Presa em um filme de terror

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Ter uma noite neutra, sem sonhos ou pesadelos, foi realmente maravilhoso. Depois de jantar Leo me levou ao chalé, desejando boa noite com um abraço apertado. Retribuí e entrei, cainda na cama em seguida, completamente exausta. Sim, eu ainda estava com a mesma roupa que treinara com Percy, mas quando se tem uma cama box confortável com travesseiros fofinhos e cobertores quentes além de pernas cansadas e olhos ardendo de sono você não olha tanto assim para os detalhes! Mal caí entre os lençois senti meu corpo relaxar e meus olhos serem tomados pelo cansaço. A noite foi tranquila e eu estava preparada para continuar aproveitando aquele sono sem visões de futuro ou conversas loucas com deusas, quando algo molhado em minha bochecha me fez resmungar. Me virei de lado, mas o molhado da bochecha passou para minha testa e eu acabei sorrindo ainda de olhos fechados. Acredito que ainda estava com parte de mim no mundo dos sonhos quando as palavras saíram groges de minha boca.

- Acho que vou acabar me acostumando a ser acordada assim todos os dias senhor di...

Abri os olhos lentamente e quase caí da cama com o susto ao ver uma bola de pelos preta me encarando com a língua para fora. Me sentei rapidamente e pisquei, vendo Totó em minha frente, sentado e com o rabo abanando freneticamente. Suspirei e puxei o cãozinho para os meus braços no qual ele não recusou.

- Totó, aprecio muito seu amor, mas me deixar toda babada não é legal! - Falei, mesmo que por dentro meu subconciente zombasse: "Mas bem que você gostou ao pensar que eram beijos de um certo filho das sombras...". Bufei, como se minha conciência pudesse ouvir, e tentei focar meus pensamentos no cachorro que latia a minha frente mesmo que eles teimassem em voltar para perguntas estúpidas como o porque de pensar logo no senhor Darth Vader badboy ao invés de qualquer outro garoto. Porque minha mente sempre se voltava para ele? Respirei fundo e apertei Totó entre meus braços que apenas lambeu minha bochecha mais uma vez. - Ah, Totó, o que esse garoto tá fazendo comigo?

O cãozinho inclinou a cabeça como se minha resposta fosse perfeitamente óbvia até para um cachorro e eu revirei os olhos. Ok, estava ficando louca, com certeza. Pedidndo opiniões a um cachorro e claramente achando que ele me respondia! Sorri comigo mesma e ergui os olhos para o relógio na parede. Os ponteiro marcavam sete e meia.

- Meus deuses, eu estou atrasada! Bem, eu sempre estou atrasada, isso com certeza não é mais novidade provavelmente pelo meu DNA herdado de Percy ou por eu ser bem preguiçosa mesmo e ... - Olhei para Totó que me encarava confuso e percebi que estava falando demais. Me ergui da cama em um salto e peguei a toalha ao lado da minha cama. - Ahh, estou desabafando com o cachorro... de novo!

Corri para o banheiro e me despi rapidamente, entrando no chuveiro em seguida. A água corria fria por meu corpo, ne despertando de todo cansaço e me fortalecendo aos poucos. Fechei os olhos e massageei os cabelos. Aquele era o dia D! O grupo deveria partir em missão dali a uma hora e eu nem ao menos tinha feito as malas. Acho que foi naquele momento, quando senti os último filetes de água descerem por meu corpo, que minha mente finalmente percebeu que toda aquela história de missão e profecia era sério. No dia anterior eu provavelmente menti para mim mesma, me mostrando despreocupada enquanto conversava com Leo e caindo em um sono bom como se tudo estivesse normal. Sem perceber eu enganara a mim mesma e naquela manhã, puxando a minha velha e amada mochila de debaixo da cama e a jogando sobre os lençóis, percebi o quanto tudo fora real. Eu ia para um missão, não era um teste e eu não tinha nenhuma certeza de sobrevivência. Sim, todos repetiam que eu não precisava me procupar pois todos me protegeriam, mas quem não diria aquilo para uma completa novata em missões? Quem diria a verdade como: "Olha, você vai para uma super, hiper, mega missão que é provavelmente a missão mais perigosa que já surgiu e tem cinqueta por cento de chance de não voltar com vida, mas fica de boa!"? Não, ninguém nunca falaria isto e, querendo ou não, eu me senti segura apenas com as palavras sinceras de todos eles. Eu sabia que eles com certeza fariam o possível e o impossível para me proteger, mas o que os assustava era extamente isso: Eu faria o mesmo por eles!

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