- Estamos na Austrália. Especificamente sobre Uluru: O monólito do azar!
Uluru, Austrália – 17:36
- Não poderia ter um nome um pouco mais... amistoso? – Leo murmurou, cansado, ainda deitado sobre o solo arenoso.
Encarei a paisagem quase desértica. Os efeitos da viagem já ficavam mais fracos nos outros que também se erguiam para analisar o ambiente. O sol era forte apesar de estar perto de se pôr, dando à grande rocha a meus pés um tom avermelhado como sangue. Espantei os pensamentos mórbidos, divagando se esse era o motivo para o apelido tão agourento do monólito.
- Na verdade ele é mais conhecido apenas como monte Uluru. O azar é apenas se você levar um pedaço dele para casa. – Piper falou com um sorriso como se lesse meus pensamentos. – Ou ao menos é o que o povo aborígene que vive na região diz. Provavelmente para que ninguém macule a rocha já que ela é sagrada para os indígenas daqui. Quando vim com meu pai há alguns anos eu tentei levar um pedaço como suvenir, mas o guia informou que vários dos turistas que levaram um pedaço devolveram dias depois informando que traziam azar.
Encarei o solo vermelho com cautela redobrada enquanto Leo saltou do chão como se tivesse levado um choque, fazendo todos rirem. Senti Nico se aproximar, rodeando minha cintura com os braços e me puxando para perto. Suspirei involuntariamente com o contato.
- Com a nossa sorte uma hora ou outra iríamos parar no monólito do azar. – Nico comentou com a cabeça sobre a minha. – Mas e agora?
- Nico di Angelo fazendo piada! – Leo arregalou os olhos, a mão sobre o peito teatralmente. – O que o amor faz com uma pessoa....
Ouvi Nico bufar e segurei a risada, meus olhos desviando para Annie que já abria o laptop e digitava freneticamente, as sobrancelhas franzidas em concentração.
- Mas além da fama de dar azar o Uluru também é conhecido pela mudança de cor que acontece durante o dia por causa dos minerais na rocha. – Piper informou e se calou por um tempo, refletindo. – Se não me engano o próximo trecho da profecia diz....
- E o Herói Perdido entre as cores da rocha se se encontrará. – Annie recitou com um sorriso surgindo nos lábios secos. – Exato, Piper. A próxima etapa da missão deve ter relação com essa variação de cor do monte Uluru e pelo que pesquisei a rocha permanece vermelho-sangue até o pôr do sol quando passa a ter tons de violeta devido à baixa incidência de luz.
- Bem, estamos prestes a descobrir. – Jason informou apontando para o horizonte onde o sol acabava de ser pôr completamente.
Alguns segundos se passaram, um silêncio apreensivo inundando o ambiente. Então um brilho tímido iluminou a rocha, de início tão claro que mal passava de um lampejo até crescer e tomar todo o monólito com uma luz violeta. Como se o pôr de sol de segundos atrás tivesse tomado a rocha vermelha e roubado sua cor. Era uma visão bela e impressionante! Mas minha admiração durou pouco pois quando o tom violeta desceu do topo da rocha e atingiu o solo, deixando todo o monte brilhando, um símbolo surgiu no ar a poucos metros de nós.
Um raio.
Todos os olhares se voltaram para Jason, mas eu apenas suspirei, percebendo o que deveria ter sido óbvio para mim desde o início.
- Mas é claro! – Encarei o símbolo novamente pinçando o nariz com a ponta dos dedos. – O Herói Perdido. Como não percebi antes?
- O que? – Nico se afastou apenas o suficiente para me encarar nos olhos, confuso. – O que você deveria ter percebido antes?
- No livro O Herói Perdido é onde o Jason aparece pela primeira vez. O livro é focado basicamente nele. Ele é o Herói Perdido do título, na missão não seria diferente.
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Realidade Imaginária
خيال (فانتازيا)E se deuses, semideuses e monstros forem reais? E se toda a história do livro realmente aconteceu? E se algumas palavras pudessem mudar o curso do destino? Quando a leitura é sua arma mais poderosa, é preciso empunhá-la com sabedoria, pois o destino...