capítulo 39

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"A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar."

~ Sun Tzu



Nova Orleans, Luisiana
2012


A manhã chegou depois do que pareceu ser uma eternidade.
Clarissa mal pregou os olhos, a cabeça cheia de pensamentos confusos.
Hayley dormiu como um bebê, quando saiu da cama pela manhã a original deixou a amiga ainda dormindo.

Ela saiu pelo corredor fechando o robe de seda vermelha. Abriu a porta do quarto de Rebekah e foi até o chuveiro, não queria acordar Hayley com o barulho.

Ligou, deixando a água cair enquanto prendia o cabelo, tirou o robe deixando-o em cima da bancada.

A água estava fria, do jeito que ela gostava. Firmou as duas mãos na parede e pendeu a cabeça pra baixo, respirou fundo e deixou que as lágrimas caíssem.

Tudo que ela estava segurando, tentando se manter forte, foi despejado de uma só vez.

Depois do que pareceu ser tempo de mais ela saiu. Pegou uma toalha branca felpuda no armário do banheiro e se secou. Enrolou o robe no corpo novamente e deixou o quarto. O cabelo ainda preso no coque, agora estava meio molhado pela água do chuveiro.

A casa estava silenciosa, vazia.

A família Mikaelson sempre fora grande e tumultuada, agora com dois de seus membros mortos e Elijah sumido. Parecia vazio de mais.

Caminhando pela sala em direção à cozinha a original ouviu um barulho.

Quando abriu as portas duplas ela percebeu Klaus, estava de costas mexendo na geladeira.
Ele ainda não havia a visto ali, ela se recostou no balcão em silêncio e cruzou os braços o observando.

- Ah! - o híbrido se assustou ao se virar e ver a mulher ali. - Você está cada vez mais silencisa.

- Rebekah já voltou? - ela perguntou simplesmente ignorando o comentário do homem.

- Não sei. - ele respondeu abrindo a bolsa de sangue e espremendo num copo.

- Só me falta ela sumir também. - Clarissa respondeu abrindo caminho até a geladeira e pegando duas bolsas de sangue. Klaus lhe lançou um olhar questionador fazendo-a revirar os olhos. - Não me olhe assim, tenho sentido mais fome que o normal.

- Você usou? O veneno. - ele perguntou desviando o olhar. Olhava pra qualquer lugar que não fosse os olhos da mulher a sua frente.

- Não... Não tive coragem. De repente eu percebi que nunca seria capaz de machucá-lo. É como se eu pudesse sentir o que ele sente. Eu senti medo. - ela disse levando a não até a barriga instintivamente. O híbrido acompanhou seu movimento com os olhos, parando sobre suas mãos.

- Parece que estamos cercados de todos os lados. E até esse bebezinho percebeu.- Klaus disse se sentando num banco próximo.

- Está na hora de lutar Klaus, precisamos proteger esse bebê. - ela suspirou rasgando a bolsa de sangue e virando tudo de uma só vez.

- Nós dois fizemos de Marcel tudo que ele é. E ainda assim ele fingiu sua morte e roubou tudo que nossa família construiu, nós sofremos por ele Clary, e ele se aproveitou disso. Agora ele mora na nossa casa e dorme nas nossas camas. Ele estampa por aí o nosso "M" como se fosse de Marcel. - Klaus dizia com raiva na voz, quase rosnando. Ele se sentia traído por Marcel.

- Ele ainda é nosso filho.

Clarissa até tentou interceder pelo filho, mas nem ela mesma acreditava que ele merecia aquilo. Tudo que Klaus disse era verdade, por mais que ela odiasse admitir.

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