16 - "Mejores amigos para siempre"

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Melhores amigos para sempre

— Ei, Nicolás, chega aqui! — o loiro aproximou-se dele com calma, visto que não havia grande movimento por ali naquela manhã — A tua filha nunca te apresentou um namorado?

— Estás tolo? — virou a cabeça bruscamente na direção dele assim que se sentou na cadeira branca da cantina — Ela só tem doze anos, nem em sonhos!

— Tu com doze anos também namoravas.

— Pois, mas ela é muito pequena para isso. Mas porquê? A Sarah tem namorado?

— Sim e eu estou em pânico.

— Tem calma. Vou dizer-te o que a minha mãe me disse quando eu e o Gonzalo andávamos no vai, não vai. "Tenho a certeza que se vão dar bem, mas se acontecer alguma coisa menos boa, eu estou aqui para ti.", é isso que tens que fazer.

— Obrigado. — o moreno respondeu-lhe com ironia — Isso já eu fazia antes de ela me apresentar o namorado. Foi ontem, nem consegui dormir em condições.

— Queres que te diga o quê? Ela não ia ficar solteira para sempre.

— Pois, mas só tem dezassete anos, é muito nova.

— Exato, dezassete, não sete. A Sarah já não é um bebé, Diego, tens que a deixar viver. Ela é adolescente, sabes como é.

— Pois, queria não saber. O rapaz tem dezanove anos, sabes o que isso significa?

— Significa que tens que deixar de ser pai e mãe galinha. A Sarinha tem juízo, acalma o teu coração.

— Estás muito divertido, mas quero ver quando chegar a tua vez.

— Para por aí! — apontou-lhe o dedo recusando-se a pensar que a sua menina também ia crescer — Não conheceste o rapaz ontem? O que é que te pareceu?

— Não me parece que tenha más intenções, aliás, parece bastante apaixonado, mas — aproximou-se mais sobre a mesa e o primo fez o mesmo à espera de um grande segredo — ele tem o pescoço e as mãos cheias de tatuagens, até tenho medo do que está por baixo daquela camisola e das calças. — Nicolás riu-se enquanto encostava as costas à cadeira novamente — Estás a rir-te de quê?

— Diego, não podes ligar a isso. Sabes que não se deve julgar um livro pela capa nem uma pessoa pela aparência.

— Eu sei, mas o que pensarias tu se a Martina te aparecesse com um jovem daqueles em casa?

— Okay, okay. Mas as tatuagens não dizem nada sobre uma pessoa, no máximo que ela é adicta¹, porque fazes uma e já não queres parar. É tipo droga.

— Droga, meu Deus! — levou as mãos à cabeça — Não lhe perguntei se andava com isso.

— Menos, Diego. Se ele cheirasse pó de talco a Sarah não andava com ele. — abanou a cabeça — O que é que lhe perguntaste?

— Se fumava, se bebia, o que estudava, o que queria com a minha Sarah, a idade e se era um gangster.

— Perguntaste-lhe se era um gangster? — falou tão alto que atraiu os olhares das pessoas mais próximas — Que palermice! Os gangsters não andam por aí a dizer que são gangsters.

— Eu tinha que tentar, não é? Estou a dar em doido com isto! Eu já sabia que eles andavam a sair, mas não pensei que fosse avançar mesmo. Nicolás, eu tenho medo! — sussurrou a última parte — Ela é a minha bebé!

— Não sei o que te dizer. Fala com o Pablo... duvido que a filha dele namore, porque só tem catorze anos, mas ele é sábio como a dona Flor.

— A dona Flor, ela é que me ia ajudar.

Fiquei com um pedacinho teuOnde histórias criam vida. Descubra agora