CAPÍTULO 24

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— Você pegou tudo? Roupas, sapatos... ? — Kim questionou enquanto fechava a última sacola com as coisas de Chay.

— Sim, peguei tudo. — Chay lançou um sorriso quente para Kim, que o seguiu o dia todo fazendo as mesmas perguntas uma e outra vez. — Está tudo aqui, incluindo os livros da faculdade e o violão.

Kim riu, ajudando seu pequeno fugitivo a levantar as malas restantes. — Tudo bem, apenas verificando. Eu não quero que você esqueça nada.

— Vou pedir à Khun para dar uma olhada na casa caso eu tenha deixado algo para trás depois, não se preocupe. — Chay sorriu para o jovem mafioso, fechando o guarda-roupa e levando a última mala. — Acho que estou pronto.

— Vou pedir a Pol que leve as coisas para colocá-los no carro para você. — Kim se moveu rapidamente para depositar um pequeno beijo na bochecha de Chay antes de olhar cauteloso. — Vão sentir sua falta.

— Também sentirei falta. — Murmurou com a voz entrecortada. Por mais que olhasse a casa e se sentisse pressionado a ficar, algo ainda parecia errado dentro de si, por isso Chay decidiu partir.

Kim tocou a bochecha do garoto com a ponta dos dedos, antes de se virar para tirar as últimas malas do quarto agora vazio.

Chay decidiu dar uma última olhada ao redor do quarto, sentindo uma pequena dor no peito por sair dali tão repentinamente. A única coisa que sobrou foi a cama no centro e o guarda-roupa vazio no canto do cômodo.

Aquela casa vinha sendo sua casa nos últimos anos. A família de Kim basicamente o adotou com o tempo, sempre tratando-o como um filho, certificando-se de que estava feliz e bem. Kinn e Khun eram como seus irmãos, e agora haveria Vegas e Macau, que também eram próximos, mas não como os irmãos da primeira família.

Chay sentiria falta de todos eles, sentiria falta do barulho da manhã quando todos estavam se levantando, do volume durante o café da manhã, quando todos continuavam falando sobre tudo, do almoço incrível que Zena fazia para eles, das noites de música, sua mãe, seu irmão... tudo isso. Ele estava saindo de casa.

— Não comece a chorar ou eu vou te deixar aqui e acabamos com isso. — Kim soltou preocupado que o garoto viesse a se arrepender em breve.

O jovem garoto deu um suspiro e revirou os olhos, virando-se para enfrentar Kim, que estava perto da porta com os braços cruzados em seu peito. — Como se você não estivesse chorando secretamente enquanto fazia as malas. Eu vi.

— Você não pode provar isso. — O jovem mafioso o desafiou com um sorriso. — Pol acabou de colocar as coisas no carro, estamos prontos para ir.

— Você não vai sentir falta desse lugar? É sua família. — Por um momento se sentiu culpado de arrastar Kim consigo. Ele também era dono daquele lugar.

— Você está ciente de que estamos literalmente nos mudando para a mesma cidade, só muda a casa? Eu já não vivia aqui, lembra? — Kim entrou na sala para se aproximar do garoto mais novo.

Chay suspirou, jogando os braços em volta dos ombros de Kim, enquanto o outro colocava as mãos na cintura. — Eu sei, mas não é a mesma coisa.

— Não, vai ser tranquilo, calmo, vazio e aconchegante. — Kim aproveitou a pouca diferença de altura para dar um beijo no pescoço de Chay. — E será nosso.

Red Lights [KinnPorsche Vol1]Onde histórias criam vida. Descubra agora