5 | 𝘉𝘰𝘳𝘣𝘰𝘭𝘦𝘵𝘢𝘴 𝘯𝘰 𝘦𝘴𝘵𝘰𝘮𝘢𝘨𝘰.

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"Eu ouvi que tinha alguém, mas eu sei que ele não te merece
Se você fosse minha, eu nunca deixaria ninguém te machucar
Eu quero secar aquelas lágrimas, beijar aqueles lábios
Isso é tudo que eu tenho pensando"

- Can I Be Hum, James Artur.

Nicolle Freda

- Valentinne, já estou saindo de casa. - bufo enquanto ouço os murmúrios rápidos do outro lado da linha.

- se a gente não pegar um lugar bom se considere uma pessoa morta. - rio da mesma. - sério, está quase na hora do jogo e gre-nal para a cidade, você sabe muito bem.

- chego aí em dez minutos. - falo desligando a chamada.

Como irei chegar no estádio tão rápido? Não sei.

Minha mãe havia ido mais cedo, ela prefere aproveitar algum tempo no camarote com as mulheres dos jogadores mais experientes - pra não dizer velhos. - e eu escolhi ir mais tarde, para me encontrar com Tinne e algumas das namoradas dos jogadores mais jovens, na arquibancada.

Era dia de gre-nal, obviamente o trânsito de Porto Alegre para completamente, já que todos os gaúchos se amontoavam em bares ou esquinas da cidade. Apesar da ansiedade, eu amo esse clima, mesmo não tendo sentido muito. Os clássicos que assistia com o lado gremista eram na arena ou na casa de Jean, me afastei do internacional, pois minha vida girava em torno do lado azul.

Mas claro que nunca vesti a camisa do clube tricolor. Sou colorada, filha do capitão colorado e minha família toda tem essa tradição. Apenas implantes um respeito pelos clubes, e para confessar, é tão bom poder voltar a acompanhar um jogo no Beira-Rio. A energia da torcida que não para de vibrar um segundo, o amor que esse clube transmite e as músicas são coisas incríveis.

E por incrível que pareça, consigo um táxi e chego ao estádio em quinze minutos, a sorte do condomínio ser algumas quadras do gigante. E o movimento não estava muito grande, visando que a maioria das pessoas já estão dentro do estádio. Desço rapidamente do carro e vou a procura de Tinne, que havia mandado que iria me esperar na porta do setor leste. E lá estava ela, com sua camisa 'da sorte' e impaciente.

- finalmente, pensei que nunca iria chegar! - disse assim que me viu.

- bom dia pra você também. - reviro os olhos e a sigo para dentro do estádio.

- que bom dia o que, hoje é clássico, dia de chutar o primeiro gremista que aparecer na minha frente. - nós rimos. - sem ofensas aos seus amiguinhos.

- compartilho da mesma vontade - admito. - as meninas guardaram lugar? - vejo que já havíamos passado do tubo e já estávamos na frente dos assentos.

- sim, Gabi disse que iria guardar dois assentos, mesmo que não iremos sentar. - fala animada, procurando as meninas com o olhar. - alí! - aponta sorrindo vendo as meninas chamarem a gente.

Tinham duas mulheres loiras, uma tinha uma garotinha no colo e do seu lado uma morena. Se aproximamos das mesmas que nos encaravam sorrindo.

- oi meninas, guardamos os lugares. - a loira com a garota diz. - sou a Gabi, prazer. - estende a mão livre pra mim que pego prontamente. - essa é a minha filha, Lorena.

- prazer Gabi, sou a Nicolle. Que menina mais linda - digo sorrindo e a menina pede meu colo e logo a pego em meus braços.

- essas são Maria Clara - a loira sorri pra mim e me comprimenta. - e a Iza. - a outra faz o mesmo.

𝘚𝘩𝘪𝘯𝘦 | Mauricio.Onde histórias criam vida. Descubra agora