34 - "Hasta la boda"

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Até ao casamento

— Eu vou deitar-me, Sarah. Boa noite. — Juan informou o pai e a filha que viam televisão no sofá quando saiu da casa de banho a coçar os olhos.

— Acho que ela também vai.

— Está a dormir? — foi espreitá-la a dormir no ombro do pai.

— Sim. — Diego compôs-se para conseguir pegar na filha sem a magoar e levá-la para a cama — Vejam só, já é uma mulher e ainda anda ao colo do pai.

— Ainda bem que o pai pode, porque eu sou um franganito, nem comigo próprio aguento. — Diego riu-se baixinho quando deitou a filha.

— Ela também se costuma agarrar à tua camisola enquanto dorme?

— Sim, às vezes, mas larga logo. Não sei. — reparou que a namorada segurava a camisola do pai, parecia fazê-lo com força, como se não quisesse que ele se fosse embora.

— Ela fazia isto quando era pequena ou quando não estava bem. Tens reparado em alguma diferença? Ela tem estado bem?

— Passa mais tempo com ela do que eu, mas pelo que eu tenho visto tem estado normal. — sentou-se no outro lado da cama a pensar — Ela estava um bocado... não estava preocupada, mas estava um bocado desconcertada antes do jantar. Estava a dizer que não se imagina a viver comigo e sem si.

— Será por isso?

— Não vejo outra hipótese. Ela estava animada antes, estava toda encantada com dois gémeos que lá estiveram.

— Deve ser isso da mudança, então.

— Acha que estamos a ir depressa demais? Não quero que ela fique abalada com estas coisas. Até lhe disse que podíamos adiar o quanto ela quisesse, mas disse que não.

— Acho que estão num ótimo caminho. Além disso, só vão sair daqui depois de casarem, certo?

— Sim.

— Ela preocupa-se demais, sofre antecipadamente e é muito ansiosa. Ainda falta muito tempo até isso acontecer, ainda vamos passar muito tempo juntos. Não estás a fazer nada mal, não te martirizes!

— Sim.

— É uma questão de hábito. Também me vai custar a mim deixar de ouvir esta tagarela a toda a hora.

— São muito apegados.

— Pois somos. Ora, vou só ver se ela me larga... — tentou puxar-lhe a mão — Ai, Sarah. — deu-lhe um beijo na testa e afagou-lhe os cabelos — Está tudo bem, meu amor. — beijou-a novamente e sentiu a mão que acariciava libertar o tecido claro — Pronto. Boa noite. — saiu do quarto sem fazer barulho e deixou o casal sozinho para dormirem em paz.

— Papá. — ela chamou uns minutos depois e foi à procura do corpo do progenitor, só encontrou o do namorado.

— Ele não está aqui.

— Onde é que ele está? — Juan esforçou-se para entender o que a mulher de olhos fechados dizia sem praticamente abrir a boca, mas decidiu arriscar uma resposta.

— Deve estar no quarto dele para dormir. — ela agarrou-se a ele e encostou-lhe a cabeça ao peito.

— Não lavei os dentes. — meteu as mãos dentro da camisola dele para as aquecer e sentiu-o arrepiar-se — Lavei os dentes?

— Não.

— Vou lavar os dentes. — passou uma perna pelo meio das dele e escondeu a cara no pescoço cheio de desenhos.

Fiquei com um pedacinho teuOnde histórias criam vida. Descubra agora