CAPÍTULO 21

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Porsche observou com cuidado quando Chay pegou sua mão. Ele estava tenso com toda aquela situação, mas Chay só manteve a mão apertada junto a do irmão mais velho.

— Não se atreva a contar. — Porsche o alertou com uma voz profunda, ríspida.

— Você não acha que ela merece saber? — O mais jovem insistiu, mesmo que a negação estivesse estampada no semblante sério do outro.

— Não. Ela mal se lembra da gente, acha que ela vai se lembrar de quem é nosso pai? — Porsche o relembrou que entristecido, mas seu rosto ainda parecia tenso.

— Ela tem o direito, Porsche. — Kinn falou suavemente ao se meter no meio da conversa dos irmãos.

Até tinha se esquecido da companhia do primeiro mafioso, só quando sua voz ressoou que Porsche fez questão de olhá-lo, mas seu olhar era ainda mais sério. —  Não dessa vez, Kinn.

O garoto jovem sorriu amargamente. — Você não me assusta mais. — Chay já não sentia mais medo de enfrentar certas coisas, havia passado por coisa demais para ser fraco.

Porsche engoliu sua raiva o melhor que pôde. — Chay, não diga a ela! Droga! — Com isso, o então chefe da segunda família estava presente. Era como se Porsche se tornasse uma pessoa mais fria a cada vez que esse seu lado aparecia e tomava conta de suas palavras.

Porchay esfregou o braço enquanto o observava sair duramente daquela sala. Eventualmente, Kim também foi embora.

Kinn não sabia o que fazer com a cena que tinha acabado de testemunhar. Claramente, a mãe de Porsche e ele tinham um segredo que não queriam que Chay soubesse, ou pelo menos Porsche não queria que Chay soubesse.

Mas o que poderia ser? E como o pai deles poderia estar envolvido? Uma parte de Kinn sabia que deveria deixá-lo em paz, mas nunca tinha visto Porsche tão bravo com Chay e isso o assustou. Tinha algo em sua cabeça que não conseguia ficar fora daquele assunto, algo que atiçava sua curiosidade.

Kinn não conseguia manter os pensamentos fora de sua cabeça. Eventualmente, chegou à única conclusão possível: sua mãe deve ter tido um caso com alguém que não deveria quando eram mais jovens.

Fazia muito sentido quando o primeiro mafioso pensou sobre isso. Porsche deve ter se perguntado como seu pai reagiu quando descobriu, ou se descobriu. Talvez seja por isso que ele não contou a Chay sobre o assunto. Ele provavelmente ficaria muito chateado com o que aconteceu, mas isso não importava agora, o que importava era colocar todos na mesma página.

Nampheung provavelmente deveria ter mantido sua revelação para si mesma, mas ela com certeza tinha seus motivos.

Então, naquela noite, Kinn esperou até que Porsche e ele fossem os únicos dois acordados na casa. — Vocês são filhos de Gun. — Kinn soltou simplesmente. Por que rodeios quando era tão óbvio? Eles haviam prometido sinceridade, sem mentiras.

Porsche quase se engasgou com sua bebida. Seus olhos ficaram escuros de fúria e medo quando ele deu um peteleco na cabeça de Kinn. — Você... — rosnou.

— Não é culpa dela. — O chefe da primeira família explicou enquanto se aproximava. — Eu vi seu comportamento de antes e descobri por mim mesmo.

— Porque acha isso? — O chefe da segunda família suspirou frustrado.

— Você ficou tenso quando descobriu sobre o erro no exame de DNA. — admitiu Kinn. — Foi o suficiente para desconfiar. Aquela coisa de ter dois conjuntos... eu não entendo bem, mas desde que seu pai não é seu pai e meu pai não é seu pai... a única hipótese possível para esse conjunto igual é que fosse do irmão do meu pai, por isso o DNA parecido. — Ele lhe ofereceu um sorriso estranho. — Está tudo bem. Estou me acostumando com o fato, melhor primo do que irmão.

Red Lights [KinnPorsche Vol1]Onde histórias criam vida. Descubra agora