10 | 𝘔𝘦 𝘷𝘪𝘴𝘴𝘦 𝘤𝘰𝘮 𝘰𝘶𝘵𝘳𝘰𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴.

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"Será que alguém explica a nossa relação?
Um caso indefinido, mas rola paixão
Adoro esse perigo, mexe demais comigo
Mas não te tenho em minhas mãos"

- Caso Indefinido, Cristiano Araújo.

Mauricio Prado

Vou confessar que quando quero algo posso ser bem insistente, e foi isso que fui hoje, o dia todo, enquanto implorava pelo Instagram da Nicolle para Heitor. Sei que eu poderia procurar a rede social dela, mas a mesma é muito reservada e sua conta é privada e tem a foto de um cachorro. bem impossível acha-la.

Depois de mandar uma mensagem confirmando nosso encontro, mesmo com o nervosismo consigo planejar tudo, e estava imensamente ansioso. Nada pode dar errado hoje. Vi ela se aproximar do carro e não tive nenhuma dúvida, essa é a mulher mais linda que já vi em toda a minha vida. O jeito que qualquer roupa fica bem bela é incrível, seus cabelos combinam extremamente com sua pele e a cor dos seus olhos me faz viajar em um imenso paraíso dourado.

Ela se aproxima e contínuo paralisado, a olhando e pensando em como estou tendo sorte nesse momento. Que mulher.

- oi... - diz tímida enquanto abre a porta do carro e adentra, se sentando ao meu lado. - o que houve? - percebe que estou fixado nela. - meu rímel tá borrado? - se preocupa e tenta se olhar pela tela do celular.

- não... Pelo contrário. - digo rápido. - você tá linda, muito linda na verdade. - digo sorrindo e vejo um pequeno sorriso despertar em seus lábios.

- obrigada... - agradece depois de um tempo em que ficamos nos olhando. - você também está lindo, de verdade. - fala e sinto meu estômago borbulhar.

Por que ela é tão atraente quando está tímida? E por que eu estou sentindo medo de parecer um babaca na frente dela?

Será que... Não, não pode.

- eu até pensei em te levar em algum restaurante - falo enquanto ligo o carro e sigo até a saída do condomínio. - mas queria que tivesse mais significado, então se não se importar, eu poderia te levar em um lugar especial pra mim? - peço e rezo para que ela diga sim, pois demorei o dia todo para organizar isso e se ela negasse a surpresa iria se arruinar.

- nossa, é sério? - pergunta alegre e meu coração para. - é lógico que sim, Mau. Eu vou agora conhecer o seu lugar. - abre um enorme sorriso e sinto meu corpo relaxar.

E o caminho foi extremamente tranquilo e por incrível que pareça o silêncio e o som no fundo de algum pagode estava super confortável. Eu não sei o por que, mas quando estou com ela tudo fica tão leve, sem desconforto algum, gosto de sentir a sensação de estar em paz. E apenas Nicolle estava me proporcionado isso.

- chegamos. - digo enquanto estaciono o carro em uma área vazia e ela observa atentamente pela janela. Abro a sua porta e ajudo ela a descer do carro, e logo andamos alguns passos pelo lugar.

É uma cabana em cima de uma pequena montanha, fica uns quarenta minutos da capital, mas é aonde gosto de vir nos fins de semana. Vejo que quando subimos lá em cima ela se impressiona com a vista. Enquanto caminha pelo local sorri e respira bem fundo o ar puro, o sol logo iria se por e todo o céu estava ficando laranja.

Ela para na ponta da montanha e fica observando o mar que havia embaixo, e eu, fico igual um bobo a olhando.

- gostou? - pergunto ansioso, me aproximando e ela vira o olhar a mim.

- eu amei. - suspira. - aqui é incrível e traz uma paz indescritível. Sério. - sorrimos um para o outro e eu coloco minhas mãos nos bolsos da minha calsa, nervoso.

- que bom, eu pensei que te levar em um restaurante seria melhor, mas sei lá, não queria fazer o óbvio com você... - solto e ficamos um tempinho nos olhando. - vem, vamos nos sentar. - estendo a mão e a mesma observa, mas logo aceita. Conduzo até uma toalha e almofadas que havia no chão, além da sexta de comida e a taça de vinho que trouxe aqui a algumas horas antes.

- como descobriu aqui? - pergunta enquanto sirvo nossas taças com o vinho.

- gosto de correr, me faz esvaziar a mente. - digo e a entrego a taça. - eu vi na internet que havia um campo bom para correr aqui e vim. Quando descobri a cabana eu logo aluguei. Foi a melhor coisa que fiz, aqui me faz fugir da vida real. - suspiro e então bebo minha bebida, observo a vista que estava linda. Sinto o olhar da mesma queimar sobre mim, e então me viro a ela.

- são as críticas, né? - acinto.

- é difícil. Não consigo agradar a todos. E mesmo me esforçando a culpa da fase ruim do time cai em cima de mim. - mexo no meu cabelo. - eu amo futebol, mas acho que eu deveria ter pensado melhor no meu psicológico antes de querer exercer essa profissão. - admito e a mesma apoia sua mão em meu ombro, acariciando.

- eu acho você um jogador incrível. Uma jóia. - sorri acolhedora e eu sinto algo em meu peito. - e também acho que você deveria começar a assumir menos responsabilidades. Faz o seu e deixa os outros fazerem o deles. Tenho certeza que todos estão vendo o seu esforço, e ele logo te dará frutos. A gente não pode fazer tudo, infelizmente. - fala enquanto olha fixamente para meus olhos.

- eu sei, mas... Eu queria tanto poder dar um título pra torcida, é tão ruim ver um dos maiores clubes do Brasil sofrendo uma seca tão grande... - bebo novamente.

- tudo tem seu tempo, vai com calma e você vai conquistar isso. - bebe seu vinho também, logo vira para a frente e observa o sol se por. - sabe, as vezes sinto que vou explodir, literalmente. - começa a dizer, respirando fundo e olhando para sua taça, que batia levemente com os dedos nela, ansiosa. - sinto que guardo muita coisa dentro de mim. - a observo.

- se abrir é difícil, né? Passo por isso a vida toda.

- sim. - ri sem ânimo. - desde que conheci o Jean, minha vida se passou em torno dele. Sempre fiz tudo por ele e bati de frente com meus pais, tudo isso pra ter ele, ficar com ele. - limpa uma lágrima que havia caído. - ele me torturava, psicologicamente. Todos avisavam, mas eu não queria acreditar, não queria aceitar isso. Pra mim era difícil admitir que a pessoa que mais amo não me amava, e que só queria me usar. E quando não conseguia mais, achava um jeito de me humilhar. - respira fundo e olha para cima, buscando forças para continuar.

Algo em mim se quebrou com as suas palavras, algo em mim não gosta de vê-la triste e me doía pensar no que a mesma passou nas mãos daquele idiota.

- ele me fazia acreditar que eu não era suficiente pra ele, que precisava ser mais magra, bonita, loira. Enfim, eu não comia mais, não conhecia mais me olhar no espelho... Eu sentia nojo de mim e todas as ofensas dele vinham em minha mente. - me olhou, seu olhar era triste, ela estava desabando. Minha atitude foi envolver meus braços em volta de seu corpo, tentando a fazer sentir segura.

- ele é um babaca de não valorizar a mulher que tinha. Isso só mostra que ele não te amou e que só te usava pra suprir carências, ou ter alguém pra humilhar. - digo e sinto a mesma se aconchegar em meus braços. - por que fala sério. - eu riu fraco. - achar defeito em você? O cara deve ter caçado defeito aonde não tem. - escuto ela rir leve.

- você é completamente diferente dele. - se separa e me olha nos olhos. - eu tenho muita sorte de ter um amigo igual você, Mau. - sorri fraco e algo em mim me deixa triste. Não sei o que.

Nós somos amigos, lógico. Não tem o por que ficar triste com ela admitindo isso pra mim. Já era claro, ela está se recuperando de algo que a fez mal, não vai simplismente querer ter algo comigo. E eu nem queria algo a mais... Só amizade, isso é ótimo.

Mas confesso que gostaria que ela me visse com outros olhos.










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Oi gente, como estão?

Que capítulo a escritora de vcs escreveu. Até orgulho de mim mesma deu, espero que gostem como eu.

Amei eles tentando esconder os sentimentos, bem clichê eu diria. Boa noiteee

𝘚𝘩𝘪𝘯𝘦 | Mauricio.Onde histórias criam vida. Descubra agora