: - Há mil anos um jovem mortal acabou se tornando mais especial do que todos os outros, principalmente por sua paixão a livros. Ele lia todo tipo de livro, porém tinha uma atenção especial pelos de mitologia grega. Ele era fascinado pelos deuses, principalmente por Apolo e suas poesias, e, depois de ler todos os livros de todas as bibliotecas de sua pequena cidade sobre o assunto, nasceu nele uma fé arrebatadora no Olimpo e nos deuses que nele habitavam. Ele acreditou de toda alma que o Olimpo realmente existia, mesmo que a névoa ainda o impedisse de ver claramente. Como ele era muito rico resolveu sair em viagem pelo mundo a procura do Olimpo ou de alguma pista sobre ele, apenas para poder ver Apolo pessoalmente, ver a glória dele. Foi à Grécia, Roma, Egito e muitos outros países, porém não teve sucesso em nenhum e, em todos os países que parava, ele aproveitava para ler os livros do local. Como ele viajou por todo mundo, adquiriu um conhecimento enorme sobre todos os assuntos!

- Um conhecimento invejado até mesmo pelos filhos de Atena! – Interrompeu Annabeth com um brilho no olhar – ele poderia facilmente ser confundido com um filho da deusa da sabedoria.

- Certamente, – continuou Quíron – porém, mesmo sendo um dos homens mais inteligentes que o mundo já viu, ele ainda não tinha atingido o seu objetivo. Passou mais de trinta anos procurando, porém nunca achou nenhum vestígio sobre a localização do Olimpo ou dos deuses e, mesmo assim, nunca desistiu. Apolo, que viu de longe toda a viagem do rapaz, se compadeceu pela fé e a perseverança do jovem durante todos aqueles anos e fez uma visita a ele. Apolo, admirado com o conhecimento que aquele simples mortal possuía, lhe deu um dom que nunca foi dado a nenhum outro, mortal ou semideus. Se ele lesse em voz alta qualquer livro, aquela história se tornaria real.

Ninguém parecia tão entusiasmado com a revelação. A maioria deles tinha uma cara de "poxa, esse era o poder? Não parece ser tão ... poderoso!", a não ser Annabeth e Leo que pareciam ser os únicos a entender o quanto aquele poder era importante.

- Uoouuu! – esboçou Leo – Ele deve ter ficado bem poderoso!

- Com certeza – falou Quíron – E não só ele como toda a sua família, pois o dom foi passado de geração a geração...

- Como se estivesse conectado ao DNA – pensei alto, mais para mim do que para todos os outros, mas isso não impediu deles me olharem estranho.

- Sim, Eduarda, como se estivesse nos genes deles - Quíron me encarava com um olhar indecifrável, até que voltou a falar sobre os tais Língua Encantada, me fazendo suspirar de alívio – Eles eram os únicos mortais com dons dos deuses!

- Porém – interrompeu Annabeth articulando com as mãos – o dom deles só funcionava quando eles liam livros originais, escritos por verdadeiros escritores e publicados mundialmente. Ninguém sabe ao certo porque dessa única regra, provavelmente para dar limites aos poderes deles, mas se os escritos fossem feitos por amadores, pessoas comuns, ou fossem apenas textos avulsos em folhas de papel, o dom deles não fazia efeito.

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