29 - "Viaje"

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Viagem

- Está tudo bem?

- Isso pergunto eu, Sarah. - Diego reclamou do outro lado do telemóvel.

- Já me tinhas ligado?

- Não, mas tu também não me disseste mais nada, não sei de ti há duas horas. Está tudo bem? Estás com o Juan ou estás por aí a morrer nalgum canto? Estás acoitada da chuva pelo menos? Diz alguma coisa!

- Pai, não me deixas falar, estás só a fazer perguntas.

- Desculpa. Fala.

- Estou no café, aqui está quente. Estou com o Juan, o Jorge, o Carlos e a Clarinha que está a pentear-me. Ou a despentear-me, para bem dizer. - riu-se e deu um beijo à menina - Está tudo bem.

- Não me assustes assim, menina. Saíste, deixaste-me sozinho para ir conversar com ele e não dizes como correu ou onde estás.

- Desculpa, estava entretida, esqueci-me de te avisar de qualquer coisa. Mas está tudo bem, não estou a morrer num canto qualquer.

- Já percebi. Estás bem?

- Papá, acabei de dizer que está tudo bem.

- Sim, sim. Estou a falar de ti, individualmente, a tua cabeça, o teu coração. Está tudo bem? Sentes-te bem?

- Sim, estou bem, sinto-me melhor.

- Ótimo, ótimo! E... o Juan, como estão as coisas?

- Estamos bem, tudo bem.

- Ah! Okay, então. Queres trazê-lo para jantar?

- Posso?

- Se não pudesses, não te perguntava. Pergunta-lhe. E se estiver a chover muito quando saíres daí llámame¹ para te ir buscar.

- Está bem. Vou ficar mais um bocado, okay?

- Okay. - desligaram e ela voltou a brincar com a afilhada, até se lembrar que provavelmente já teria passado outra hora.

- Acho que tenho que ir para casa. - sentou a loira no seu lugar e vestiu o casaco - Queres vir comigo? - perguntou-lhe quando a menina quis voltar ao seu colo e ela acenou-lhe com a cabeça - Okay. Diz adeus, então. - acenou para os rapazes e Sarah pegou-lhe, quando iam sair do estabelecimento Clara decidiu reclamar por não ver o pai a ir com elas, então teve que voltar para a devolver ao amigo.

- Ela não deixa o pai, pois não? - Carlos aconchegou-a no seu colo e deu-lhe um beijo.

- Isso sei eu. - penteou-a e depois virou-se para o namorado - Queres vir tu? Só não te levo ao colo.

- Posso? O teu pai não se importa?

- Foi ele que perguntou. - encolheu os ombros.

- Então quero! - levantou-se e vestiu o casaco, verificou se tinha tudo e saiu com ela depois de se despedirem - Tinha saudades disto, de estarmos todos juntos.

- Imagina eu. - abriu o guarda chuva e o moreno segurou-o e enterrou a outra mão no bolso das calças dela - Ainda não perdeste a mania.

- Vou habituar-me outra vez se me deixares.

- Ah... está bem. - fez o mesmo que ele - Diz-me, se quiseres obviamente, quando é que começaste a fumar? Porquê?

- Foi aos dezassete por causa das minhas tormentas, estavam a dar cabo de mim e consigo espairecer quando meto um cigarro na boca. Foi uma altura complicada. Lembras-te de te ter falado numa rapariga, de ter feito asneiras?

Fiquei com um pedacinho teuOnde histórias criam vida. Descubra agora