Capítulo 28

327 44 19
                                    

Minha ficha não caiu

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Minha ficha não caiu. Minha filha nos pegou em flagrante. Eu não resisti quando vi Dulce com aquela roupa justa, sem contar que estava com saudades, e ela também pelo visto.

Eu só lamento que tenha sido assim, e Dulce tem razão, eu estava tão certo de mim, que não fui atrás de minha filha. Dulce e eu batemos uma discussão tão feia assim que ela saiu, que acho que agora não tem mais volta.

Apesar de tudo, eu preciso reparar meu erro. Fiquei um tempo ali pensando no que fazer, mas quando me distrai, a porta se abriu de novo e era Stefani.

(...)

— precisamos conversar. — digo quando ela se aproxima.

— precisamos mesmo, mas só você vai ouvir agora. — ela estava muito magoada e com raiva, claro. — até quando pensou que iria esconder isso de mim? E por que ela em? Você não se dá ao respeito! Minha mãe sempre esteve certa, o senhor nunca parou com ninguém porque nunca esteve afim de compromisso. Eu não consigo olhar pra sua cara, e em pensar que estava me acostumando aqui.. — ela começa a chorar — vocês pisaram em mim de um jeito, que não sei como vou me reconstruir. — ela sai em prantos.

— filha por favor! — sigo atrás dela, aquilo doeu, minha ficha caiu ao ver aquele choro da minha menina. Sei que nunca fui o melhor pai do mundo, mas naquele momento eu me sentia exatamente como deveria ser, um lixo pra ela. — filha me escute. — ela bate a porta.

— eu vou fazer a minha mala, estou indo para a casa da tia Agnes, e não pretendo voltar pra ca.

— Stefani me escute, eu lamento ter me envolvido com a sua amiga... mas no começo ela era como uma maluca, me provocou muito até me fazer querer.

— me poupe de tanta nojeira. Vocês se merecem, sério. Eu não sei como não percebi.

— filha, ela começou esse joguinho, você conhece sua amiga melhor que ninguém, e eu sou homem. Acabei me encantando por ela, eu... eu... estou apaixonado por ela também. — ela abre a porta em silêncio e me encara.

— pois então fiquem juntos, eu já estou fora do caminho. — ela sai com a mala que havia trazido quando se mudou.

— Stefani, espera..

— me deixa em paz! — ela bate a porta da sala e
Eu sigo a encarando pela janela, sem saber o que dizer, estava errado e não havia como me redimir.

Stefani pega um uber, e segue para a casa da tia. Agnes é irmã de sua mãe, e antes que ela faça minha caveira, eu já decidi ligar contando resumidamente o que houve.

(...)

— Alô?

— Agnes, sou eu, Christopher.

— Christopher? Quanto tempo.

— É eu sei.. espero não estar atrapalhando.

— imagina. Aconteceu algo?

— digamos que sim. Eu e Stefani tivemos uma briga, ela saiu agora mesmo em direção a sua casa. Disposta a passar alguns dias, peço que a receba por favor, não há condições dela ficar aqui nos próximos dias.

— Mas o que aconteceu? Vocês nunca foram tão próximos, mas Paula sempre disse que vocês estavam se dando bem.

— e estávamos, mas ela descobriu que eu estava me envolvendo com uma amiga dela, e tomou ódio de mim, com razão eu sei.

— amiga dela? Christopher sua filha tem 17 anos! Quantos anos tem essa amiga?

— 18.

— céus! Você é louco mesmo. Olha, agora eu entendi porque sua filha está revoltada. Mas pode deixar que vou conversar com ela aqui.

— não diga que eu liguei por favor, e me mande seus dados que vou providenciar os gastos dela durante esse período.

— não contarei. Quanto ao dinheiro não se preocupe, ela é minha sobrinha.

— faço questão. Aguardo seus dados.

— está bem. Vou te mandar.

— tchau.

— tchau.

Não poderia fazer outra coisa a não ser alertar Agnes. E sei que logo Paula irá descobrir tudo e vai vir com cinco pedras na mão.

Tomei um banho, ainda nervoso, mas voltei a trabalhar no computador.

Tomei um banho, ainda nervoso, mas voltei a trabalhar no computador

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Minha mãe me fez companhia no quarto até eu dormir. Quando acordei já passavam das 13h. Eu precisava comer alguma coisa, minha barriga roncava, só havia tomado aquele suco de manhã. Minha mãe fez uma sopa pra mim e me chamou para comer.

(...)

— você precisa se alimentar. — ela disse.

— eu não sei como estou com apetite ainda... mas estou com fome.

— filha, sei que você estava errada. Mas estou com pena de você. Conheço bem seu jeito aventureiro, na hora nem pensou nas consequências. Afinal, é coisa da idade, não é? Mas não concordo com seu hábito de se envolver com homens mais velhos. Sempre acompanha problemas mais graves.

— Obrigada por me entender mãe. A senhora ultimamente tem sido muito legal comigo. Pelo menos em alguma área da vida, eu preciso reconhecer que sempre fui muito rebelde e difícil de conviver. — deixo as lágrimas caírem.

— Dulce, nós duas nunca facilitamos as coisas. Uma querendo cuidar da vida da outra. — ela segura minha mão. — E você, sempre precisou da minha atenção e eu não percebia. Achava que com seu jeito autoritário, você não precisava mais de mim. Que já estava com a cabeça feita.

— Eu também achava isso. E olha só o que estou fazendo da minha vida.

— não pense mais nisso. Agora não há como voltar atrás. Coma sua sopa, e repense como irá agir daqui pra frente. Tá bem?

— ok... obrigada.

Aquele conselho da minha mãe me tranquilizou. Apesar do peso que sentia, não havia mais o que fazer. Infelizmente perdi uma grande amiga, para um relacionamento improvável e falido.

Eu e Christopher nunca daríamos certo. Ainda mais pelo fato de já ter começado errado. Mais tarde me arrumei, fui visitar Erick no trabalho dele e de la fui para o bar.

Eu precisava contar tudo a Erick, mesmo que não tivéssemos nenhum compromisso firmado, ele tinha que saber, seria meu Porto Seguro nesses dias difíceis. Só contarei quando sair do bar. Provavelmente já estarei meio bebada e assim me encorajo a dizer tudo que sentia e tudo que havia ocorrido.

Eu não sei como terei forças para olhar na cara da minha amiga na segunda feira de manhã. E nem sei se ela irá voltar para a escola depois disso. A conhecendo como conheço, deve sumir até da cidade. Talvez não por muito tempo, afinal ela namora o James agora e é louca por ele.

Como serão as coisas agora? Será que nunca conseguirei tirar esse peso de mim?

••••••

No Sigilo • Primeira Temporada | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora