Capitulo 04

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"Sentir de mais é sempre uma tortura miserável"

1.000 D.C.
Aldeia Viking

Duas semanas se passaram desde a briga do meu irmão com Niklaus e que consequentemente me fez ser rude com Elijah, eu esperei nos pés do Carvalho todos os dias no horário de costume mas ele não apareceu.

Pensei que talvez estivesse chateado pela forma como agi e estivesse me evitando, mas foi aí que acabei ouvindo Liam e papai conversando e eles diziam que os homens Mikaelson tinham saído numa pequena viagem, me senti um pouco aliviada mas também atormentada pela ideia de que ele nem ao menos me avisou.

Era por volta de quatro horas da tarde quando saí pra me sentar na sombra do Carvalho, quando me lembrei que nunca cheguei a ver as pinturas na caverna, talvez fosse uma péssima ideia descer lá sozinha, principalmente porque eu precisava passar pela floresta mas eu era cheia de ideias ruins e de coragem, então peguei meu arco, prendi uma adaga no vestido e fui. Eu entrava cada vez mais na floresta, tudo parecia igual e eu começava a achar que talvez estivesse perdida.

— Certo, acho que já passei por aqui! — falei pra mim mesma enquanto me sentava em baixo de uma árvore pra descansar, mal percebi quando peguei no sono.

Acordei com um sobressalto percebendo que já era noite e eu ainda estava na floresta, — " tudo certo Clarissa, você é corajosa, muito corajosa" — murmurei pra mim enquanto me levantava e voltava a caminhar.

Andei, andei e andei, e parecia que eu sempre voltava ao mesmo ponto, droga eu realmente estava perdida.

Vi uma pequena entrada escura e imaginei ser a nossa caverna, mas era apenas um buraco, entrei apalpando o escuro a procura de algo pra me apoiar, foi quando ouvi um rugido alto e olhos brilhando no escuro, me virei e comecei a correr desesperada, me virava pra trás algumas vezes e pude ver um enorme urso correndo atrás de mim.

Corri o mais rápido que pude, o medo e o frio da noite não me deixavam prestar atenção no caminho e então eu tropecei, cai e quando percebi o urso estava em cima de mim, suas garras arranharam meu braço e eu gritei com a dor nauseante.

Desprendi com dificuldade a adaga do vestido e esfaqueei o urso no pescoço, ele rugiu e eu tirei a adaga e esfaqueei novamente, e assim foi até eu matá-lo, quando consegui sair de baixo dele pude notar que haviam três cortes profundos na minha barriga, me encostei contra uma árvore e a escuridão me tomou.

Acordei com os raios quentes do sol beijando minha pele e vozes ao longe chamando meu nome, levei alguns minutos pra conseguir reunir forças e gritar.

— Clarissa! — ouvi chamar meu nome novamente mas não consegui distinguir a voz.

— Aqui! — gritei o mais alto que minhas poucas forças permitiam, olhei minha barriga e ela ainda sangrava, direcionei o olhar pro lado e o corpo do urso ainda estava ali, me recordando dos acontecimentos da noite.

— Clarissa! — ouvi a voz se aproximando. — Te achei, coração de gelo. — ele citou o apelido que usei com ele muito tempo atrás, e então mesmo de olhos fechados eu soube quem havia me encontrado.

— Nik. — suspirei seu nome.

— Não fala nada, eu já te peguei, vou te levar pra casa. — encostei minha cabeça no seu peito e pude sentir a escuridão me tomar de novo.

Acordei desnorteada olhando ao redor, logo percebi que estava em casa, panos enrolados na minha barriga e no meu braço, me forcei a sentar na cama.

— Mãe? — chamei.

Laços do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora