32 | 𝘕𝘢𝘰 𝘦𝘹𝘪𝘴𝘵𝘦 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘢 𝘨𝘦𝘯𝘵𝘦.

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Maurício Prado.

Estava em casa quando ouço a campainha tocar, acho estranho, pois Nicolle tem a chave e não estou esperando ninguém.

Vou até a porta para abri-la, mas aí, dou de cara com quem eu menos quero ver nesse momento... Juliana.

- O que tá fazendo aqui? - Pergunto assustado, ela apenas solta um sorriso tímido.

- Eu sei que você está namorando e eu prometo que irei respeitar isso. Eu só... Preciso de uns minutos pra nos resolvermos. - Diz nervosa, desviando o olhar de mim para o chão.

- Não temos nada o que resolver, Juliana. Agora por favor, vai embora. - Digo breve e tento fechar a porta, porém, ela é mais rápida e se põe a frente.

- Nós temos sim, Maurício. Não finja que não existimos, por favor. - Me olha no fundo dos meus olhos, como se eu estivesse fazendo a pior coisa do mundo. - Só me dá um tempo pra admitir pra você o que me assombra a anos? - Pergunta, posso ver o desespero em seu olhar aflito.

Apenas balanço a cabeça e deixo espaço para que a mesma entre. Algo em mim me diz que preciso dar uma segunda chance a ela, para que fale o que tem a dizer e eu a perdoe.

Odeio guardar mágoas.

Odeio guardar ressentimento.

- Você tem dez minutos, e por favor, seja breve por que Nic logo vai chegar e pode entender isso aqui mal. - Digo preocupado e a vejo sentar no sofá.

- Maurício, eu errei muito com você. - Começa, ficando sem jeito. - Eu sei que o que fiz foi errado, mas... Eu estava desesperada! - Vejo que a mesma estava com seus olhos cheios de lágrimas. - Você é um homem incrível e eu sempre me perguntava o por que estava comigo. A verdade é que eu nunca te amei, eu errei com você, fiz tudo por dinheiro, por influência da minha família que sabia que você teria um futuro promissor.

Parte de suas palavras não me machucaram, pois algo dentro de mim já sabia que isso havia acontecido. Foi apenas um alívio saber que minhas teorias do passado estavam certas, e foi um gesto muito lindo dela admitir isso.

- Eu te trai... Eu tinha um amante, quem eu amo com todas as minhas forças, mas não podíamos ficar juntos, meus pais me matariam. - Ela nem se esforçava mais para segurar as suas lágrimas, já estavam caindo em seu rosto. - Eu amo ele, Maurício... - Me olha triste, meu impulso é sentar ao seu lado e pegar em sua mão.

- E por que está aqui? Por que veio aqui aquele dia e falou aquilo tudo? - Pergunto confuso, ela funga e logo começa a falar novamente.

- Meus pais ameaçaram ele, eu não tive escolha a não ser voltar pra você. Mas aí, no hotel, percebi que você está tão feliz, como nunca havia visto na vida. Você achou o seu amor, está vivendo com ele e eu também posso fazer isso. - Sorri fraco e sinto meu coração esquentar quando ela cita Nic.

Eu amo tanto a Nicolle, de um jeito que nem consigo explicar. Ela é a mulher da minha vida, a que eu quero passar o resto da eternidade e além dela, a mãe dos meus filhos e a mulher dos meus sonhos.

- Eu engravidei dele, eles me fizeram te dizer que o bebê era teu. Mas aí, eu acabei perdendo ele. - Agora sinto que ela estava ainda mais triste, era nítido no tom de voz que ela tentava dizer. - Foi a minha maior dor, Maurício. Eu perdi meu filho e eles ameaçaram o pai dele. - A puxo para meus braços.

- Calma Juliana, fica calma... Eu entendo a sua dor, fico feliz que tenha vindo me contar isso, foi um grande gesto teu. - Tento a tranquilizar.

A mesma está a muito aflita. Nem imagino o quão ruim é para uma mãe perder o filho, mesmo que, ela tenha feito o que fez comigo, não merece passar por isso. Seria desumano da minha parte desejar isso a alguém.

- Desculpa Maurício... Por favor me perdoa por tudo... Eu preciso tirar esse peso das costas para conseguir viver... - Ela implorava, suplicava, desesperada.

- Claro que sim, eu te desculpo. Agora você pode viver em paz, com ele, seja feliz e viva o seu amor. - Falo a ela, que se acalmava aos poucos.

Ela larga de meus braços e me olha nos olhos, seu rosto estava inchado e vermelho. Juliana pega em minhas mãos e beija as duas, me agradecendo.

- Que vocês sejam muito felizes. - Ela deseja sorrindo, eu retribuo e logo ela me envolve em um abraço.

Quando iríamos nos soltar, ouço a porta se abrir e logo após o barulho de algo cair no chão. Era ela... Era Nicolle.

Me viro para ver a mesma, que estava com seu rosto inchado, como se tivesse chorado a pouco tempo. Meu coração se parte em pequenos pedaços, não consigo a ver assim, triste.

Me aproximo dela, porém, a mesma se afasta, negando com a cabeça. Ela segurava as lágrimas em seu rosto e passava a mão nos cabelos, desesperada.

- Como eu pude ser tão burra. - Ela negava com a cabeça, segurando o choro. - Pensei que isso não aconteceria comigo de novo, mas vejo que estava errada.

- Amor, não é isso que você tá pensando. - Eu me aproximo, meus olhos estavam cheios de lágrimas e ver o rosto dela assim me fazia sentir mal.

- Poupa as duas palavras Maurício... Por favor... - Ela já nem se esforçava mais para segurar o choro, apenas deixava ele rolar em seu rosto. - Eu acreditei em ti, eu acreditei em tudo que me prometeu. Tu jurou ser diferente, jurou que me amava, jurou que não me magoaria nunca na tua vida.

A cada palavra dela, era como se um tiro acertasse o meu peito. Suas palavras me feriam, só queria conseguir demonstrar a verdade, mostrar que eu a amo mais do que a mim mesmo e que nunca faria isso com ela.

- Nicolle eu te amo, mais do que a mim mesmo... Eu nunca faria isso com você, por favor acredita em mim. - Eu a suplicava, chorando.

A mesma estava andando de um lado para o outro, tentando se acalmar. Juliana se aproxima de nós, tentando participar da conversa.

- Eu só vim me explicar para ele, apenas isso. - Ela dizia, já saindo do local.

- Acredita em mim, por favor, ela só veio pedir desculpas por tudo que me fez e admitir que ama outra pessoa. - Eu implorava a Nicolle mas a mesma parecia nem me ouvir.

- Acabou Maurício. Não existe mais... Não existe mais a gente.

Agora sim, meu mundo desabou por inteiro. Meu peito doía, meus olhos cheios de lágrimas já escorriam sem parar e eu não conseguia respirar. Peguei impulso e me joguei aos seus pés, pedindo para que ela me ouvisse e me deixasse cobrar a história verdadeira.

Ela negava, seu lindo rosto agora estava mais inchado e vermelho. Me machuca ver a mesma assim, e saber que de certa forma fui eu quem causou isso.

Nicolle sai do local, fechando a porta. Eu corro atrás dela, até a área de fora do condomínio. Ela vai em direção ao seu carro, que estava estacionado na frente.

- Por favor Nicolle, me escuta, eu te amo. - Eu gritava e nem me importava com quem estivesse ouvindo. - Não faz isso comigo, não faz isso com a gente...

Ela se vira, olhando no fundo dos meus olhos.

- Se tu me ama tanto assim, me deixa ir e não me procure nunca mais... - Ela exclama em meio ao choro, entrando no carro.

Eu perco minhas forças, caio de joelhos no chão e a vejo partir.

Eu a amo, mas se é isso que ela quer, é isso que irei fazer. Mesmo que eu não consiga mais viver, mesmo que doa mais do que a morte. Irei deixa-la ir.

















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Eu tô chorando tanto... Eu amo esse casal, amo o amor deles e não sei como consegui escrever esse capítulo.

𝘚𝘩𝘪𝘯𝘦 | Mauricio.Onde histórias criam vida. Descubra agora