12 - "Quién es?"

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Quem é?

— Vocês perderam metade do filme e foi mesmo incrível! — Carlos reclamou à saída do cinema.

— Para tua informação eu vi metade do filme, ou mais! Mas alguém decidiu adormecer no meu ombro, não é, Juan? E já se sabe que não aguento ver uma pessoa a dormir, dá-me sono.

— Estão a falar de quê? — o mais velho coçou os olhos perdido no tempo e no espaço.

— Adormeceste e a Sarah adormeceu porque te viu a dormir. — a irmã explicou a revirar os olhos.

— Desculpa, Sarah. Mas em minha defesa aquele filme estava a ser a coisa mais aborrecida da minha vida.

— Para ti tudo é aborrecido menos a Sarah e a tua guitarra. — Sofia reclamou e o namorado abanou a cabeça ao concordar.

— E eu tenho culpa de ter gostos exquisistos¹? Não chateei ninguém, então não se queixem.

— Estás muito resmungão!

— Acordaram-me a meio do terceiro sono, estavam à espera de quê? Não gosto quando fazem isso, já sabes.

— Então para a próxima não vens.

— Para a próxima escolhes um filme menos aborrecido.

— Vá, não se zanguem agora, ainda estou atordoada do sono. — Sarah pediu e coçou também os olhos — Vamos para casa agora?

— Não sei, querem fazer mais alguma coisa?

— Juanito, irmãozão lindão do meu coraçãozão, amor da minha vida

— Pronto, já vem coisa. Diz o que queres Sofiazinha, irmãzinha lindinha do meu coraçãozinho.

— Podíamos ir ao café e davas um concertinho para nós.

— Troquei a minha folga e não me parece que o Jorge vá alinhar nisso.

— Não é como se precisasses dele.

— Sarah, já sabemos que não gostas do Jorge, não precisas de estar sempre a relembrar.

— Olha, Carlos, para vossa informação eu nem desgosto assim tanto dele e gosto muito de o ouvir! Só estava a dizer que o Juan é bom o suficiente para não precisar do Jorge, até porque seria só por hoje, assim como o Jorge é bom o suficiente para não precisar do Juan. Foda-se, se não percebes as coisas, pergunta, não mandes uma boca p'ró ar.

— Pronto, desculpa.

— Vai catar pulgas! Eu vou para casa, o meu pai já lá deve estar e ele entende o que eu digo. — virou-se para cumprir o que tinha dito, mas foi parada antes de descer as escadas.

— Se tu não vais, eu também não. — Juan largou-lhe o braço quando ela se virou.

— Boa, então. Estás com cara de quem quer voltar a dormir, aproveita. — sorriu-lhe e voltou a tentar andar.

— Queres companhia? — a González encolheu os ombros — Espera dois segundos. — voltou para perto dos outros dois — Vou para casa, ficas?

— Acho que sim.

— Depois venho buscar-te se quiseres.

— Não devemos ficar até tarde, mas okay. — recebeu um beijo na bochecha e viu o irmão distanciar-se com a outra rapariga — Lá vão eles.

— Quiseste ficar só para eles estarem sozinhos, não é, espertinha?

— Claro! — Sofia sorriu como uma criança travessa enquanto ainda olhavam para os outros.

Fiquei com um pedacinho teuOnde histórias criam vida. Descubra agora