11 | 𝘓𝘢𝘳.

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"Mas eu te fiz uma proposta
Que se você quiser fazer de mim
Teu lar
Eu vou deixar você entrar
E nem vai precisar bater"

- Lar, Geovanna Jainy

N

icolle Freda

Nosso "jantar" havia sido super agradável e nem preciso dizer o quanto Maurício meu surpreendeu. Realmente aquela vista era incrível, acompanhada com uma taça de vinho e alguns petiscos então, traziam uma paz na alma. A companhia dele, enquanto falávamos sobre nossas vidas, planos e trabalho era tão boa.

Ele me contou sobre seus pais e até as suas maiores artes... O jeitinho dele de rir é tão fofo, dava pra sentir na sua voz o quanto ele sente saudade desse tempo.

Agora estávamos quase chegando na minha casa, tenho absoluta certeza que meu pai está no sofá me esperando. Ele não é ciumento, nesse quesito é bem de boas, porém é muito preocupado. Já é de se esperar, pois já está bem tarde e não disse para ele aonde estaria. Minha mãe muito menos abriria a boca.

- entregue, senhora Freda. - sorri me olhando, depois de estacionar o carro. E que sorriso.

- muito obrigada pela noite, senhor Prado. Foi incrível, eu adorei tudo. - solto um riso sincero e começamos a nos encarar.

Ficamos ali por uns dois minutos, e o silêncio do local não era algo desconfortável. Pelo contrário, naquele momento só existia nós dois e os olhares que intercalavam nossos olhos dos nossos lábios.

Novamente aquela sensação voltou.

Aquela sensação que só tenho com ele.

Aquelas borboletas no estômago.

Aquela sensação de paz.

Aquela sensação de lar.

- e...eh preciso ir - digo quebrando o silêncio, enquanto tiro meu sinto sem quebrar o contato visual. Ele ainda parece estar distante, mas logo que percebe minha agitação a pegar minha bolsa, sai do transe.

- eu espero te ver de novo, Nic! - ele sussura, seu olhar vai fixo ao meu. E aquele surto por dentro volta.

- espero te ver breve, Mau. - depois de alguns segundos abro a porta do carro e saio lentamente. Olho pela última vez através da janela e lá está ele, ainda me observando. Mostro um sorriso fraco e ele retribui.

Enquanto caminho até a porta se passa um filme da nossa noite em minha cabeça. Sinceramente foi uma das melhores que já tive, mesmo sendo simples, foi algo tão significativo. Gosto do jeito em que Maurício vê as coisas nos mais simples detalhes, e em como se preocupa com o meu bem estar.

Ele está sendo um amigo que nunca tive.

Um grande amigo, na verdade.

E eu nem sei como agradece-lo.

Abro a porta e adentro a enorme casa, assim que passo pelas costas do sofá já ouço uma pequena tosse forçada. Rio nasalmente, pois sei exatamente quem era.

- boa noite, pai. - sigo em direção a um sofá e me sento. Começo a tirar minhas sandálias.

- boa noite, princesa. Como foi seu compromisso? - diz claramente curioso.

- foi incrível, sério. Inesquecível. - sorrio e o vejo fazer uma cara de dúvida.

- a é? E posso saber quem fez a noite da minha menina tão especial? - olha esperançoso e eu suspiro pensativa.

𝘚𝘩𝘪𝘯𝘦 | Mauricio.Onde histórias criam vida. Descubra agora