17. O apego decidiu dar as caras

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Seokjin


A ideia de Namjoon é muito, muito boa na teoria. Quer dizer, essa coisa de "vamos começar a dormir com outras pessoas antes que as coisas fiquem intensas demais". Fiquei aliviado por ele ter falado isso, de verdade. Porque Namjoon tem razão. Apesar de não estarmos, tipo, apaixonados, três semanas de monogamia não estavam no acordo.

Era para ser sexo sem compromisso enquanto os dois estivessem a fim. Só que não sabíamos que íamos estar a fim o tempo todo. Então, como eu ia dizendo, arrumarmos outros parceiros é um bom plano.

Ótimo.

Na teoria.

Na prática...

Argh.

O motivo de eu ter sugerido para Namjoon que começássemos a transar foi minha dificuldade de pensar em fazer sexo com um desconhecido. Como minha mãe falou, eu claramente preciso estabelecer algum tipo de vínculo com a pessoa antes de ir pra cama.

É por isso que por mais legal e bonitão que Lee Dohyun seja... Não posso ir pra casa dele. Simplesmente não dá. Dohyun não força a barra, isso eu tenho que reconhecer. Depois de um jantar gostoso num restaurantezinho italiano bem informal que ele sugeriu, o cara não demonstra o menor descontentamento quando aviso que vou chamar um táxi.

— Posso ligar pra você? — ele pergunta no momento constrangedor em que fico parado na frente do táxi com a porta aberta.

— Claro, seria ótimo — respondo, sincero.

Não sei se Dohyun é o amor da minha vida ou coisa do tipo, mas o jantar foi legal. Pode até não ter rolado uma tensão sexual ainda, mas um segundo encontro não faria mal.

— Que bom — ele diz com um sorriso largo bem legal.

Então ele põe as mãos no meu rosto e me beija. Também é legal. Só quando estou no táxi a caminho de casa percebo que estou associando Dohyun naturalmente à palavra "legal". "Legal" não é ruim. Mas também não é... O que estou procurando. Quero mais. Só não sei o quê.

Pago o taxista, tiro a chave do bolso da calça e me encaminho para o elevador. Quando chego ao meu andar, paro na porta da frente e a destranco. Todas as minhas esperanças de uma noite tranquila com um bom livro e uma taça de vinho tinto desaparecem assim que entro.

A música está alta, para superar o som da TV (também alta). Ouço vozes de um monte de gente bêbada. Solto um suspiro quando ponho as chaves sobre o aparador. Pelo jeito os planos de Namjoon para uma noitada acabaram sendo levados para dentro do nosso apartamento. E dá pra entender por quê, já que ele achava que teria ele só pra si.

Sem dúvida nenhuma transmiti a impressão de que ia dormir com Dohyun. Talvez se eu for para o quarto de mansinho ele não descubra...

— Jin!

Droga. Fui descoberto. E por Jackson. Não o vejo desde a noite em que levei o pé na bunda do Hoseok. Os detalhes do encontro estão bem confusos na minha mente, para dizer o mínimo.

— Oi! — digo, colocando um sorriso no rosto. Sempre gostei do Jackson. É bem melhor que o babaca do Joongi.

Ele me dá um abraço, e agradeço mentalmente por não vir com uma mão boba, animado por causa da bebida.

— Namjoon falou que você não ia dormir em casa hoje — ele comenta.

Pois é. Jackson diz isso em tom de desculpas, provavelmente pela rave que se desenrola.

Meu melhor amigo | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora