9 | 𝘈𝘮𝘪𝘨𝘰𝘴 𝘯𝘢𝘰 𝘴𝘦 𝘰𝘭𝘩𝘢𝘮 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮.

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"Mas amigos não olham para amigos desta maneira"

- That Way, Tate McRae


Nicolle Freda

Seria locura minha dizer que eu talvez sentia uma vontade enorme de beijar o jogador ao meu lado? É concerteza seria, até por que eu não o conheço muito bem. Mas por Deus, o quanto seu rosto é delicado, sua voz é rouca, mas suave e seu sorriso é impecavelmente perfeito. Impossível não sentir isso.

Estávamos dentro do seu carro e ele dirigia lentamente, já que havia ingerido álcool na festa, não muito, mas ingeriu. Acho muito cativante o jeito cuidadoso dele, a maneira com que ele trata as pessoas e sua facilidade de fazer com que todos se sintam a vontade com sua presença. Mesmo com pouco tempo de contato, creio que já criamos uma boa relação.

- estou pensando em comprar uma casa. - diz e observo o mesmo meche suas mãos no volante. - quero trazer meus pais para Porto Alegre e acho que eles não gostariam de morar em um apartamento e eu não gostaria de voltar a morar com eles... - suspira.

- não te julgo, depois que você se acostuma a viver sozinho não dá mais certo viver com os pais. - respondo e ele me olha erguendo a sombrancelha logo virando para a frente. - qual é - río. - tenho amigos que moram sozinhos a bastante tempo. Eles me contam a experiência. - vejo ele sorrir.

- você já pensou em morar sozinha? - direciono meu olhar agora para a janela e aprecio a linda vista do rio Guaíba.

- eu amo meus pais, mas as vezes gostaria que eles não se intrometessem tanto na minha vida... - mordo a minha bochecha. - sei que não escolhi o melhor jeito de superar o meu término, mas cada um faz o que pode e comigo tá funcionando. O problema é minha mãe que fica em cima toda hora, cansa. - o olho desanimada.

- se um dia precisar de um apartamento, saiba que o meu tá disponível. - rimos. - você ainda ama ele né? - meu sorriso se desfaz assim que ouço suas palavras.

Eu não sei se relamente o amo ainda, ou se vivi tanto tempo com ele que criei uma dependência. Se hoje nós voltássemos a nos falar, eu não voltaria pra ele, não perdoaria a sua traição.

- amava. - olho fixamente para frente. - é difícil esquecer o que vivemos, mesmo que no fim só tínhamos momentos ruins. Mas eu não o amo mais, só quero que ele tenha muito sucesso e encontre alguém que o ame. - sinto que afirmei isso mais pra mim do que a ele. O mesmo me olha rapidamente com um leve sorriso estampado no rosto.

- sabe, eu gosto de te ver assim, fico feliz que você esteja se recuperando. - eu me viro a ele. - o que foi? - alterna seu olhar a mim e a estrada.

- nada. - respondo. - só que até hoje mais cedo eu não queria sair de casa, estava com medo de encontrar ele com outra... Mas de repente me vi melhor sem ele, e isso é muito estranho! - falo a última parte divertida.

- quer sair comigo? - diz rapidamente e percebo que se arrependeu da fala logo após, e eu me divirto com seu jeito. - como amigos... - acrescenta.

A não. As borboletas no estômago de novo não...

- claro que sim, vai ser um prazer. - respondo um tempo depois, assim que me recupero do pequeno surto interno.

𝘚𝘩𝘪𝘯𝘦 | Mauricio.Onde histórias criam vida. Descubra agora