Capítulo 70

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"As palavras estão cheias de falsidade ou de arte; o olhar é a linguagem do coração."
~ (A Dama de Shalott)

Nova Orleans, Luisiana  - 2013

O quartel francês, quando não estava sendo rodeado de intrigas, guerras internas e confusões, era um lugar lindo. A cidade, que a família original tanto amava, o lugar que eles ajudaram a construir.
Cada tijolo, cada pedra...tudo tinha um pouco deles. Principalmente de Clarissa, ela havia depositado todo amor que tinha em casa mínima coisa. E em todas as construções, o teatro era seu lugar favorito. E após a invasão de Mikael, e de o teatro queimar até o teto, Marcel o reconstruiu. Como uma forma de se sentir mais próximo da mãe.

Klaus e Clarissa passeavam pelas ruas do quartel com Hope no carrinho. A rua estava movimentada, um violinista tocava uma música animada. Barracas de todas as coisas imagináveis estavam espalhadas.

Clarissa parou, colocando dinheiro na caixa diante da moça que tocava, mas assim que viraram as costas, a música pareceu se tornar mais sombria.

— Então, senhora Mikaelson. O que está achando do nosso passeio? Parece normal o suficiente pra você? — Klaus brincou, olhando na direção dela. 

A original havia reclamado durante horas que eles precisavam tentar manter uma rotina normal com Hope, pois ela era só um bebê, a rotina maluca de uma casa cheia de seres sobrenaturais era demais pra ela.

— Sim, me parece bom. — ela sorriu, devolvendo o olhar.

— Eu estive pensando...— Klaus começou, sendo prontamente interrompido por ela.

— Desde quando você pensa? — ela brincou, sorrindo pra ele.

— Que engraçadinha você. — ele virou os olhos, bufando antes de voltar a falar. — Nós reatamos o nosso casamento, mas eu não te devolvi isso.

Ela franziu a sobrancelha, esperando que ele continuasse. Klaus enfiou a mão dentro da camisa, puxando um de seus colares. E lá estava, os anéis de casamento deles, os anéis tão antigos quanto os dois.

O híbrido pegou a mão dela, colocando o anel no dedo anelar da mão esquerda.

O rosto dela se iluminou, olhando o velho anel em sua mão. Ela tomou o outro anel, colocando-o na mão dele.

— Eu prometo continuar te amando enquanto eu viver, e além disso. — ele disse, olhando-a fixamente. Amor brilhando em seus olhos.

— Eu prometo continuar te amando, como sempre te amei desde o primeiro dia em que te vi. — ela completou, beijando os lábios deles.

Hope resmungou no carrinho, e então de repente, as pessoas ao redor deles na rua começaram a bater palmas. Como uma grande plateia que acabara de assistir um show incrível e aplaudia de pé.

Eles voltaram a andar, ambos com um sorriso bobo no rosto enquanto Clarissa empurrava o carrinho da filha.
O silêncio entre eles era confortável, como sempre foi. Eles olhavam as barracas e as atrações, mas quando seus olhos pousaram numa placa, a bruxa original sentiu seus pelos se arrepiarem.

— Nik. — ela sussurrou, encarando a placa.

"Uma promessa feita é uma divida a ser paga". — ele leu a placa, olhando na direção de Clarissa.

— Vamos. — ela disse, voltando a empurrar o carrinho.

— Flores moça! De presente para a criança. — um homem parou diante dela, oferecendo um buquê de dálias negras.

Laços do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora