No Sigilo • Primeira Temporada | Vondy

Capítulo 22

(...)

— Terminar? Eu ouvi bem? — ele me encara.

— É... terminar esse rolo maluco. Realmente não podemos mais.

— Mas nós nem começamos nada. Sei que é errado nos envolvermos, mas da forma como fala parece que somos namorados. — ele era tão irritante as vezes.

— eu não disse isso. Você e eu sabemos que foi um lance muito intenso, mas não dá. E eu não consigo olhar pra você sem te beijar, então terei de me afastar um pouco dela também. — meu olhos estavam marejando e eu tentando não demonstrar que estava nervosa em dizer tudo aquilo.

— espera, está chorando? Você... está chorando por minha causa? Logo você que se mostrava tão madura e desapegada.

— Eu não estou chorando — me irrito — pare de ficar ironizando comigo, certamente você não sentiu nada por mim além de atração.

— Certo, eu não digo mais nada. Só acho que essa sua reação foi muito parecida como a de uma jovem com o coração partido. E eu entendo bem, já vi minha filha assim.

— É, realmente não tem como conversarmos sobre. Você sempre vai deixar claro que sou uma moça boba, e apaixonada.

— Mas eu não disse isso.

— você fez pior. Já insinuou e criou teorias com a minha reação. Eu... fiquei triste sim, mas isso não quer dizer que estou te amando. E sim porque gostava de estar com você, perto, rindo, divertindo. Mas entendo que pra você não tenha o mesmo peso, eu não fui nada, além de um fetiche, era exatamente assim que eu deveria pensar.

— Espera Dulce... Que isso— ele tenta continuar a conversa, mas foi em vão. Voltei para assumir o balcão e vejo ele se afastando minutos depois de ver que eu não tentaria mais contato.

Eu estava triste, mas sabia que não tinha outra opção. Até cheguei a me arrepender de ter o provocado tanto, pra no final das contas eu me encontrar tão envolvida e arrependida.

(...)

— vocês dois romperam? — Katia pergunta depois de me ver mais aérea.

— sim... foi melhor assim. Eu cometi um erro vendo ele como mais um esquema. Sempre gostei de homens mais experientes, não nego. Mas ele... ele me fez arrepender de ter vivido isso sabe? — lhe encaro.

— Dulce. O que sente por ele? A sua reação e suas palavras me fazem acreditar que você se apaixonou, e que de alguma maneira, você continuaria o romance se sentisse que tem a atitute que espera dele.

— Está dizendo que se ele se mostrasse disposto a continuar, eu continuaria? — rio — ele não tem esse poder. Fiz o que tinha que ser feito e não me arrependo.

— sei disso. Mas eu creio que ele tenha sim, esse poder sob você. E você não gosta dessa sensação. — ela comenta e eu desvio o olhar.

— como diz com tanta convicção? — pergunto.

— porque eu já senti isso.

— com um homem mais velho?

— sim... assim como foi com você. A diferença é que ele era meu vizinho. Mas agia igual.

— e porque nunca me disse? Sempre falamos sobre? — pergunto.

— porque eu sentia que o momento iria se repetir. Eu era um pouco mais velha que você. Mas meu vizinho tinha seus 40. Não me pergunte o que vi nele, era um homem ranzinza. Mas era tudo de bom. — nós rimos juntas.

— você se apaixonou? Porque acabou?

— acabou porque... eu descobri que ele fazia o mesmo com outra mulher, do seu trabalho. E eu quando fui romper o "romance proibido" estranhei a tranquilidade dele em terminar tudo. E literalmente no dia seguinte, o vi com ela em sua casa.

— Nossa... ele não se importava mesmo, só se aproveitou de você.

— pois é, e foi aí que eu rompi. Foi difícil, até tive que me mudar.

— Acha que Christopher tem outras mulheres? Eu sei que não temos compromisso firmado. Mas acredita que alguém já esteja o dominando?

— Eu não sei... só digo que não fique tão mal por isso. Ele é quem perdeu. E de certa forma foi melhor assim, começou errado, não tem como terminar bem. De tempo ao tempo, quem sabe um dia no futuro vocês não se cruzam? Por hora não conseguirá resolver nada pela razão.

— É. Está certa. Eu não quero mais falar ou pensar nele, chega! Vamos continuar a trabalhar.

E foi dessa forma que eu agi. Tentando me mostrar indiferente, pra que eu de fato fique indiferente. Eu queria tanto apagar aqueles momentos, pois sabia que eram frutos de um erro.

Ele realmente se manteve conformado com nossa conversa e sequer me mandou mensagem depois disso.

Depois de uma semana, Stefani me chamou pra sair, beber um pouco e nos divertir. Eu prometi que iria me afastar um pouco dela, mas minha amiga não tem culpa. E eu preciso superar esse sentimento que desconheço.

(...)

— finalmente a dona Maria tem tempo pra mim, vive no trabalho ou no colo do tal Erick. — ela comenta se sentando na mesa do barzinho.

— você fala como se eu tivesse te abandonado. Eu estou trabalhando muito, nunca pensei que diria isso. — rio.

— amiga, me fala, acha que o James vai gostar de dormir comigo? Ele parece tão ousado.

— Como posso saber? — pergunto rindo.

— você é tão experiente! Sempre sai com homens mais velhos ou mais atiradinhos. Me fala, o último homem com quem você se deitou,foi o Erick? Porque você sempre me surpreende.

— Fo-foi, ué! Tava com ele ontem. Mas enfim, eu que tem a ver uma coisa com a outra? — começo a ficar nervosa.

— Nada... eu só queria saber se você transou ontem — ela cai na gargalhada.

— aí sua tonta! Que bobagem. Mas olha, você vai se dar bem com o James. Aproveita mesmo.

— você bem que podia dormir lá em casa hoje. Me contar tudo de você e o carinha lá.

— não tenho nada a contar — disfarço.

— ah, já vi que não quer dormir lá em casa porque? Já percebi que sua cara mudou.

— porque... porque eu vou passar a noite com ele, é só isso. Mas amanhã você me liga e te reforço novamente os toques.

— ta certo.

Bebemos um pouco e Stefani sismou que queria me levar de uber até a casa de Erick, ela queria me ver entrando lá, ria sozinha como se fosse algo tão inovador, e queria se assegurar que eu estaria bebada e segura na casa de algum macho.

Minha amiga estava shippando demais aquele rolo que eu aumentei. Agora eu tinha que torcer pra ele estar em casa, e abrir essa droga de porta.

Se não ela irá perceber que eu só estou inventando o caso com ele.

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