Red Lights [KinnPorsche Vol1]

CAPÍTULO 2

— Porra! — Porsche resmungou ao sentir o sol.

Normalmente não se importava com um pouco de sol no rosto pela manhã, mas agora sua cabeça apenas latejava forte e tudo o que queria fazer era fechar imediatamente as cortinas daquele quarto, mas sequer conseguia se mover daquela cama.

O peso sobre seu corpo era tanto que não saia do lugar, quase como se estivesse sendo empurrado para baixo pela própria gravidade da Terra. A cama ser malditamente macia só piorava as coisas.

Só o abrir dos olhos já era um pesadelo. — Porra! — resmungou pela segunda vez naquela manhã. O leve movimento de seu corpo era capaz de lhe arrancar uma dor aguda entre as pernas e no final das costas.

O que estaria errado consigo? Talvez tenha dormido em uma posição realmente ruim? Talvez tivesse batido em algo durante o sono?

De repente o desejo intenso de vomitar estava ali em seu estômago, mas Porsche não tinha nenhuma força em seu corpo, isso sem mencionar o quão irritante era esse peso que sentia sobre a cintura.

Bem, o peso era um pouco estranho, era grande e  excepcionalmente quente. Mas também não era forte e... espera, parecia que o peso se mexia.

Assustado diante daquelas sensações, principalmente pelo movimentar, Porsche reuniu suas forças para abrir os olhos.

Era como se o sol olhasse diretamente em suas pupilas, deixando-o cego momentaneamente pela claridade. A cegueira era tanta que mal se deu conta quando caiu da cama, com força. Doía, aquela dor de cabeça o estava matando, isso sem contar na fraqueza de suas partes baixas.

Bem ao longe conseguia ouvir uma risada, uma risada estranha, grave e divertida. Era como se alguém se divertisse às custas de sua situação constrangedora.

Porsche livrou sua visão turva ao apertar os olhos, queria focar-se nas coisas à sua volta. As paredes eram cinzentas, uma decoração clássica e de muito bom gosto. Não se lembrava desse lugar, mas por algum motivo aquilo lhe soou familiar.

— Puta merda! — Aquele definitivamente não era seu quarto, mas porque sentia como se já tivesse estado ali antes?

Naquele momento até o ar condicionado pareceu frio demais para seu corpo e foi nesse momento que Porsche se olhou, nu. Porque estaria nu em um quarto desconhecido? Nem mesmo com as roupas íntimas ele estava. Talvez tivesse tido uma rapidinha com alguma garota, depois de tanto tempo...

— De jeito nenhum! — O pânico mudou facilmente a tontura para uma visão completamente consciente de suas ações quando bêbado.

De novo ouviu aquela voz, a mesma que riu a um minuto atrás, mas agora a voz, forte, parecia limpar a garganta. Não era atoa que doía entre suas pernas, não era atoa que seu traseiro latejava.

Com um arregalar de olhos entendeu o que havia acontecido na noite anterior. Apoiando a testa na mão de forma frustrada, Porsche suspirou incrédulo. Tinha dormido com um homem, era por isso que se sentia tão desconfortável.

— Deus, não! — grunhiu em um misto de frustração e dor. Só havia tido um homem e mal conseguia acreditar que havia feito isso com um estranho.

Tomando o cobertor macio que estava pendurado na beira da cama, cobriu-se enrolando-o na cintura fina. Nem tinha certeza sobre com quem havia dormido, quem dirá como tudo aconteceu.

Sua cabeça estava uma bagunça tremenda. Só se recordava de beber com alguns amigos em uma boate e... nada mais.

No fim das contas havia ficado com alguém, com um cara. A dor clara em sua bunda não lhe deixava dúvidas, havia se entregado realmente. Adeus a qualquer chance de ficar com garotas de novo.

Mordendo o lábio inferior e se movimentando lentamente sobre o chão, Porsche suspirou pesadamente, então ele havia feito isso de novo, mas de jeito nenhum deixaria tudo acabar como antes.

Levantou-se nervoso e o enfrentou de frente. Precisava dar uma boa olhada na pessoa que parecia ser aquele que estava procurando.

Inalou bruscamente quando seus olhos pousaram na nudez gloriosa daquele homem. E como era gloriosa a sua masculinidade e virilidade. Sentiu o rosto esquentar imediatamente, pouco antes de verificar seu rosto, que o encarava com um lindo sorriso.

Conhecia aquela nudez, conhecia muito bem.

No momento em que seus olhos âmbar escuro apareceram à vista, o ex-guarda costas congelou. Sinceramente estava entorpecido e completamente chocado com aquela visão. De todos os homens daquela cidade, tinha que ser ele aquele que lhe tomou tão intensamente. Suas emoções eram uma bagunça e por alguma razão seu coração parecia acelerar.

— Porque caralhos tinha que ser você?! — Sussurrou baixo para si mesmo, baixo mas não discreto o suficiente em suas expressões.

Não sabia o que fazer, só se viu parado lá, tentando o melhor para evitar o contato visual com aqueles olhos, para não olhar seu corpo, não olhar o seu... o seu fabulosamente bem desenhado e... bom, vocês sabem. Era uma bela arma.

Não podia dizer nada, estava perplexo demais até mesmo com seus sentimentos. Sua boca estava seca e podia senti-la se abrir, mas foi a dele que tomou a frente fazendo seu cérebro parar de funcionar por um tempo.

A única coisa que conseguia pensar era: Por que isso? Por que? Porsche se viu suspirando profundamente em adoração a sua visão, em adoração aquela voz e aquela presença.

— Uau...  — As palavras de Porsche haviam soado tão naturalmente que se amaldiçoou mentanentalmente.

Sua risada leve era o suficiente para lhe causar arrepios na espinha. Havia até se esquecido que tinha uma queda por aquele cara, havia se esquecido que ele já havia sido seu.

A verdade real era que não se importava de ter dormido com ele, na verdade estava lisonjeado por poder tê-lo mais uma vez, mas ter dormido com ele mudaria tudo.

Não havia mais nada, mas ele era nada mais que seu ex-chefe, ex-namorado e ex-grande amor. Talvez ele também estivesse bêbado naquela noite e por isso acabaram daquela forma. Nada parecia fazer sentido.

Desviou os olhos antes que eles pousassem nos dele, encontrando-os brilhando de desejo. Não era nada bom que seu coração estivesse aos saltos dentro de seu peito, não era nada bom que estivesse tremendo.

Porsche engoliu nervosamente. — Hum... como isso aconteceu?

Kinn sorriu preguiçosamente, seu sorriso brilhante refletia tão intensamente que quase o cegava. — Você não se lembra de nada, lembra? 

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