Capítulo 47

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"Uma mulher, quando reconhece sua força, se torna uma fonte inesgotável de poder"

Nova Orleans, Luisiana
2012

A lenda das garotas do caixão era contada desde 1751.
Todos em Nova Orleans, jovens ou velhos, nativos ou turistas.
Todos conheciam a velha lenda.
Uma caravana, com garotas trazidas da França com a promessa de um bom casamento com os nobres de Nova Orleans, foi encontrada rodeada de homens mortos, com o sangue completamente drenado. As garotas haviam sumido, e só restaram caixões vazios.

A outra parte da lenda, onde Clarissa e Rebekah mataram os homens e levaram as garotas, era desconhecido por todos.

A lenda se tornou famosa, e agora é uma celebração típica de Nova Orleans. Com fantasias estilosas e dons sobrenaturais. Um lembrete anual de que as mulheres podem ser oprimidas por homens egoístas, e que elas podem ser perigosas quando resolvem lutar.

O quartel francês já estava completamente arrumado, os últimos caminhões de mudança descarregavam as caixas no pátio do complexo, Clarissa observava os homens com atenção.

- Meu amor, onde você estava? Te procurei a manhã toda. - Elijah disse ao entrar no pátio e ver a movimentação, Clarissa estava parada ao lado da escada de braços cruzados, observando tudo com atenção.

- Pra falar do seu encontro com a minha loba ontem a noite? - ela respondeu, sem tirar os olhos dos homens que descarregavam as coisas.

- Não é o que parece. - Elijah disse, se aproximando com as mãos no bolso da casa.

- E o que é que parece Elijah? - Clarissa perguntou, voltando o olhar pra ele.

- Que eu me encontrei escondido com ela, depois teve aquele abraço, e você sumiu desde ontem. - a feição de Elijah caía a cada palavra que deixava a boca dele.

- Ela gosta de você. - Clarissa disse, dando dois passos na direção dele, até os corpos quase se encostarem.

- Eu ouvi a conversa de vocês na cabana aquele dia. - Elijah suspirou, esfregando as têmporas. - Espero que você saiba que não sinto nada além de simpatia por aquela garota, porque ela é sua amiga.

- Precisava ver umas coisas da mudança então fui pra casa do governador. - Clarissa disse, desviando do assunto. Não desejando remoer mais a situação. - Ei! Cuidado, eu paguei caro por isso.

- Você nunca pagou por nada na sua vida meu amor. - Elijah riu, arrancando um sorriso da original. Elijah adorava vê-la sorrir, as vezes se pegava olhando pra ela por horas a fio.

- Isso não quer dizer que possam quebrar as minhas coisas. - ela rebateu, sorrindo com o canto dos lábios.

- O passarinho fugiu da gaiola! - Klaus anunciou entendo no pátio, os olhos dele queimavam como o fogo do inferno.

- Ela não era uma prisioneira. - Clarissa deu dois passos na direção de Klaus. Elijah os olhava de perto da escada, nos últimos dias, cada palavra que o irmão e sua namorada trocavam, fazia o coração dele doer, como se algo tivesse despertado seus sentidos pra isso.

- Oi! Olhei o quarteirão todo, ela não está em lugar algum. - Marcel anunciou, entrando no pátio.

- Vai ver ela só saiu. - Elijah disse, se aproximando do trio.

- O violino dela sumiu, acho que ela foi sozinha. - Marcel apontou.

- Ela sabe que as bruxas estão caçando ela. - Clarissa disse, levando a mão ao queixo, pensativa.

- O que foi que você disse pra ela naquele sótão? Ela mentiu na minha cara porque você disse que ajudaria ela a controlar a magia. - Marcel disparou se aproximando de Elijah, ficando cara a cara com ele.

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