Capítulo 41

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"O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém mais observa."


Nova Orleans, Luisiana
2012


Desde que Clarissa era criança ela ouvia falar sobre o bem e o mal.
Mas ao longo de seu milênio como vampira ela percebeu que esses termos não significam nada, e que as pessoas fazem o que é melhor pra elas.

Independente de quem se machuque.

Por inúmeras vezes ela se questionou... Era maldade conseguir o que se quer e se satisfazer, mesmo que isso cause sofrimento a outros?

Para ela, a vingança era a melhor resposta pra um mundo cruel e injusto.

Naquela manhã Clarissa acordou decidida a encontrar Elijah por si só. O plano de Klaus era demorado e em partes não deu certo.
Então ela resolveria.

Ela levantou da cama e tomou um rápido banho. As opções de vestidos no closet já estavam acabando, assim como sua vontade de usá-los, mas era a única coisa que escondia a barriga. Algo que não funcionaria por muito tempo.

Pegou o primeiro que viu a frente e o vestiu, calçou sua sandália de salto típica e jogou a jaqueta de couro sobre o vestido.
Passou a mão pelo cabelo aquientando os fios rebeldes. O batom vermelho marcando os lábios, no pescoço o colar de sempre com os anéis dos seus irmãos.

O celular vibrando chamou sua atenção, estava dentro da bolsa. Clarissa caminhou até a cama, abriu a bolsa com rapidez tirando o aparelho de lá.

Uma mensagem iluminava a tela.

"Me encontre na velha igreja do quartel.
Marcel"

Um sorriso ladíneo surgiu no rosto da original, algo dizia que finalmente Marcel a revelaria o paradeiro de Elijah.

Jogando a bolsa sobre os ombros ela desceu a escada.

- O que você faz aqui? - a original perguntou ao colocar os olhos em Camille sentada na sua sala de estar.

- Eu...

- É a minha nova terapeuta. - Klaus respondeu antes da garçonete conseguir formular a frase, Clarissa virou o corpo na direção da lareira e lá estava Klaus encarando uma pintura.

- Sei. - foi tudo que ela respondeu antes de se virar novamente pra sair.

- Onde você vai? - o híbrido voltou a perguntar, Clarissa travando o corpo ao ouvir ao voz dele. Mas ela não se virou, não fazia questão de olhar nos olhos dele.

- Não é do seu interesse. - foi tudo que ela disse antes de sair batendo a porta.



[...]




Andar pela velha igreja do quartel trazia inúmeras memórias pra Clarissa. Ela se lembrava da época em que fora construída, e como era cheia de vida e pessoas.

Agora só parecia velha e mórbida.

- Você veio. - a voz de Marcel chamou atenção, ela olhou em volta e o viu sentado no altar.

- Você chamou. - ela sorriu se aproximando.

- Eu disse que te devolveria Elijah... mas é mais complicado do que eu imaginei. - o mais novo dizia com certa vergonha, a cabeça abaixada.

- O entregou pra sua bruxa e ela não quer te devolver? - ela disse cruzando os braços, conhecia Marcel melhor que ninguém. Ela sabia todos os passos que o filho daria.

- Me pegou. - ele riu se levantando. - Mas ela concordou em te deixar vê-lo.

- Vamos lá então. - a original falou arrumando a alça da bolsa sobre o ombro.

Laços do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora