Querem levar a minha menina
- Olá, não sabia que vinhas. Entra. - Gonzalo abriu-lhe a porta com um sorriso mínimo e deixou-o passar com o carrinho da bebé.
- Nem eu. Vim dar um passeio com a princesinha e ela ficou com fome, mas eu esqueci-me da água para fazer o leitinho dela.
- Uau, Diego, uau. - Nicolás comentou do sofá.
- Não me julguem, não estou habituado, não passeamos assim tantas vezes. E teria que dar a volta à cidade para ir a casa, a pé, e como tu moras aqui perto vim pedir uma ajuda.
- Fizeste bem. Oh mãe!
- Deixa cá ver essa refilona. - o loiro aproximou-se para ver a bebé que chorava.
- Ai rapaz, tens que perder esse vício de me chamar aos berros. - Paula refilou enquanto descia as escadas - Oh, olha quem veio visitar a avó emprestada. - aproximou-se também do carrinho.
- Ajuda o Diego com o leitinho dela, ele esqueceu-se da água.
- Anda cá, filho, isso arranja-se.
- Tu chamas toda a gente de filho, menos o teu filho. Anda, piolha, o tio leva-te. - ele empurrou o carrinho para a cozinha onde o pai da menina e a senhora arranjaram um biberão de leite rapidamente.
Gonzalo andava medicado, molanqueiro e cansado, mas tinha um aspeto um pouco melhor, visto que já dormia. Às vezes até lhe conseguiam arrancar meia dúzia de gargalhadas, o namorado conseguia tirá-lo de casa mais vezes, ainda que custasse, e não tinha que implorar pela sua atenção. O moreno também tinha mais vontade de ver a bebé, o que animava todos.
- Posso dar-lhe? - esticou as mãos ao biberão.
- Claro, se ela deixar. - Gonzalo tirou a menina do carrinho e tentou dar-lhe o biberão, parecia que tinha ficado ainda mais chateada, estava cheia de fome e ainda andavam a brincar com ela em vez de a meterem logo no abraço quentinho do pai.
- Oh, ela não quer.
- Ela é assim, a dona Flor também não consegue fazer muito com ela, não é sua rabugenta? - tirou a filha do colo do amigo e ela finalmente engoliu o bico do biberão - Dizem que ela só quer o pai.
- Pois, coitadinha, está habituada contigo. - a senhora observou a pressa com que Sarah engolia o leite.
- Olha tão fofinha, mãe. Quero um bebé, dá-me um hermano¹!
- Ganha juízo que já tens idade para isso. Tu chateaste-me tanto que eu nem quis mais filhos.
- Ai, que má! - ele fez beicinho e deitou a cabeça no ombro do namorado enquanto viam a menina alimentar-se.
- Pronto, acabou. - tirou-lhe o biberão já vazio da boca e ela fez beicinho, ameaçando chorar - Não, nada de beicinho. Já chega de leite sua bolachuda. Depois o médico manda-te fazer dieta e tu não gostas. - ajeitou-a no colo para arrotar e logo depois para a adormecer - Agora já lhe podes pegar, já não vai fazer um escândalo. - deixou-a nos braços do outro rapaz de olhos escuros.
- Olha, mãe, ela faz beicinho. Que amorzinho, quem vir nem diz que faz um berreiro desgraçado quando sai do colo do pai. - acariciou-lhe as bochechas gordas com o dedo - Eu não entendo nada de bebés, mas ela não está muito pesada?
- Sim, acho que sim, mas estou à espera de ir com ela ao médico para ver o que ele diz, provavelmente vai mandá-la fazer dieta. Que posso eu fazer? Ela come que se farta, é uma esfomeada como eu nunca vi.
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Fiquei com um pedacinho teu
Romance[DUOLOGIA SARAH - 2] Sarah González foi o nome que Diego escolheu para dar à filha, como se fosse uma substituição da Sarah que perdera. A Sarinha vai viver aventuras, passar por problemas, namorar e com sorte viver um romance tão forte como o dos...