Laços do Destino

Capítulo 01

"Ás vezes tudo o que temos são momentos"

996 D.C.
Terra afastada

Minha família e eu vivíamos em uma terra árida e pouco próspera. O solo era seco, inadequado para o plantio, e a caça se tornava cada vez mais rara. A água escasseava, e a fome era uma ameaça constante. Nossa pequena aldeia abrigava apenas duas outras famílias além da nossa. Éramos cinco irmãos: Liam, o mais velho, com 18 anos. Eu, com 15. Ayla, a do meio, com 12. Mia, com 10 e Zack, o caçula, com apenas 5 anos.

Cansados da miséria e de ver os filhos sofrerem, nossos pais, Kayla e Zian, decidiram que precisávamos partir. Minha mãe e eu, abençoadas com magia, servíamos à natureza como bruxas. Rogamos aos espíritos para que nos guiassem a uma terra fértil onde nossa família pudesse finalmente prosperar e ser feliz. Nossa súplica foi atendida. Os espíritos nos revelaram a existência de uma terra abundante, com água em fartura, caça, solo fértil e uma diversidade de animais e flores. Um lugar de riquezas imensuráveis, abençoado por Deus. No entanto, havia um obstáculo: essa terra já era habitada por homens dotados de força e velocidade sobre-humanas. Eles eram lobisomens. Transformavam-se sob a lua cheia e não distinguiam amigos de inimigos durante sua transformação. Ainda assim, eram gentis e nos aceitariam como vizinhos.

Partimos em busca dessa nova vida. O que minha família não sabia era que outra bruxa também havia implorado aos espíritos por uma terra fértil e fora atendida. Foi assim que nossos destinos se cruzaram com os da família Mikaelson.

996 D.C
Aldeia Viking

Chegamos ao nosso novo lar uma semana após deixar o antigo. Assim como os espíritos haviam nos dito, encontramos os lobisomens e firmamos um acordo: a cada lua cheia, nos esconderíamos nas cavernas sob nossas terras. Uma semana depois de nos estabelecermos, outra família chegou e logo se tornou nossa vizinha. Meu pai, sem perder tempo, selou uma aliança com eles. Eram os Mikaelson: Esther, também uma bruxa, e Mikael, um guerreiro tão imponente quanto meu pai. Eles tinham seis filhos: Finn, o mais velho, com 23 anos. Elijah, o segundo, com 20. Niklaus, o filho do meio, com 18. Kol, um dos mais novos, que tinha a mesma idade que eu. Rebekah, a única mulher entre os irmãos, com 13 e Henrik, o caçula, com apenas 5 anos.

Não demorou muito para que nossos pais se tornassem amigos inseparáveis, e nossas famílias estavam sempre juntas. Desenvolvi uma forte amizade com Rebekah, Elijah e Finn. Kol adorava implicar comigo, enquanto Niklaus parecia não se importar com minha presença, o que, para ser sincera, me incomodava um pouco.

20 de março de 997 D.C
Aldeia Viking

O dia amanheceu mais frio que de costume, as folhas começavam a pegar coloração diferente, o cheiro da floresta já estava mudando, era início do outono e meu aniversário de 16 anos. Meus pais planejaram uma pequena festa ao redor da fogueira apenas minha família e os Mikaelson. Eu não queria, não gosto muito de comemorações, mas eles sempre insistiam, mesmo quando não tínhamos quase nada. Me levantei cedo e fui ajudar minha mãe com o café, Liam e meu pai haviam saído pra caçar e ainda não voltaram, o restante das crianças estavam brincando do lado de fora.
Eu colocava a mesa quando ouvi alguém chamar meu nome, voz que eu reconheceria em qualquer lugar, Rebekah. Apesar da pequena diferença de idade nós éramos amigas inseparáveis, eu a amava como uma irmã e ela a mim.

—  Bom dia! - ela disse entrando na minha casa com um sorriso gigante e várias tulipas juntas em um buquê. — São pra você, feliz aniversário amiga. — eu a abracei e peguei as flores cheia de felicidade.