3 - "Eres mía para siempre"

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És minha para sempre

Tinha chegado o dia de ir ao tribunal, nada esperado pelo jovem González. Morria de medo do juiz lhe tirar a sua menina e de a dar ao casal canadense.

Assim que foi chamado, Diego levantou-se e virou-se para entregar a bebé que tinha ao colo à dona Flor, no entanto ela agarrou-lhe as mangas da camisa social e começou a chorar até que ele voltou a encostá-la a si.

- Posso levá-la? - o queixo quase tremia de tão nervoso que estava, mas o juiz percebeu e disse sim com a cabeça, então ele foi com ela até ao lugar devido.

Estar ali deixava-o ainda mais nervoso, aquele lugar tinha poder sobre si e agora sabia como as outras pessoas que lá estiveram se sentiam. E não estava a gostar. Como se alguma vez tivesse pensado que estaria ali. E não seria necessário se os malucos dos avós da menina não... fossem malucos.

A filha não parava de lhe dar beijinhos na bochecha, ou de tentar comê-la, e de despentear os cabelos dele, o que o ajudava a pelo menos não ficar mais nervoso, e ele brincava com a mãozinha dela numa ansiedade louca.

Foram ouvidas as testemunhas, parecia que o jovem tinha cometido um crime, mas a única coisa que ele fazia era cuidar da sua menina. Depois do juiz se retirar, foi a vez dos restantes saírem daquela sala que para o jovem parecia sufocante.

Ninguém ali conseguia imaginar o pavor que ele tinha de perder a sua princesa para aquele casal, apesar de saber que os argumentos a seu favor eram bons, ele continuava com medo do que poderia vir por aí.

Assim que saíram da sala ele laçou o nó da gravata e sentou-se num dos bancos espalhados por ali com a filha nas pernas, o mais longe possível dos olhares dos outros malucos.

- Diego, ela não está a gostar muito dessa tua cara. - Gonzalo informou-o ao ver o beicinho da menina, quem a conhecia sabia que estava prestes a chorar por ver o pai assim.

- Está tudo bem, princesa. - ele forçou um sorriso e abraçou-a até sentir a baba dela na sua bochecha no que era suposto ser um beijo - Ai, sua tonta, olha para isto! Babas-me todo. - limpou a bochecha enquanto todos ao redor se riam, incluindo ele, beijou a bochecha dela - Dá mais um besito¹ ao pai. - virou a cara e ela deu-lhe mais um dos seus beijos desajeitados e cheios de baba - Linda. - encheu-a de beijos e voltou a sentá-la na perna - És feita de diamante, não és? Por isso é que eles te querem... - fez-lhe cócegas na barriga e a menina riu-se tanto que até estranhos que estavam por ali acabaram por se rir com ela.

Sem que ninguém soubesse, o magistrado observou o jovem e a filha no corredor do tribunal e ficou derretido. Depois de ver aquilo ninguém acreditaria que ele tratava mal a bebé.

Ela estava bonita, os cabelinhos penteados para o lado e bem vestida, estava confortável com o pai, notava-se que era maluca por ele como ele por ela. Via-se que ele cuidava bem dela, tinha jeito para lhe dar a papa e fazia-o com cuidado.

A autoridade comentou o facto de ter visto a menina triste pela cara preocupada do pai e depois um sorriso sem dentes quando o rapaz disfarçou. Falou das brincadeiras a que assistiu e da cena que todos viram quando o rapaz foi chamado para falar.

- Então declaro que a guarda da menor fica a cargo do pai. - o jovem que brincava com a filha, mesmo atento ao que se dizia, levantou a cabeça rapidamente e abraçou a bebé ao dar-se conta do que o juiz tinha decidido, beijou-lhe a carinha redonda enquanto a pequena gargalhava e todos se derretiam.

Fiquei com um pedacinho teuOnde histórias criam vida. Descubra agora