28. Muito mais que um amigo

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Namjoon


No fim eu até gosto de morar sozinho.

O esquema de dividir a casa com Jackson não deu certo. O dono do lugar onde ele mora surtou com a ideia de ter o imóvel desocupado e ofereceu um preço ótimo pra ele renovar o contrato e ficar por lá, o que significa que ainda estou à procura de alguém pra dividir a casa, mas sem muita pressa. Seokjin teve a decência de se oferecer pra pagar dois meses de sua parte no aluguel como uma espécie de aviso prévio. Além disso, a promoção que recebi no trabalho deu uma boa aumentada no meu salário.

Pela primeira vez na minha vida, dinheiro não é um problema. Parece uma coisa bem... adulta. A renda extra não alivia a dor de ter estourado o cartão de crédito na outra noite no Seul City Grill. Não que o jantar com Jimin tenha sido desagradável. Foi legal. Mas foi quando me dei conta de que ele merecia mais que "legal". Jimin é ótimo, merece mais do que um cara que só concordou em sair com ele para irritar um amigo. E é aí que está o problema.

Só topei tentar alguma coisa com Jimin para provar que Seokjin estava errado, mas no fim me dei conta de que não fazia a menor diferença, porque meu suposto melhor amigo não ligava se eu namorava, ou com quem. Seokjin seguiu em frente. Saiu de casa.

— Está a fim de fazer alguma coisa? — Apesar de não morar comigo, Jackson passa um bocado de tempo aqui, porque minha TV é maior.

Dou uma olhada no relógio. São oito da noite de um sábado, mas não quero nada além de ficar exatamente onde estou, vegetando no sofá, pensando se quero pizza de pepperoni ou calabresa. E é nesse momento que me dou conta de que preciso sair. Tenho que deixar para trás essa fase bizarra. E tenho que transar. Não encosto em alguém desde aquela noite na praia com o Seokjin — a que considerei tão importante, mas só me ferrei por isso.

Tiro as pernas de cima da mesinha de centro. 

— Tá — digo a Jackson. — Vamos sair.

Uma hora mais tarde, estou de volta ao meu habitat. E, com o perdão do clichê, conquistar é como andar de bicicleta. A gente nunca esquece.

Se eu estiver captando bem os sinais — o que em geral acontece —, no fim da noite vou poder escolher entre dois morenos bonitinhos, um ruivo maravilhoso e um loiro lindo. O último, eu logo descarto, pois parece demais com o Jin. Jin, com quem não falo desde aquela noite no restaurante.

A gente se cruzou uma ou duas vezes. Estávamos na mesma fila de um café outro dia, e sou obrigado a admitir que fingi que não o vi. Mas não chega a ser uma vergonha tão grande, porque acho que ele fez a mesma coisa.

— E aí, Namjoon? — Viro e abro um sorriso antes de ver quem chamou meu nome.

— Oi, Jimin! — Faz mais ou menos uma semana que sugeri delicadamente que as coisas não estavam dando muito certo. Apesar de Jimin estar lindo, nunca é muito divertido dar de cara com um ex, mesmo sem saber se podemos ser considerados isso.

— O que está fazendo aqui? — ele pergunta. Está falando um pouco mais alto do que o ambiente exige, o que me leva a acreditar que já tenha bebido umas e outras.

— Hã...

— Estou brincando — ele acrescenta, antes que eu possa responder. — Sei exatamente o que está fazendo aqui. O mesmo que eu!

Ele joga os quadris para o lado de um jeito engraçado. Dou risada, porque Jimin não parece nem um pouco irritado por causa do que fiz.

— O movimento está fraco hoje, pelo menos de alfas — ele comenta, olhando ao redor e então para mim. — Ou estava.

Meu melhor amigo | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora