CAPÍTULO 25

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— Não consegue dormir? — A voz preocupada de Kinn tirou Porsche do seu fingimento noturno. Ele tentava descansar um pouco, mas sua cabeça simplesmente não conseguia se desligar de tudo que estava acontecendo.

Era muita informação para processar em um curto período de tempo. Não era como se fosse indiferente, só estava tentando proteger o irmão e proteger sua família, mas agora tudo parecia errado.

O segundo mafioso abriu os olhos entristecido e olhou para Kinn que estava deitado na cama ao seu lado. — É tão óbvio assim?

Poderia só ter respondido, mas em vez disso, Kinn traçou o corpo de Porsche com as mãos e o aconchegou em seu braços, no mesmo momento em que lhe deu um cheiro sobre os cabelos. — Eu sei de algo que pode te ajudar, se você estiver interessado.

Não estava em posição de questionar algo. Sentia-se cansado e ainda assim não conseguia pregar os olhos. — Isso seria ótimo. — O primeiro mafioso ajeitou o rosto junto aos cabelos de Porsche e suspirou. — Eu não consigo dormir. Estou deitado aqui há horas, mas simplesmente não consigo.

— Está preocupado com Chay e Kim? — Perguntou vendo o semblante de Porsche mudar instantaneamente. — Eles vão ficar bem e ainda estão por perto.

O sorriso que Kinn o lançou, desmanchou todas as suas barreiras. Alguma coisa em seu interior ainda se sentia preocupado, mas Porsche tentou manter isso só para si.

Ele se sentia confortável junto ao namorado, era como se Kinn tivesse o poder de tranquilizá-lo. Tinha tanta coisa para fazer e organizar, pensar nos seus novos irmãos, em sua mãe e agora também tinha Chay.

— Venha aqui, eu vou fazer você dormir. — Kinn puxou Porsche um pouco mais perto, apenas para que se agarrasse ao seu corpo e o arrastasse ainda mais para o abraço.

— Está bem. — Porsche se sentia mais confortável em seus braços, então Kinn começou a cantarolar uma música suave. Já o havia ouvido cantar antes, mas nem de longe parecia. Ele era suave e sua voz era extremamente confortável.

Kinn faz uma pausa ao notar que viajou na música. — Vai ajudar se você fechar os olhos.

O segundo mafioso revirou os olhos para ele e Kinn riu antes de deixá-los fechar.

Quando Kinn realmente começou a cantar, Porsche apenas relaxou. Até mesmo a ruga formada em sua testa parecia se desfazer.

— Eu tenho um namoradinho exigente que gosta quando eu canto. — Sussurrou Kinn no meio de sua canção.

— Hmm? — Porsche resmungou por um segundo.

— Eu disse isso em voz alta? — O primeiro mafioso se envergonhou do comentário, mas logo sorriu.

A boca de Porsche se contorceu em um sorriso e Kinn voltou a cantar enquanto o moreno se enrolava junto ao seu corpo.

Sua voz calmante o aproximava cada vez mais do sono que desejou há horas. Era grato por ter Kinn ao seu lado e mais grato ainda por sua voz ser tão aconchegante. Seu calor reconfortante o aproximou do sono e Porsche o retribuiu com um bocejar.

Porsche estava acariciando Kinn no peito para sentir as vibrações de sua voz enquanto ele lentamente o embalava para dormir.

Quando finalmente entrou em sonhos, eles eram bons e tranquilos. Esses sonhos são os seus favoritos e eles são ainda melhores sabendo que tinha alguém ali ao seu lado para enfrentar as noites de insônia juntos.

Kinn continuou ali, embalando o chefe da segunda família como se fosse uma criança inocente e ele parecia assim, indefeso e sereno. Não tinha certeza de quanto tempo mais ficou ali cantando, mas seus olhos pesados perderam o sono.

Talvez dormir não fosse mais tão fácil.

[...]

Desde que havia se mudado com Kim, as coisas eram tranquilas. Chay não tinha que se preocupar em dar satisfações a seu irmão ou ter milhões de seguranças o seguindo.

Era como ter uma vida normal. Desde as idas a universidade, até as suas participações nos show do jovem mafioso.

Kim sempre estava ali para apoiá-lo e incentiva-ló. Naquele dia em especial, precisou ficar até mais tarde para terminar um trabalho, seu corpo estava esgotado e tudo que queria era ir para a casa.

Chay arrastou o telefone celular do bolso e discou o primeiro número de sua lista de contatos. Demorou um pouco para que Kim atendesse.

— Chay... — Sua voz parecia cansada, como se ele tivesse corrido.

— Você pode vir me buscar na universidade. A essa hora não deve ter mais ônibus e não acho que consiga um táxi. — Explicou calmamente enquanto andava até o portão da faculdade.

Do outro lado da linha, Chay conseguia ouvir o respirar pesado de Kim que teve a ligação chiada antes de responder. — Estou resolvendo algo importante, consegue ir andando até que eu o encontre no caminho?

Kim parecia estranho, mas estava tão cansado que apenas concordou.

Andar por um antigo beco na pior parte da cidade quando era tarde da noite, não era uma das ideias mais brilhantes que Chay já teve, mas ele não tinha muita escolha.

Já passava das onze, mas Chay só desceu o beco porque sabia que era um bom atalho. Toda aquela coisa com o exame de DNA e a mudança fez Chay esquecer os trabalhos que precisava entregar. Eles foram a razão pela qual ele saiu tão tarde, vestido com um moletom largo com capuz para se disfarçar.

Não era tão ruim assim querer um pouco de tempo sozinho? Era até mesmo bom poder caminhar tão tranquilamente assim, Porsche nunca o teria deixado ir se soubesse. Tudo o que precisaria fazer era ligar para o irmão e ele se prontificou em buscá-lo.

Pensar nisso fez Chay sorrir. Encarou a tela do telefone celular, apenas para checar a hora. Kim ainda não havia dado sinais então apenas resolveu continuar pelo caminho de sempre.

Não tinha com o que se preocupar, porque não se perderia por ali. Isso foi o que Chay pensou, até se encontrar no chão com uma dor de cabeça latejante insuportável.

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Red Lights [KinnPorsche Vol1]Onde histórias criam vida. Descubra agora