21 - "La charla"

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A conversa

— Sarah, estás estranha! — Diego comentou com a filha que limpava a loiça molhada — O que se passa?

— O quê?

— Disse que estás estranha. Passa-se alguma coisa?

— Estranha? Como assim estranha?

— Ora, como estranha. Estranha! Queres conversar? Há alguma coisa a incomodar-te?

— Não. Quer dizer, quero. Quero conversar, porque tenho que dizer-te uma coisa.

— Diz, então. — ela sentou-se à frente dele na mesa.

— É que... Ora bem, eu... É que eu fiz uma coisa.

— Que coisa?

— Como é que eu te digo isto...

— Com a boca, experimenta! Vá lá, não deve ser nada do outro mundo para estares assim tão enrolada.

— Hm... pronto. É que eu... pronto... Eu já não sou virgem. — fechou os olhos com força com medo da reação do homem, não via razões para lhe contar, mas muito menos para ocultar aquilo.

— O quê?

— Não vou dizer outra vez!

— Como assim já não és virgem, Sarah González?

— Tu sabes... Eu e o Juan fizemos umas coisas... — olhou para as mãos que brincavam uma com a outra e quase tremiam de nervos.

— Desde quando é que vocês fazem umas coisas? — parecia chateado ao usar a mesma expressão que a rapariga.

— Foi só uma vez.

— E tu achas pouco? — levantou-se de braços cruzados, sabia que não parecia autoritário, porque nunca o fora, mas os nervos subiram-lhe pela espinha.

— Pai, vá lá, não é nada do outro mundo.

— Estás de castigo!

— O quê?

— Durante um mês.

— Oh pai

— Nem oh pai, nem oh mãe. Vais ver esse Juan pelo móbil¹ durante o próximo mês e é se queres! E depois disso logo se vê.

— Oh! — virou-lhe as costas e foi para o quarto a bater os pés no chão como se o fosse partir.

— Ora esta! Já não- ai! Ora esta! — foi também para o quarto depois de alguns minutos a olhar pela porta da cozinha, ainda estupefacto com o que acabara de ouvir, ligou ao amigo mais sábio que tinha — Pablo. Já estavas a dormir?

— Não, estamos todos na sala a ver televisão.

— Ah, okay. Podes sair daí por uns minutos? Preciso de falar contigo, mas não quero que ninguém ouça. — apoiou-se na parede ao lado da janela.

— Está bem, já estou a sair daqui. — ouviram-se passos — Diz-me lá.

— É o seguinte... Como é que eu te vou dizer isto? Ora, eu preciso que me dês um conselho.

— Sobre?

— Sobre a Sarah. Quer dizer... Ela estava estranha e quando eu lhe perguntei ela disse-me que — sussurrou o resto — já não é virgem.

— Hm. E o que queres que te diga?

— Como é que eu lido com isto?

— Diego, ela é adolescente, sabemos como são os adolescentes, também já o fomos. É normalíssimo que na idade dela comece a ter esse tipo de experiência.

Fiquei com um pedacinho teuOnde histórias criam vida. Descubra agora