Laços do Destino

Capítulo 68

Nova Orleans, Luisiana
2013

Todos nós carregamos um demônio em nosso interior. Em alguns dias, você controla o demônio. Em outros, ele controla você. E ele está sempre com fome, se alimenta de luxúria, cobiça e poder. E enquanto você descansa, o demônio nunca dorme. Ele te convence a cruzar cada limite que você já criou.
E enquanto ele te caça, te assombra...ele te faz ficar incapaz de diferenciar amigos de presas. Até fazer das pessoas amadas seus inimigos. O demônio te consome por inteiro.

O complexo parecia calmo quando Clarissa passou pelos portões. Era pouco mais de duas horas da manhã e após um passeio recheado de veias pulsantes e uma visita ao antigo laboratório de Kol em um fracassada busca pela jovem bruxa Clair, ela estava de volta.
Por um instante, a calmaria se fez estranha para a herege original. Uma casa, cujos moradores se dividiam entre vampiros e lobisomens, parecia calma demais. Visto que cada um destes, carregava um demônio horrível dentro de si. Salvo a exceção para a família original, cujo estes, carregavam inúmeros demônios de faces diferentes. Um pior que o outro.

Um mau pressentimento percorreu o corpo da original. Seus pensamentos vagando até a pequena filha que descansava no berço no segundo andar da enorme casa.

Ela acelerou, usando sua velocidade sobrenatural para chegar ao quarto da filha em questão de segundos.

Ela parou a porta, o coração disparou no peito, tanto quanto o coração de um vampiro poderia bater. O lobo designado para a proteção do quarto, estava morto. Caído no chão diante da porta fechada.

Ela abriu a porta, encontrando Klaus e Atreus parados diante do berço.
Clarissa se aproximou, sem emitir som algum. Ela já havia sentido a filha ali, sabia que ela estava bem. Mas ainda assim, o sentimento de perigo não a deixava.

— Amor. — Klaus chamou, mas Clarissa se abaixou sobre o berço, pegando a filha nos braços.

— O que houve? — a original perguntou, virando-se para os dois homens.

— A bruxa da tia Rebekah acordou, e veio atrás da Hope. — Atreus disse, olhando na direção da mãe. — Eu senti uma presença ruim no complexo, então vim ver se a Hope estava bem.

— Ela fugiu, mas nao fez nada com a Hope. — Klaus se explicou, se aproximando delas.

— Vamos reforçar a segurança dela. — a original disse, deitando a bebê no berço novamente. — Quem é essa maldita bruxa afinal?

— Eva Sinclair, ela é odiada na comunidade das bruxas por matar crianças para pegar seu poder. — Atreus explicou. — Foi o que a tia Freya me disse.

— Precisamos encontrar ela, para que possa suprimir o espírito dessa mulher. — a voz de Clarissa soou decidida, enquanto olhava os dois homens diante de si.

O clima no quarto ainda estava tenso, devido ao que acabara de acontecer. Somado ao corpo do lobo caído diante da porta.

Passos ecoando pelo corredor chamaram atenção dos dois vampiros no cômodo, e então, segundos depois, a voz de Marcel ecoou pelas paredes de pedra antiga do complexo.

— MÃE!

— Acho que nossa irmã visitou mais alguém. — Klaus sorriu, olhando na direção de Clarissa.

— Mãe? — Atreus sussurrou, olhando na direção do pai.

Ele ainda não havia conhecido Marcel, não tinha muito conhecimento sobre o filho postiço dos pais, tudo que sabia era que eles tinham adotado uma criança há mais de um século. Apesar de sua natureza gentil e educada, Atreus ainda era um Mikaelson. E no fundo, carregava a raiva e a frieza que vinha anexada o sangue da família. E era exatamente essa parte que se tornava visível quando ele pensava em Marcel.