Como sempre tudo começou com a imensidão branca e antes que qualquer imagem se formasse gemi comigo mesma e fechei os olhos.
- Não, de novo não!
Meu corpo brilhava em dourado, a única luz naquele vazio sem cor, até que de repente o mundo começou a tomar forma e as cores preencheram o vazio. Pisquei e ao abrir os olhos novamente percebi que estava em uma quadra de esporte. Logo atrás da quadra uma mansão se erguia repleta de janelas e sacadas. Olhei confusa para a cosntrução, não se parecia em nada com as mansões modernas ou com os templos gregos e romanos. Lembrava um prédio na parte de baixo, porém degraus se uniam na parte de cima lembrando vagamente uma pirâmide. Algumas luzes refletiam nas janelas e sombras se moviam lá dentro.
- Onde é que eu vim parar?
Olhei para o céu que já começava a anoitecer e girei no lugar. Do outro lado da quadra, a alguns metros de distância do terreno se encontrava uma enorme ponte que começava a se iluminar com o anoitecer. Forcei a mente a pensar em todos os filmes que já assistira sobre Nova York até me lembrar o nome da ponte. Era óbvio, aquela era a Ponte do Brooklin! Mas o que eu fazia no Brooklin? O rio corria por baixo da ponte e tentei notar algo de diferente, algo que realmente me fizesse saber o que fazia ali, quem sabe uma sombra esquisita e mortal ou algum deus escrevendo historinhas, mas nada. Tudo estava completamente normal.
- Porque vim parar aqui? - Olhei pro céu esperando alguma resposta divina. Como sempre, nada aconteceu. Bufei. - Ok então. Acho que vou voltar pra minha linda e confortável cama já que essa droga de sonho não serviu para nada. Só não sei como...
Minha tentativa de voltar ao mundo real foi interrompida por um barulho de vozes que se aproximava. Olhei para o lado da mansão e de uma porta estreita saiu três pessoas. Eles caminhavam lado a lado e ao se aproximarem mais pecebi serem dois garotos e uma garota. Os meninos riam abertamente enquanto a menina parecia se segurar para não bater nos dois. Um dos garotos, um moreno de olhos chocolate e cabelos enrolados passou por mim ainda tentando segurar o riso. Quando sua mão me atravessou enquanto ele a erguia para limpar os olhos percebi que mais uma vez estava invisível e intocável. Suspirei e segui os grupo até chegarem ao outro lado da quadra. O moreno respirou fundo e encarou a garota. Sua voz soou rouca em meus ouvidos.
- Mas você tem que admitir que esse seu cabelo muda mais de cor do que você muda de humor. - Ele sorriu e a garota bufou. - E olha que não é pouco!
- Vocês não tem nada a ver com o meu cabelo! - Ela explodiu e apontou um dedo para o moreno. - Eu tenho a necessidade de mudança constante. Me sinto bem assim, será que dá pra respeitar? Não fico zoando seu fetiche de escavar qualquer pedra que vê pela frente!
- Eu não escavo qualquer pedra que...
- Nehabet, - O segundo garoto interrompeu a discussão com sua voz grave, porém suave. Ele se dirigiu a garota com tanto afeto que me senti envergonhada por presenciar toda aquela intimidade mesmo que nenhum deles me notasse ali. Ainda tentava saber o que significava Nehabet quando o garoto de cabelos negros tocou o rosto da menina e continuou. - Você é linda, não importa de que cor seu cabelo esteja. Entendo suas necessidades de mudança e as aprecio bastante. É isso que me faz apaixonar por você cada dia mais.
Corri para a frente do grupo para poder ver melhor cada uma das pessoas quando eles pararam em frente aos bancos da quadra. O moreno parecia entendiado com as declarações do casal. Os braços cruzados mostrava uma pele bronzeada e musculosa e suas roupas eram cumuns a não ser pela espada que trazia presa a calça. Diferente das espadas de Percy, Nico ou qualquer um do acampamento a do garoto era curva na ponta fomando uma espécie de ponto de interrogação completamente afiado. Voltei minha atenção para o casal quando o moreno seguiu para o banco. A garota era um pouco mais alta do que eu e seus cabelos loiros estavam repletos de mechas laranjas vivas, sua pele clara destacava os olhos azuis que brilharam ao ouvirem as palavras do garoto a sua frente assim como um sorriso branco surgiu em seus lábios. Mas o que mais me assustou foi o garoto que alisava o bochecha da loira com carinho. Ele era a réplica perfeita de Nico. Os cabelos negros chegavam ao queixo e eram açoitados pelo vento frio que vinha do rio, a pele era clara e contrastavam com as roupas negras que ele usava, os olhos negros eram vivos e galanteadores e seu sorriso de canto quase me vez cair para trás. A única diferença daquele garoto para o filho de Hades era a altura, o garoto a minha frente era centímetros mais alto que Nico e isso fazia a garota erguer a cabeça para encarar as orbes negras. Ainda atônita com as semelhanças, mal pude ouvir as novas palavras do garoto. Mas sua voz grave era impossível de não ser ouvida.
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Realidade Imaginária
FantasyE se deuses, semideuses e monstros forem reais? E se toda a história do livro realmente aconteceu? E se algumas palavras pudessem mudar o curso do destino? Quando a leitura é sua arma mais poderosa, é preciso empunhá-la com sabedoria, pois o destino...