𝘚𝘩𝘪𝘯𝘦 | Mauricio.

14 | 𝘌𝘴𝘵𝘰𝘶 𝘢𝘱𝘢𝘪𝘹𝘰𝘯𝘢𝘥𝘰 𝘯𝘦𝘭𝘢.

- ah, fala sério! - a mulher a minha frente disse ainda tomada de risos, juntamente a mim.

- é sério! - tento convencer ela mas a mesma nega com a cabeça, ainda rindo com a situação.

- sua mãe deveria te dar umas palmadas. Juro. - eu a olho indignado, fazendo drama.

Estávamos contando algumas histórias que passamos na infância, e claro que eu acabei de contar o icônico dia que eu e meu irmão caímos dentro do açude vazio - e repleto de barro - do meu avô, após uma discussão por quem iria ficar com a bolinha de gude.

Nic quase morreu rindo junto a mim, esses momentos são preciosos na minha vida, já que agora quase nem consigo espairecer direito, pelo trabalho mesmo. E quando tenho a oportunidade, gosto de aproveitar, e com ela consigo fazer isso mil vezes melhor.

- para de rir - cruzo os braços. - vai me dizer que a princesinha nunca caiu em um açude vazio? - ergo as sombrancelhas e ela me olha óbvia, negando com a cabeça. - você não teve infância. - finjo que estou surpreso e recebo um soquinho leve no braço.

- eu já amei o seu irmão. - brinca.

- já pode conhecer ele, né? - pisco e ela fica toda vermelha, negando com a cabeça, mas ainda sim com um sorriso enquanto desvia o olhar.

Eu adoro o jeito que ela fica sem graça tão fácil. As vezes quero guardar ela em um potinho.

- quem sabe um dia, assim vou poder ajudá-lo a te jogar em outro açude de barro. - volta a me olhar e finjo estar ofendido. - vai ser Ilário! - rimos e depois ficamos um tempo em silêncio, apenas nos olhando, mas estava super gostoso isso.

Ela desvia seu olhar do meu e passa a observar sua mão meche na pulseira que havia em sua mão direita. Me pego ainda vidrado nela.

Admito, não tem como não a olhar, essa mulher consegue ser tão encantadora... Me cativou desde o momento que a vi e continua até agora.

- acho que preciso ir, já está tarde. - observa o horário no celular e me olha chateada.

- não, fica por favor. - peço quase implorando. - como disse, está tarde e não irei confiar em um estranho te levando pra casa essa hora. - faço bico e a mesma para para pensar alguns segundos.

Na verdade, eu posso levá-la, sem nenhum problema, vou com muito gosto. Porém não quero que ela vá, quero ela comigo, aqui.

- mas você entra em concentração amanhã, Mau.

O jeito que ela diz meu apelido fica tão sexi na boca dela.

- você dorme aqui, na minha cama e depois antes de eu ir pra concentração te levo. - ela parece não concordar com isso. - por favor, eu prefiro assim... - imploro ainda mais, fazendo a maior cara de pidão.

- ok, ok. - suspira derrotada. - mas eu durmo no sofá, você precisa descansar para amanhã. - nego com a cabeça.

- eu insisto que fique na cama. - ergo novamente a sombrancelha e ela parece resistir um pouco, mas logo cede.

- se o técnico quiser me matar eu vou dizer que a culpa é toda sua. - aponta para mim, enquanto se levanta pegando o prato de brigadeiro que tínhamos feito antes e levando até a pia. Pego os dois copos de água e acompanho-a.