17 - "Gallina en la madriguera del zorro"

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Galinha na toca de uma raposa

- Diego, queres jantar lá em casa hoje? - o primo loiro perguntou-lhe ao aproximar-se - O Gonzalo foi buscar a Sarah, porque ela queria ver os miúdos, disseram-te?

- Sim, ela pediu. Mas não me falaram em jantar.

- Pois, mas também... um dia não são dias. - encolheu os ombros e pôs as mãos nos bolsos da bata - Além disso, o Gastón está farto de me chatear para estar contigo. E é o teu aniversário!

- Pois, o meu pai já nos tinha chamado para casa dele mesmo por causa disso. Olha, quando vos dei aquela casa nem me passou pela cabeça que mal conseguiria meter lá os pés depois. Mas é mesmo difícil e não quero passar o meu aniversário nesse ambiente. Já basta não ter a Sarah, não quero ter recordações dela, não quero passar a noite a chorar. E a Sarah adora o meu aniversário

- O que é mesmo estranho.

- Sim. Então não quero que ela tenha que me consolar.

- Tudo bem. Estás no teu direito e acho que consigo entender. - pensou - Então e se... o Gonzalo levar a Sarah a casa do teu pai, tu vais direto, e assim tanto ele quanto tu veem os meus filhos lindos. Pode ser?

- Pode, acho que pode.

- Ótimo, então. O Gastón vai calar-se finalmente.

- Pobre rapaz.

- Pobre do juízo, só se for. Gosta mais de ti do que de mim e o pai sou eu.

- Como tu, também és pobre de juízo, muito pobre para dizer a verdade! Mas tem a sua razão, toda a gente gosta mais de mim. - Diego encolheu os ombros e riu-se da cara do primo.

- Ei, isso é mentira! A minha Martina, por exemplo. E o meu Gonzalito, amor da minha vida.

- Coitados, têm que te aturar.

- Ei! - voltou a reclamar e o moreno voltou a rir-se.

- Vai trabalhar, Nicolás. - entrou no consultório e o mais novo festejou silenciosamente antes de ligar à prima a caminho da sua sala.

- Sarah, está tudo ótimo.

- Ele desconfiou?

-Não. Eu perguntei-lhe se queria ir jantar à minha casa, disse que o Gastón o quer ver, porque sabia que ele ia dizer que não, e depois disse que o Gonzalo te leva a casa do teu avô com os miúdos. Preparem as coisas, eu vou ver se saio mais cedo para ir antes dele.

- Okay. Perfeito! Obrigada, Nico.

- O que é que eu não faço pelo teu pai, não é?

- Acho muito bem. Ele merece!

- O pior é que merece mesmo. Vá, vá, até logo. Qualquer coisa vamos comunicando, okay?

- Sim, capitão.

Diego aceitou aquela proposta sem nexo do primo, mas não sabia que estavam a preparar-lhe uma festa surpresa, nem saberia até ao fim do expediente. O pai estava metido naquilo, por isso convidara-o para jantar em sua casa, antes que o aniversariante o fizesse como acontecia todos os anos.

Fiquei com um pedacinho teuOnde histórias criam vida. Descubra agora