7 | 𝘈𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘢𝘮𝘪𝘨𝘰𝘴.

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"Mas amigos não olham para amigos desta maneira"

- That Way, Tate McRae

Mauricio Prado

Era sábado, por volta das sete da manhã e eu já estava pronto para minha corrida matinal. Correr me faz treinar o fôlego e me sinto muito mais avontade quando estou dentro de campo, pois consigo me mover com mais facilidade.

Desde a festa na casa do D'Ale o Heitor ficou enchendo o saco de todos no grupo, por que conseguiu alugar um camarote muito disputado em uma wave aqui em Porto Alegre, e claro que todos iriam ir. Eu já não estava tão animado, não costumo frequentar festas, mesmo sendo bem jovem prefiro estar em casa ou em ambientes mais "família", tenho um idoso mais velho que o camisa dez colorado dentro de mim.

Alguns pensamentos passaram em minha cabeça nestes dias, sobre o aviso do Taison, que confesso que fiquei bem intrigado com isso. Claro que fiquei intrigado com a Nicolle também, adorei ela, apesar da sua timidez, conseguimos nos divertir. E parte de mim ficou preocupado em saber como ela está, se esta se recuperando ou melhorando.

- sim Heitor, eu vou estar aí às oito e meia. - digo com dificuldade por conta de estar correndo, e vejo ele rir do outro lado da linha.

- não me diz que vai chegar em um horário sabendo que vai se atrasar duas horas, você é assim Maurício. - murmurou sério e eu solto uma pequena risada.

- olha, cê sabe que eu não sou muito chegado em festas. E se eu disse que vou estar aí, eu vou estar, relaxa. - paro um pouco em frente há uma árvore.

- espero que não me de bolo, por que tu vai gostar de quem vai ir. - fala com um tom malicioso e eu fico confuso.

- o que tu tá aprontando, bujão? - pergunto um pouco impaciente e escuto o mesmo rir do outro lado da linha.

- você vai gostar, te garanto que terá a ótima companhia da morena esta noite. - e assim ele desliga prontamente, me deixando sem reação.

Nicolle vai ir, e isso por um momento me deixou... Nervoso? É inexplicável a sensação que sinto só quando escuto seu nome, algo não está normal, não está mesmo. No fundo eu sabia que ele ia fazer de tudo pra me jogar pra cima dela, é óbvio isso, Heitor costuma dar uma de cúpido pra cima da gente. Foi a mesma coisa com Jhonny e a Maria, e hoje os dois estão em um relacionamento que todos queriam ter, saudável e feliz.

[...]

Nicolle Freda

- Eu não quero, Tinne... - imploro pela milésima vez enquanto me jogo na cama.

- ah, mas você vai sim, nem que eu tenha que te obrigar a ir. - reclama sentada na cadeira de frente a mim. - olha amiga, tu tá solteira, é gata e gostosa, tem mais é que sair e se divertir. E outra, se você não for eu não vou e preciso dar na cara daquele argentino safado. - bufa irritada.

Ela tem razão, preciso sair e me divertir um pouco. Vou fazer isso? Lógico que não.

Meu plano é passar o final de semana todo em casa estudando pra prova que vou ter quarta, e não vou perder tempo em festas, isso não é pra mim. Maldito Heitor que teve que conseguir alugar esse camarote, agora tenho que ficar ouvindo a Tinne falando sobre o tanto que ela vai beber hoje.

- eu odeio o Heitor. - tampo meu rosto com uma almofada.

- tu vai gostar, uma pessoa vai tá lá pra te fazer companhia quando eu sumir... - imediatamente me sento e a olho com dúvida, ela estava com um sorriso sacana estampado no rosto.

- o que tu tá aprontando, Valentinne? - pergunto desconfiada e ela se faz de ofendida.

- eu? Que isso, me senti mal agora... - finge e eu cruzo os braços. - ah, vai me dizer que não gostou da companhia que teve de um certo jogador sábado? - ergue a sombrancelha.

- Maurício e eu só estávamos conversando, nada demais - ela estreita os olhos. - ei, é sério. - rio e jogo uma almofada nela.

- não se faz, Nic. Todos vimos o clima que rolou entre vocês, dois pombinhos se conhecendo e com uma puta tensão sexual no ar. - a olho indignada. - não menti. - levanta as mãos pra cima, em rendição.

- puta tensão sexual rola entre você e o Bustos - rebato. - um dia vocês ainda vão se beijar no meio de alguma provocação. - ela me mostra o dedo do meio. - também sei jogar verdades, amore - mando beijinho.

- ah, então concorda sobre você e o Maurício? - rebate e eu fico sem reação. - ok, eu sabia.

É impossível eu sentir alguma atração por Maurício e vice versa. Acabei de sair de um relacionamento, não tenho psicólogico pra me envolver com alguém e muito menos me vejo beijando alguém depois do Jean. Algo em mim se apagou depois dele, e provavelmente não irá mais se acender com mais ninguém. Mesmo que com ele eu sinta algumas sensações que nunca havia sentido na vida, nem com Jean e nem ninguém, mas acho que é por conta dele ter sido um "amigo" legal. Somente isso.

Aliás depois que comi com ele no churrasco eu me senti estranhamente bem, não quis vomitar e nem nada. Isso é estranho, já que meu corpo não aceita muita quantidade de comida, por um lado veio uma sensação boa depois de ingerir o alimento e ele me distraiu muito com suas histórias. Me fez ver o quão ele é legal e uma ótima pessoa.

- preciso ir no shopping, não sei se tenho roupa pra hoje... - a loira diz andando pelo quarto.

- já que vou ter que ir - reviro os olhos. - só tenho aquele vestido ali pra usar hoje. - aponto pra um vestido no meu closet, ele é preto e tem mangas bufantes em tule da mesma cor.

- nossa que lindo amiga, vai ficar muito gata nele. - diz indo até o lugar onde ele estava. - que tal essa bolsa e esse sapato? Aí você capricha nos acessórios e vai ficar maravilhosa! - mostra uma bolsa preta da LV e uma sandália de salto dourada.

- será que vai ficar legal? Sei lá, eu tô meio gorda, não acha? - passo a mão pela minha barriga e vejo a cara de indignação da loira.

- que gorda o que, Nicolle. Tá é muito gostosa, isso sim, que mulherão. Tem que parar de ficar pensando essas coisas sobre seu corpo, começa a ver o quanto tu é linda e para de se comparar. - diz e eu suspiro.

- só queria ser loira, peituda e com um bundão. - desejo.

- e eu só queria que você aceitasse a sua beleza, difícil né? - reclama. - agora vou ter que ir pra casa, tô cheia de relatórios pra fazer que preciso entregar segunda, não esquece que as seis tô aqui. - pega a bolsa e deixa um beijo na minha testa antes de sair do quarto.

Aproveito e coloco uma roupa de treino e vou direto pra academia do condomínio, acho que consigo secar um pouco antes da festa.

















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Pequeno mas só pra não deixar vcs sem, já que amanhã tem a festinha (que vai dar conteúdo, em) e vocês vão amar, eu espero.

Além disso hoje meu amor faz 113 anos. Parabéns Sport Club Internacional, você é GIGANTE e eu sempre irei te amar a cada batida do meu coração. <3

"Glória do desporto nacional, oh internacional, que eu vivo a exaltar!"

Insta da autora: @haybooks_

𝘚𝘩𝘪𝘯𝘦 | Mauricio.Onde histórias criam vida. Descubra agora